Prólogo

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A família Penwood nunca fora considerada um exemplo de fertilidade, embora possuísse uma linhagem impecável de primogênitos que eram herdeiros de primogênitos, carregando o título do Condado de geração em geração, sem falhas. Os nobres Penwood sempre garantiram a linhagem e, consequentemente, a continuação do seu sobrenome, mas, na maioria das gerações não possuíam filhos suficientes pra suprir o exército ou o clero.

O antigo Conde, Lorde Jonh de Penwood, falecera há pouco mais de dois anos,  deixando o título para seu único filho homem, David. Diferente das grandes famílias tradicionais, que garantiam inúmeros herdeiros, Jonh tivera apenas três irmãos que resistiram a infância, dentre eles, sua irmã Laura. Laura havia se casado com um homem rico, porém sem qualquer linhagem nobre, e por esse motivo, quando dera à luz a Charlie, a família optou por manter o sobrenome da tradicional e respeitável família Penwood. Um nome que lhe abriria portas devido a importância da família para a sociedade britânica. 

Quando o pequeno Charlie já tinha idade suficiente para frequentar Éton, uma terrível febre acometeu o povoado onde Laura morava com a família, ocasionando na morte prematura de Laura e seu marido, deixando o pequeno Charlie aos cuidados dos tios maternos. Herdeiro de uma grande fortuna, após terminar seus estudos em Éton, foi para Oxford, e após finalizar os estudos se fixou em Londres, onde se tornou um cavalheiro muito respeitado na sociedade, e muito disputado pelas jovens debutantes solteiras.

Charlie e o atual Conde de Penwood, seu primo David, frequentaram a escola juntos, e haviam criado uma grande amizade. Após a morte dos pais,  Charlie havia passado o tempo em que não estava na escola, em Penwood House, no Kent, até ter idade suficiente para manter sua própria residência de solteiro em Londres. A casa da família parecia um palácio, sendo uma das maiores casas dessa região da Inglaterra, demonstrando assim, o poder e riqueza que vinha com o nome. 

Além dos falecidos Jonh e Laura, Isaac e Lórien completavam o quarteto de irmãos Penwood. Lórien se casara com um respeitável cavalheiro, e dera luz a duas meninas: Larissa e Cristine. O cavalheiro não herdara nenhum título, pois era o segundo filho, mas fora um soldado respeitável, que acabou por falecer em um conflitos das guerras napoleônicas. A mais velha das filhas, Larissa, já tinha se casado e atualmente era mãe de dois filhos. Cristine, a mais jovem dentre todos os primos Penwood, possuía natureza espevitada e ainda continuava solteira, apesar de já ter participado de diversas temporadas sociais em Londres.

Por algum tempo, Tia Lorien havia reunido seus esforços para casar sua filha Cristine com um dos primos, Charlie ou David. Obviamente o seu plano havia fracassado, quando ficou claro que nenhum dos primos tinha qualquer interesse amoroso em Cristine. David se apaixonou por Olivia, filha da governanta de Penwood House, se casando com ela e transformando-a em sua Condessa, como em um conto de fadas. Charlie, por sua vez, nutria aversão ao casamento, e construíra muito bem a sua fama de notório libertino em Londres, sem criar laços com qualquer dama, ou manter qualquer relacionamento amoroso. Então Cristine continuava solteira, vivendo sob os rígidos controles da mãe, e desesperada para se casar.  

A família mantinha a tradição de se reunir em Penwood House - a residência dos condes há séculos - ano após ano, e nesse ano não seria diferente. Os membros da família aproveitariam um tempo no campo, longe do agito da capital inglesa. 

Os primos do CondeOnde histórias criam vida. Descubra agora