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Rafaella

Era umas dez e pouca da manhã por aí, Bianca tinha saído de casa, disse que ia ver um assunto importante, e enquanto ela não chegava fiquei passando os canais na televisão presa naquela cadeira de rodas.

Ouvi algumas batidas na porta e logo a mesma se abriu, e para minha surpresa vi Flay entrando como se a casa fosse dela.

- O que você tá fazendo aqui? - Perguntei ao ver ela entrar.

- Imaginei que você ficaria entediada nessa cadeira de rodas, e eu me sinto na obrigação de te entreter - Ela se sentou no sofá ao lado da minha cadeira .

- Flay, você me odeia, se isso for alguma brincadeira não tem graça nenhuma ok? - Cruzei os braços.

- Olha... Temos muitas diferenças Rafaella, mas eu quero consertar as coisas com você - Ela estava realmente sendo sincera - Ainda dá tempo de consertar as coisas.

Já ouviu o ditado que todos merecem uma segunda chance? Acho que talvez Flay merecesse uma segunda chance.

Ela tinha se formado em uma academia de Belas Artes, e enquanto Bianca não chegava ela levou algumas coisas para me "entreter".

- Como você e o Felipe estão? - Perguntei e ela suspirou.

- Ele pediu o divórcio... - Ela falou e olhou para mim.

- Nossa... Eu sinto muito.

- Tá tudo bem, ele só se casou comigo pra se aproveitar da herança do meu pai.

- Homens são um pé no saco - Ela riu.

- Deve ser por isso que você namora uma mulher - Dessa vez eu ri.

Conversamos por um longo, longo tempo, sinceramente eu nunca me imaginei tendo uma conversa civilizada com a Flay.

Bianca

Lá estava eu e minha advogada possivelmente irmã esperando o resultado de um teste de DNA, a questão é que eu não entendia mais nada sobre minha família.

Minha mãe teve outra filha depois de mim, ou meu pai tinha um filha perdida? Eu não sabia de mais nada que estava acontecendo na minha vida

- Gizelly Sung Andrade? - Uma mulher se aproximou com uns papéis na mão.

- Sim - Gizelly respondeu.

- Aqui está seu resultado - Ela entregou os papéis e saiu.

Gizelly começou a ler e não disse nada, apenas me entregou o papel. Passei os olhos por todo aquele papel até chegar no que importava...

Resultado: 97,9% de compatibilidade.

- Gi, então...

- Você é minha irmã Bia.

Um sorriso surgiu em nossos rostos e nos abraçamos forte, ela me apertou forte e em seguida disse que precisava esclarecer uma coisa.

Entramos no carro dela, Gizelly não me dirigiu a palavra, parecia confusa e assustada.

- Gi... Tá tudo bem? - Perguntei.

- Elas conheceram a nossa mãe - Ela me olhou e vi seus olhos marejarem - Elas podem nos ajudar a encontrar ela.

Mas eu tinha uma mãe... Que não me amava nem pintada de ouro, mas era minha mãe. Gizelly parecia tão animada em ir em busca da "nossa mãe" que eu não quis estragar isso.

- Onde fica o convento? - Perguntei.

- No México, eu posso entrar em contato com elas - Ela respondeu.

- Tudo bem - Ela sorriu e eu sorri também - Pode me dar uma carona até meu apartamento? Eu deixei a Rafa sozinha.

Ela me deixou em meu prédio e se despediu de mim com um abraço apertado me chamando de "irmãzinha".

Subi até meu andar e entrei no apartamento, Rafaella estava sentada no sofá assistindo The Vampire Diaries.

- Como você consegue assistir essas coisas de vampiro? - Perguntei fechando a porta e me deitando ao lado dela no sofá.

- Não tem só vampiros, tem bruxas, duplicatas, lobisomens... - Ela disse pondo a cabeça em meu ombro - Como foi com a Gizelly?

- Somos irmãs - Falei e Rafaella abriu um sorriso.

- Isso é incrível - Ela disse me dando um selinho e eu retribuí.

- Quem fez esses desenhos? - Falei vendo alguns papéis em cima da mesa de centro.

- Flay veio aqui hoje, me tirar do tédio - Ela respondeu e eu ajudei ela a se sentar - Me ensinou algumas coisas.

- Caramba Rafa, você tem talento. Tipo, olha esses vestidos - Falei impressionada com os desenhos - Eu devia levar isso pra agência da mãe da Marcela

- Nem pense nisso Bianca Hey Andrade -Ela falou rindo - Eu tenho que melhorar muito ainda.

No final acabei descobrindo que Flay e Rafa estavam tentando resolver as coisas entre elas e no fundo isso era bom, agora que o calopsita foi preso.

- Bi... - Rafaella disse pegando minha mão - Estamos nessa coisa de ficada a um tempo e eu quero que todos vejam que eu sou sua e você é minha de verdade - Ela puxou uma caixinha de trás de uma almofada no sofá e abriu.

- Rafa... - Falei olhando para a caixinha.

- Bianca, quer namorar comigo? - Rafaella abriu a caixinha mostrando duas alianças.

Eu não precisei nem responder, meu sim foi dito por um beijo intenso e lento. Rafaella tocou minha nuca e continuou o beijo.

Logo nos afastamos e ela colocou a aliança em meu dedo e eu coloquei no dedo dela.

Finalmente eu poderia dizer que Rafaella Kalimann era minha e eu era de Rafaella Kalimann.

🧜🏼‍♀️

MERMAIDOnde histórias criam vida. Descubra agora