Capítulo 5

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A noite anterior havia sido divertida para Charlie, no vilarejo próximo a Penwood House, porém, essa manhã ele não estava achando nada divertido. Enquanto seu valete o ajudava a se trocar, para que ele fosse se encontrar com a família para a primeira refeição do dia, ele sentia sua cabeça girar, e por mais de uma vez ele se aproximou do urinol, pressentindo que ia vomitar. Bom, ao menos todos foram alarmes falsos e ele conseguiu finalizar sua preparação sem grandes intercorrências. Sua aparência, entretanto, não era das melhores.

- Nunca mais irei beber whisky. - Prometeu ele, sabendo que não manteria a promessa por dois dias inteiros. Mas no momento, era tudo que ele podia fazer. O valete assentiu descrente, como se ele também soubesse que Charlie não iria cumprir sua promessa de maneira nenhuma. Alguém teria que pedir perdão ao reverendo por seus pecados no sermão dessa semana. 

Charlie adentrou no salão de refeições e encontrou a toda família presente, exceto por David e Sebastian. Ambos não estavam presente para a refeição, deixando Charlie e Richard acompanhados das damas. Olivia mencionou algo sobre eles terem ido até o vilarejo resolver pendencias referente ao baile que aconteceria na mansão, e já que os convidados haviam acordado mais tarde, o Conde não pôde espera-los. A cabeça de Charlie doía tanto, que ele não foi capaz de se atentar aos detalhes, e silenciosamente agradeceu pelo primo ter ido ao vilarejo sem ele, pois seu estômago enjoado não sobreviveria à uma ida até o vilarejo por essas estradas mal pavimentadas do campo.

- Você está um pouco esverdeado Charlie, está tudo bem? - Perguntou Charlotte.

- Sinto muito em desapontar as senhoras por minha aparência não tão agradável essa manhã. - Zombou Charlie. - Sei que costumo ser um cavalheiro que chama a atenção das damas pela exuberante beleza, mas essa manhã acordei com um pouco de mal estar.

- Vou abrir as janelas para circular o vento, assim o senhor se sentirá melhor! - Garantiu a Sra. Watson, enquanto corria para a janela e abria as pesadas vidraças. Um criado foi imediatamente ajuda-la, mas a antiga governanta fazia questão de tomar as rédeas da casa de vez em quando.

- Resquícios da bebedeira de ontem a noite? - Perguntou Charlotte, provocando o primo. O Sr. Richard Smith riu, entregando o amigo. 

- Talvez eu tenha bebido um pouco de whisky. - Mencionou Charlie.

- Eu não chamaria o que você bebeu de "um pouco". - Comentou Richard, enquanto fingia avaliar o talher polido.

Todos em volta da mesa riram, embora Charlie não achasse qualquer graça da situação em que se encontrava essa manhã. Ah, como ele queria ter parado de beber na primeira garrafa, mas a moça que o fazia companhia era tão agradável, e ela também estava adorando o whisky. Charlie pigarreou para retornar o pensamento para o presente e esquecer-se da noite anterior, que havia lhe garantido uma bela ressaca. 

- Onde os senhores foram na noite passada? - Perguntou a Condessa.

- Olivia, creio que não seja prudente fazer esse tipo de pergunta na mesa de refeições. - Censurou a Sra. Watson. Apesar da mais velha ser apenas uma ex-governanta, e sua filha ser a atual Condessa de Penwood, a Sra. Watson ainda chamava atenção das mais jovens quando se fazia necessário. 

- Mamãe, estamos entre família. - Tranquilizou-a Olivia.

- Infelizmente terei que concordar com a sua mãe, milady. - Respondeu Charlie, evitando responder a pergunta da prima. Embora ele não se importasse com tópicos que pudessem ser sensíveis às damas, especialmente as que já tinha certa intimidade, como as primas, ele lembrou-se da presença da Tia Lorien e preferiu garantir que não levasse um sermão dela essa manhã. Sua cabeça já estava latejando, e ele não suportaria os resmungos da velha, que Deus o ajudasse.

Os primos do CondeOnde histórias criam vida. Descubra agora