Capítulo 11

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– Branco ou Vermelho? – Hel pergunta indecisa encarando as pequenas lingeries, uma de cada lado da sua mão. E enquanto ela aguardava uma resposta tudo o que eu conseguia pensar era nela vestindo aquilo, e eu sempre tive uma boa imaginação.

– Pegue as duas, Mia Dea. Você merece, compre o que quiser – Ao lado de Helena vejo a funcionária da loja com os olhos brilhando em admiração enquanto nos observa.

– Vocês formam um casal perfeito – Ela diz.

Meus olhos se desviam para Hel e me surpreendo quando sua expressão continua serena e ela sorri.

– Obrigada! Patry, querida, pode me mostrar a seção das bolsas?

– Claro, é por aqui – Elas seguem para outra parte da loja e me sento em um dos sofás para esperar.

A loja estava vazia a essa hora do dia, as outras vendedoras da loja organizavam algumas peças novas em alguns lugares, ás vezes vinham até mim e ofereciam algo para comer ou beber.

Cerca de quarenta minutos depois Hel volta com uma pilha de roupas nos dois braços mal aguentando andar sem tropeçar, de certa forma eu já esperava por isso. Mas quando a outra mulher surgiu atrás dela com ainda mais roupas fiquei estático. Acho que a quantidade de roupas nos braços delas é o equivalente a quantidade de roupas que uma pessoa normal teria no closet!

Quando Helena viu o choque em meu semblante, algo que eu descobrir ser uma das minhas 5 coisas favoritas nela aconteceu, Hel corou, seu rosto assumiu uma tonalidade muito fofa de rosa e ela se apressou a explicar:

– Eu vou pagar por tudo isso, mas como estou sem meus cartões, você pode pagar agora, por favor? – A acusação sobre os cartões não me passou despercebido, porém, o tom ainda presente em suas bochechas me fizeram ignorar tudo isso.

Abri a carteira e retirei um dos cartões entregando-o a ela que o pegou com um pouco de dificuldade.

– Não esperaria menos de você, Hel – Volto a me sentar na cadeira de antes e me lembro: – Dezenove de janeiro

– O quê? – Ela pareceu assustada por um momento – O que tem dezenove de janeiro?

– Você bem sabe que dia é, amor – O aniversário dela. – E também é a senha deste cartão. Quero que fique com ele, independente do que aconteça.

Helena segue até o caixa e volta um tempo depois parecendo confusa.

– Então... Eu não pensei bem no que faríamos com todas essas sacolas. Em Londres bastava que eu ligasse para o meu motorista ou apenas colocava no meu carro.

– Nosso motorista já deve estar chegando, ele vai levar suas compras para nossa casa –  Explico.

– Nossa? Eu não... –  Pela primeira vez desde que a conheci vejo Helena assim. As palavras que escapam de sua boca são como sussurros inaudíveis.

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Enquanto eu mostrava um pouco da minha cidade para a minha garota notei que ela estava mais quieta que o habitual. Depois de mais alguns minutos do silêncio tortuoso e as perguntas sem respostas resolvi que descobriria o que há de errado com ela.

– Hel – Chamei baixo passando a mão em seu pescoço macio e a trazendo para perto, nossas bocas a centímetros uma da outra. – Me conte o que está acontecendo

– Não sei do que você está falando, Samuel – Murmura se fazendo de desentendida, mas nem ao menos teve coragem de me olhar no rosto – Podemos continuar o passeio? – Ela tenta se afastar, porém colo seu corpo ao meu a mantendo presa.

– Não – Respondo com firmeza. – Não até que me diga o que há de errado, Mia Dea, principessa del mio cuore*. Você está assim desde o momento em que saímos daquela loja.

Helena troca o peso dos pés e respira fundo ainda sem me encarar.

– Não me chame assim, Sam – Pede sussurrando. – Não me diga essas coisas

– Por quê não, Hel? – Sussurro de volta em sua boca.

– Porque quando você diz coisas... quando você me fala essas coisas eu quase acredito – Quando as palavras saem de sua boca um meio sorriso se forma na minha.

– Amore mio... Tudo o que digo a você é verdade, estou viciado em você, Hel, seu cheiro, seu gosto, a risada mais gostosa que já tive o prazer de ouvir e a boceta mais quente e apertada de todas. É a porra de uma deusa, perfeita pra caralho. Então me diga, por que eu diria alguma mentira para você, não consegue ver que estou perdida e fodidamente apaixonado?

A primeira lágrima rolou pelos seus olhos, e depois a segunda, terceira, incontáveis enquanto ela se inclinava acabando com qualquer distância entre nós. Helena me beijou como se sua vida dependesse disso. E me arrisco a dizer que a minha dependia.

Porque Deus sabe.
Se ela mulher me mandasse ao inferno desafiar o diabo, eu iria, e pegaria a porra do trono para ela.

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Mia Dea, principessa del mio cuoreMinha deusa, princesa do meu coração

La Mia Dea HelenaOnde histórias criam vida. Descubra agora