Capítulo 4

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Me visto apressada e analiso meu rosto antes de sair de casa, não devia ter bebido tanto. Culpa da minha mãe que não parou de me oferecer todos os drinks e shots do bar. A noite passada foi incrível, meus pais vieram me ver junto com alguns dos meus primos e tios, estava com tanta saudade deles.

Tenho uma reunião nessa manhã, um dos motivos de eu ter vindo para cá foi para resolver uma possível parceria com um empresário muito conceituado, Vacchiano.

Não posso vir para Toronto toda vez que algo acontece, por isso tenho procurado um possível sócio. Meus advogados que estão resolvendo tudo, a sociedade entre nós já está firmada. Hoje é só um café da manhã para sermos apresentados.

Vejo meu advogado sentado ao lado de um homem de terno e sorrio indo até eles.

– Brendan, bom dia – O cumprimento com um sorriso. – Espero não estar muito atrasada.

– Não, chegou na hora certa. Estava agora mesmo explicando ao senhor Vacchiano que o hotel da senhorita está entre os dez melhor.

– Não esperaria nada menos de você senhorita Walker – Ouço a voz estranhamente familiar e me viro com o sorriso murchando conforme encaro o homem a minha frente.

Vacchiano.

Samuel.

Samuel Vacchiano.

Ai não!

– Oh, vocês se conhecem? – Brendan pergunta surpreso vendo o choque em meu rosto.

Samuel me encara e dá um sorrisinho.

– Ah sim, a conheci no elevado outro dia – Diz, sinto meu rosto arder e tenho certeza de que estou corando.

– Isso é ótimo! Bom, vou deixa-los conversar. Bom dia – Brendan se retira e solto palavrões baixinho.

– Então... Sócia – Samuel se dirige a mim com um sorriso provocador. – Estava pensando, o que acha de abrirmos uma ala para os homens, bebidas, belas donzelas solteiras, jogos.

– O que!? Meu hotel é um espaço familiar, não vou permitir que o transforme em um... clube de swing, um bordel ou qualquer coisa desse tipo – Digo chocada.

– Nosso hotel, amor, nosso hotel – Diz rindo e tocando minha perna. Me afasto dele e reviro os olhos. – E não seria um clube de swing, embora eu goste bastante da ideia. O que me leva a uma pergunta, já foi em um?

– Um o que? – Questiono confusa.

– Em um clube de swing, amor. Já esteve em algum?

– Você definitivamente está tentando me irritar – Digo suspirando fundo. – Não, nunca fui e jamais terei interesse de conhecer um.

– Nunca, é? Bom – Deu de ombros e acende um cigarro.

– Apaga isso agora – Ordeno apontando para placa proibido fumar. – Tem crianças por aqui.

Ele se inclina na minha direção e sorri a centímetros da minha boca.

– Eu adoro isso, você com certeza é uma calculista nata. Já parou para prestar atenção em si mesma? Em como as ordens saem com facilidade de sua boca? Até eu fico tentado a obedecê-la senhorita Walker – Ele traga o cigarro antes de voltar a dizer. – Por isso, vou te dar essa chance, uma troca. Eu tiro o cigarro dos lábios e você o substitui com sua boca. Devo admitir, seus beijos são deliciosos, amor.

– Acho que invés de gastar seu dinheiro com essas vulgaridades, você deveria consultar um otorrino – Digo o olhando com pena. – Ou talvez um neurologista, porque se eu bem me lembro disse que nunca mais ia acontecer nada entre nós. E isso inclui qualquer coisa.

La Mia Dea HelenaOnde histórias criam vida. Descubra agora