Capítulo 6

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Pego-a no colo e a deito na poltrona reclinada, Hel está tão cansada que nem acorda. Essa garota quando dorme parece que morreu.

Me sento ao seu lado e acaricio seu rosto sereno, Helena é perfeita, sua voz suave e ao mesmo tempo autoritária é uma das coisas que eu mais amo nela.

10 horas depois, uma das aeromoças me acorda e avisa que já estamos chegando, vejo-a olhar para Hel com raiva e reviro os olhos.

Meu avião pousa no terreno e carrego Hel com cuidado para dentro de casa. Preocupando-me com a quantidade de horas que ela está dormindo.

Entro no elevador e a levo para meu quarto. Ela suspira e se encolhe mais em meu colo, a ponho deitada em minha cama e a cubro com alguns cobertores, Itália é fria nessa época do ano.

Tomo um banho rápido e me visto antes de ir para a cozinha preparar algo para ela comer. Mexo nos armários os encontrando cheios, assim como a geladeira. Separo laranjas, alguns pães, a geleia de morango com amoras e ingredientes para fazer um cornetto recheado com creme de avelã.

Espremo as laranjas, ponho o pão na torradeira e enquanto a massa está no forno, passo geleia nas torradas e ajeito tudo na bandeira, retiro o tabuleiro do forno e coloco um.dos cornettos no prato. Subo as escadas e abro a porta do quarto vendo Helena deitada na cama de um jeito estranho. Vou até ela deixando a bandeja na cômoda ao meu lado. Acaricio seus cabelos os tirando do rosto e beijo sua testa.

- Amor, acorda - Sussurro batucando meus dedos em seu braço.

Ela resmunga e se mexe antes de abrir os olhos me encarando, primeiramente ela sorri, mas ao olhar em volta se senta assustada.

- Onde... Que lugar é esse? - Pergunta confusa.

- Minha casa, Florença - Murmuro tocando seu rosto.

Ela se afasta de mim e sinto meu rosto arder.

- Você é maluco ou algo do tipo? Que merda está acontecendo? - Pergunta me encarando furiosa.

- Você tem a mão bem pesada, amor - Digo sorrindo.

- Olha, - Ela suspira e sorri para mim - uma brincadeira muito engraçada, mas já deu. Me leva de volta agora!

- Fiz seu café da manhã - Murmuro a ignorando e pegando a bandeja. - Espero que esteja com fome.

- Não quero nada que venha de você - Ralha brava.

- Não? - Pergunto rindo. - E ontem? Uma exceção?

- Aquilo nã...

- Não vai mais se repetir, não é? Certo. - Dou de ombros e belisco um pedaço do cornetto levando até sua boca.

Ela encara minha mão por alguns segundos antes de separar os lábios e comer a massa folhada recheia, mordendo meus dedos de propósito. Hel suspira surpresa enquanto mastiga, ela toma a bandeja de minhas mãos e se senta direito na cama comendo tudo o que preparei.

Fico a observando durante todo o processo, quando ela bebe o último gole do suco me encara de cima a baixo com uma careta.

- Você me sequestrou, não fique esperando que eu te agradeça por isso - Diz irritada - Me alimentar depois de me desmaiar de tanto trepar é o mínimo que poderia fazer, seu imbecil

- Acho que você não conhece as palavras certas para agradecer por alguma coisa - Nego sorrindo para provocá-la. - A pobre menina rica só conhece a linguagem das ordens.

- Não pense que pode, entendeu? - Diz séria. - Não finja que sabe alguma coisa sobre mim. Não é porque nos transamos e você ficou obcecado que isso significa que seremos melhores amigos, ou seja, o que você achou que aconteceria. Não. vai. rolar.

- Na verdade, eu só não queria ficar tão longe de você - Dou de ombros. - E chame de obsessão ou do que você quiser. Eu só não queria que você fosse embora.

Hel me olha atentamente e suspira.

- Olha, não que fosse fazer diferença, mas você poderia ter dito alguma coisa. Talvez eu até te desse um beijinho de despedida.

- Está de brincadeira comigo, porra? - Pergunto ficando irritado.

- O que você achou que iria acontecer? - Rebate sorrindo com escárnio. - Pensou que passaríamos a semana juntos e eu perceberia que estou completamente apaixonada por você e imploraria para ficarmos juntos? Desculpe, essa não sou eu. Não faço o tipo submissa.

- Nunca pediria isso a você, pode pensar que não te conheço, mas sei muitas coisas sobre você, amor - Toco seu rosto e ela não se afasta. - Só o que peço é que não me despreze logo de cara, me dê uma chance de te provar que posso ser bom para você.

- Aqui tem um banheiro? - Pergunta pondo a mão na boca.

- Você está bem? - A olho preocupado.

- Isso... Essa ladainha está me dando vontade de vomitar - Ela aponta para mim e revira os olhos.

- Você pode não acreditar nisso agora, mas irá mudar de ideia com o tempo - Suspiro fundo desviando o olhar do dela.

- Hum... Acho melhor comprar um banquinho bem confortável e esperar sentado - Diz. - No dia em que sentir algo por você além de tesão e raiva, eu mudo meu nome.

- Sim, você muda - Digo sorrindo.

Helena Roberts Walker Vacchiano.

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