Charlie se aproximou da anfitriã, Olivia, após dar uma volta completa no salão de baile. Cumprimentou alguns cavalheiros conhecidos, beijou a mão de algumas damas, mas especialmente, observou o salão em busca da sua dama misteriosa. E ele a encontrou.
Sentada ao redor de uma mesa com outras senhoras, lá estava ela, a dama de beleza incomparável e que fizera a energia no salão de baile mudar completamente para Charlie. Algumas das damas que faziam companhia para ela, Charlie já conhecia de outros bailes, outras ele já fora apresentado, mas ela, sem dúvidas, ele nunca havia visto.
Ela chamava a atenção de todo o salão por sua beleza, isso era inegável, e Charlie vira mais de um cavalheiro olhando na direção da moça com olhares interessados, mas por algum motivo, nenhum deles se aproximava.
Olivia estava sentada ao lado de Tia Lorien, bebericando um copo de bebidas, e antes que Charlie pudesse se aproximar, viu sua prima Cristine retornando da pista de dança após dançar com Richard Smith. Charlie teria que ter uma conversa com ele, pois se ele havia dançado com Cristine, possivelmente não estava ignorando tanto a presença da moça quanto alegara nos dias anteriores.
- Por que estava dançando com o Americano? - Charlie ouviu Tia Lorien perguntar para a prima, diante da falta de resposta de Cristine, Lorien continuou: - O Lorde Barkin está ali, você precisa dançar com ele.
- Eu não posso simplesmente convida-lo para dançar. - Retrucou Cristine. A prima deveria estar chateada, pois não era do feitio dela retrucar a mãe.
- Bem, mas deve fazer alguma coisa, ou ele escolherá outra noiva. - Apontou Lorien, enquanto o rosto de Cristine se fechava, e o sorriso sumia de seus lábios. - E você continuará uma solteirona.
O rosto de Cristine enrubesceu, provavelmente envergonhada pelo comentário da sua mãe, mas a mais velha continuou:
- Prometi que dançará a valsa com o barão de Coubertin, trate de usar a oportunidade para conquista-lo.
Cristine abriu a boca para retrucar, mas então fechou, e com os olhos cheios de lágrimas, deixou a mesa a passos largos em direção a porta do salão.
- Cristine, espere! - Charlie falou alto, enquanto se virava para ir atrás de prima. Ele já tinha visto a tia fazer tais comentários a prima diversas vezes, e sabia que, embora Cristine resistisse e demostrasse não se importar, esses comentários a machucavam. Quando estava a alguns metros de Cristine, Charlie sentiu uma mão o segurar com força.
- Eu vou atrás dela! - Declarou Richard Smith, como se o tópico não estivesse aberto para discussões.
- De forma nenhuma! - Charlie retrucou. - Ela precisa da família ao lado dela, não de um desconhecido.
- Eu vou. - Repetiu Richard, e embora o amigo não fosse considerado simpático, Charlie viu algo diferente na expressão do amigo, algo como, preocupação. Ele conhecia o americano o suficiente para saber que o assunto estava encerrado para ele.
- O que? - Charlie perguntou, perplexo. O que estava acontecendo?
- Eu vou atrás dela. - Repetiu Richard, autoritário.
- Quer se aproveitar de um momento de fragilidade dela. - Charlie bradou, suspeitando das intenções do amigo.
- Não essa noite. - Garantiu Richard, e Charlie percebeu que ele falava a verdade. - Te dou a minha palavra. Agora deixe-me ir atrás dela.
Charlie viu no olhar do amigo preocupação genuína, e então assentiu brevemente, e em segundos, o americano já tinha sumido pelas portas do salão atrás de Cristine.
- Charlie, conseguiu alcançar Cristine? - Perguntou Olivia, quando finalmente conseguiu desviar de todos os convidados que a cercavam e alcançou Charlie no meio do salão.
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Os primos do Conde
RomanceA tradicional família Penwood, pertence ao seleto grupo de nobres que compões a aristocracia da Inglaterra do século XIX. Ser um membro da família Penwood significa ter muito poder e dinheiro, e Charlie, primo do Conde de Penwood, por não ter qualqu...