Capítulo 12

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Olivia havia decidido fazer um pequeno piquenique para seus convidados que ainda permaneciam em Penwood House, com o objetivo de que todos aproveitassem os últimos dias de clima ameno. O inverno se aproximava, e cada dia era mais difícil permanecer ao ar livre devido aos ventos gelados. As lareiras já estavam acesas, e diversos cobertores haviam sido distribuídos nos quartos para os hóspedes.

Tio Isaac, Tia Mary e seus filhos Anthony e Emilio permaneciam em Penwood House, embora a principio a relação deles fosse hostil, aos poucos, Anthony e Emilio iam se enturmando novamente com a família, e Cristine podia jurar que o primo mais jovem, Emilio, parecia cada dia mais feliz por estar ali. Talvez o campo tivesse trazido um amor para Emilio.

No dia anterior ao piquenique, a Condessa pedira aos criados para que preparassem bolos e tortas, doces e salgados. Garantiu que houvesse uma bela mesa de comida e bebidas no pardo próximo ao lago, e cadeiras e toalhas foram arrumadas para que os convidados pudessem descansar e aproveitar a luz do sol.

Convites haviam sido enviados para Jane e para a Duquesa de Albany para que comparecessem, além dos já instalados hóspedes da mansão. Charlotte estava com a barriga enorme, e acreditava-se que dentro de um mês o bebê estaria nascendo.

Na semana que havia se passado desde o baile, Cristine havia recebido algumas visitas do barão de Coubertin. Na primeira visita, era evidente o desconforto de ambas as partes. O barão obviamente não estava atrás de um amor, estava apenas atrás de uma esposa que pudesse lhe dar um herdeiro, e Cristine era jovem o suficiente para conseguir realizar esse desejo. 

A segunda visita foi igualmente constrangedora, mas Cristine se contentava com o fato de que o barão aparentava ser um homem decente. Ele jamais a tratara mal, embora é claro, não fizesse questão de saber sobre seus interesses. Em um ou duas ocasiões, ele fez elogios a ela, tais quais "a senhorita me parece saudável essa manhã", ou "a senhorita sabe servir ao chá como uma dama", e ela esperava que esses elogios significassem que ele a respeitava. Talvez com o tempo ela fosse se acostumar a ele, e isso teria que ser o suficiente para um casamento pacífico.

É claro que por diversas vezes, Cristine se pegou olhando furtivamente para o Sr. Smith, admirando o seu belo porte, e desejando que aquela noite do baile tivesse sido mais longa. Ela não precisaria se acostumar com o Sr. Smith porque, inexplicavelmente, ela já estava acostumada a ele. Quando ele falava com qualquer pessoa, ela parava de prestar atenção no que estava fazendo, para apenas ouvir a voz dele; e quando por acaso eles se cruzavam em um corredor da mansão, ela tinha que se controlar para não toca-lo propositalmente, um simples toque de braços, ou um roçar de mãos, como se seu corpo clamasse pelo dele. Mas eles nunca mais haviam conversado, e ele estava respeitando a ordem de Cristine para que nunca mais se aproximasse dela. 

Tia Lorien estava tão alegre com a corte do barão de Coubertin à Cristine, que havia até se tornado mais tolerável com ela, embora Cristine suspeitasse que por se alguma razão esse casamento não desse certo, a mãe iria se tornar ainda pior. A mais velha passava os dias bordando itens para o enxoval de Cristine, ou falando sobre como o casamento ia ser importante, ou qualquer assunto que envolvesse as palavras "barão" e "casamento" na mesma frase. 

Por alguma razão desconhecida, o Sr. Richard Smith parecia especialmente irritadiço com Lorien nos últimos dias. Ele havia respondido a dama rispidamente certa noite no jantar, e mais de uma vez ele se ausentou do cômodo quando ela entrou. Ele também parecia não suportar o barão de Coubertin, de modo que sempre que o cavalheiro chegava em Penwood House para uma visita de cortesia a Cristine, Richard encontrava uma maneira de sair. Não que ele tivesse dito qualquer coisa contra o barão, mas Cristine observava ele com frequência, ainda que indevidamente, e percebia suas desculpas frequentes.

Os primos do CondeOnde histórias criam vida. Descubra agora