C1

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Rafaella

- Rafa, sabemos que está chateada, mas pelo menos seja gentil com a dona da casa. - Minha mãe explicava.

Chateada? Eu estava furiosa mesmo, minha vida era totalmente perfeita, até meu pai perder o emprego e termos que nos mudar para Portland.

Eu nunca quis me mudar, eu amava minha vida no Brasil, tinha meus amigos, meus lugares favoritos, era perfeito.

Em Portland, meus pais alugaram uma casa em um vilarejo um pouco afastado da cidade, era simples e o que podíamos pagar.

- Ânimo Rafinha, vai dar tudo certo. - Geovanna (minha prima) disse me ajudando a colocar as malas no meu quarto.

- Pelo menos pra você vai... - Larguei minha mala no chão - Eu odeio esse lugar Gio, odeio tudo nele.

- É só por um tempo Rafa, logo tudo vai melhorar e provavelmente vamos voltar para o Brasil, eu prometo que vai.

Giovanna saiu do meu quarto deixando minhas coisas no chão, me sentei na cama, respirei fundo e então comecei a desfazer as malas.

Olhei pela janela e tinha uma vista linda, era um campo enorme, com rio cristalino e uma árvore ao lado. Abri a janela, me sentei nela e fiquei por uns minutos admirando aquela vista incrível.

Após sair dali, terminei de arrumar minhas roupas no guarda roupa e deixei o quarto do meu jeitinho e então desci para comer alguma coisa.

Cheguei na cozinha e vi meu pai cozinhando, sim ele era melhor cozinheiro que minha mãe, e o abracei por trás.

- O que está cozinhando? - Perguntei o olhando por cima do seu ombro.

- Macarrão - ele respondeu - Amanhã vamos ao mercado fazer compras, quer vir?

- Não tô afim - O soltei e respirei fundo.

- Vamos Rafa, você vai ter que se acostumar com Portland, sei que você odeia esse lugar, mas pelo menos faça um esforço.

- Tudo bem pai, eu vou fazer tentar.

- Eu sei que vai princesa - ele beijou minha testa - Agora vai chamar a sua prima e sua mãe que o jantar está pronto.

Giovanna sempre foi muito apegada aos meus pais, ela até os considerava pais dela também. Chamei as duas e então nos sentamos todos à mesa.

Após o jantar, eu e Giovanna tiramos à mesa e lavamos a louça como sempre fazíamos.

- Olha que lindas, elas lavando a louça sem brigar - Minha mãe brincou.

- A Rafa está comportadinha Tia Genilda - minha prima riu.

- Aliás Rafa, como seu pai ainda não conseguiu emprego você vai precisar trabalhar para nos ajudar com o aluguel.

- Tudo bem mãe, mas aonde vou achar emprego? Eu nem conheço a cidade.

- Tem uma cafeteria precisando de atendente, você deveria ir lá - Giovanna falou enquanto secava um copo.

- Amanhã eu vou, hoje eu só quero deitar na minha cama e descansar em paz - Respondi.

Após terminamos a louça, subi para o meu quarto e me joguei na cama.

Talvez Portland não seja tão ruim assim, mas eu realmente sentia falta da minha casa, dos meus amigos, de tudo que eu deixei no Brasil.

Desci para pegar um copo de água e ouvi alguém bater na porta.

- Rafa, abre a porta - minha mãe disse.

Fui até a porta e abri, dei de cara com um garoto segurando uma tigela nas mãos.

- Boa noite, eu sou o Daniel - Ele disse.

- Rafaella Kalimann - Respondi.

- Bom eu vi que são os novos vizinhos então vim dar as boas vindas - Ele disse estendendo a tigela pra mim.

- Ah que gentileza sua - Minha mãe disse aparecendo na porta atrás de mim e pegando a tigela das mãos do garoto - Muito obrigada querido, é um prazer te conhecer.

- O prazer é todo meu - Ele respondeu - Espero que gostem é um torta de pêssego.

- Obrigada Daniel, você é muito gentil - Minha mãe disse sorrindo - Se precisar de alguma coisa pode nos chamar.

- Eu que agradeço - o garoto disse e logo voltou para casa que por sinal era ao lado da nossa.

Minha mãe colocou a torta que estava com um cheiro maravilhoso na geladeira, e então eu voltei para meu quarto.

Deitei na cama e como já estava tarde, tentei dormir, mas eu não conseguia. Rolei na cama até 3:00 horas da manhã já que eu não dormia de jeito nenhum.

Fui até a janela, abri e me sentei nela, fiquei admirando a vista que a noite ficava mais linda com a ajuda do seu estrelado enquanto ouvia "We fell in love in October"


Me perdi naquela paisagem e na música até perceber algo naquela vista. Vi uma mulher sentada em uma pedra perto daquele lago.

Fiquei curiosa com aquilo, então como todos estavam dormindo, pulei a janela e fui até lá.

Enquanto me aproximava ouvi aquela moça cantando, sua voz era fina e doce capaz de encantar qualquer um.

Ao chegar perto, não vi ninguém, o que foi realmente assustador, então apenas corri de volta para casa.

🧜🏼‍♀️

Oi! Queria dizer que ainda não estou 100% bem, mas que eu estou tentando, eu juro. Pensei em desistir das adaptações, mas eu preferi assumir que sou humana e que errei,  mas que isso não podia ser motivo pra eu desistir de algo que me faz tão bem e que eu sei que faz bem pra vocês também. Prometo que daqui pra frente não teremos mais nenhum problema.  🥺

Sobre a história... A Bianca tem descendência coreana e eu precisei acrescentar um segundo nome, que não vai aparecer sempre, mas na hora certa vai aparecer.

Espero que vocês gostem. 

🧁

MERMAIDOnde histórias criam vida. Descubra agora