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Eu e Tobias conversamos com Kim e Liam sobre a Cerca fechada por fora, mas o assunto é rapidamente deixado de lado com a notícia que em breve teremos outra luta nos apavora. Quer dizer, eu com certeza estou apavorada.

Desta vez, uso todo o tempo que tenho para treinar como desacordar o oponente. Blake me ensina um golpe super legal, que faz com que eu suba no adversário e enlace minhas pernas ao redor do seu pescoço, podendo assim: sufoca-lo ou derrubá-lo. Não sei o que é mais difícil, chegar em seu pescoço ou descer em segurança depois. Fico toda roxa, mas me sinto incrível.

— Você é com Riva — Tobias me conta, me tirando das minhas divagações.

— As estrelas se alinharam dessa vez — suspiro aliviada. Não que ela seja um fracasso, mas tenho alguma chance dessa vez. Riva é rápida, mas fraca e focada apenas em escapar.

— Eu sou com Luther — reclama Kim, ficando ao meu lado.

— Legal. É sua vez de dar uma surra nele então — dou tapinhas em seu ombro enquanto sorrio.

— Essa é uma perspectiva muito otimista — comenta Tobias.

— Eu gosto — Kim aprova, se alongando.

— Eu estou com um bom pressentimento hoje — anuncio, decidida a dar tudo de mim.

— Tobias e Zed! — Blake chama.

— Tomara que esteja certa — resmunga Tobias para mim antes de ir.

No fim, eu estava certa. Todos nós ganhamos nossas lutas. A rasteira que Kim deu em Luther e depois se jogou em cima dele, socando duas vezes seguidas forte o suficiente para apagá-lo, foi memorável. Eu até aplaudi. Acho que o carma veio a cavalo, pois eu levei uma cabeçada no nariz da Riva enquanto a sufocava com o clássico mata-leão, que a fez desmaiar em alguns segundos.

— Foi bem feio dessa vez — doutora Felicia comenta, tocando meu nariz com cautela. Não consigo evitar estremecer de dor.

Nos últimos dias, Blake nos ensinou sobre cada profissão na facção e assim eu conheci melhor Felicia, quem eu achei ser uma enfermeira no outro dia, mas na verdade é a médica chefe daqui. No momento está sem ajuda nenhuma, já que um enfermeiro está doente e a outra está de licença maternidade. E com isso, suas esperanças estão em nós novatos, que talvez pudéssemos nos interessar pela sua área.

Eu me interessei. Salvar vidas e não precisar me arriscar além do mínimo — que é viver na sede — para isso? Parece muito bom.

— Você vai ficar bem, nem quebrou — garante e me entrega um tubo pequeno. Abro e vejo que é uma pomada — passa duas vezes por dia nas áreas afetadas até que seu rosto esteja normal.

— Obrigada — sorrio para ela, que sorri de volta.

— Boa sorte, garota — pisca para mim e vai em direção a outro paciente. Desde que expressei minha curiosidade com sua profissão, eu e Felicia temos uma simpatia mútua. Uma certa expectativa no ar.

Eu só preciso ficar em quinta lugar e a vaga é minha. Quinto. Há! Talvez em outra vida...

Sigo com minha vida até que, no meio da noite, o dormitório é invadido. O brilho das lanternas e os gritos para levantarmos me causa um pânico momentâneo.

Me levanto em um pulo, pegando a primeira  coisa que vejo: meu sapato. Ergo, mas abaixo assim que vejo que é apenas Blake e membros da Audácia.

— Sério? — Liam me olha divertido.

— Nunca enfrente os inimigos de mãos vazias — dou de ombros, deixando o coturno cair no chão.

— Quero todo mundo nos trilhos em cinco minutos — Blake grita e sai, levando os outros consigo.

O dormitório se torna uma bagunça e eu só quero que acaba logo, seja lá o que for. Coloco meus sapatos e visto uma jaqueta.

— Não vai trocar de calça? — Tobias encara minha confortável calça moletom com confusão.

— Sem tempo para isso — respondo, puxando ele. Eu e meu grupo ficamos perto uns dos outros, mantendo um ritmo de corrida similar. Infelizmente, não rápido o suficiente para sermos os primeiros. Os nascidos na Audácia já estão lá quando chegamos.

— Privilegiados — resmunga Liam ao meu lado.

Observo armas e munição, mas a caixa diz "paintballs". Balas de tinta?

— Vamos caçar? — Liam murmura, seguindo meu olhar.

— Caçar o quê? — rebate Kim.

— Peguem uma arma! — Kyle grita e todos obedecem imediatamente.

Fico aliviada por não ser pesada e o pacote com munição caber no bolso da calça.

— No trem falaremos sobre a missão de hoje — continua o instrutor dos privilegiados.

Seguro uma careta de decepção. Mais trem.

— Nem sei se meu corpo está acordado o suficiente para pegar um trem — Liam sussurra pra gente.

— Não sei se meu corpo está acordado o suficiente e ponto — diz Kim.

Suspiro resignada.

— Vamos conseguir — garanto, sabendo que todos nós somos bons atiradores. A não ser Kim, ela é excepcional.

O trem de aproxima e Blake é o primeiro a entrar, então todos os iniciandos e Kyle por último, garantindo que todos estão dentro.

— Vamos brincar de caça-bandeira hoje — Blake anuncia. Os nascidos na Audácia de animam, mas os transferidos apenas encaram ele.

— Nos dividiremos em dois times para um jogo de caça-bandeira. Cada time será composto de iniciandos nascidos na Audácia e transferidos. Um time sairá para esconder sua bandeira primeiro. Depois, será a vez do outro time. – Kyle explica.

— É uma tradição da Audácia, então a levem a sério — Blake diz.

Troco olhares com Tobias, que está ao meu lado. Temos que vencer isso.

#teamblake (porque COM CERTEZA ele vai escolher a Skyzinha)

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#teamblake (porque COM CERTEZA ele vai escolher a Skyzinha)

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