capi. 39

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Rafaela

O som suave da voz da Maria Isabel me desperta, causando uma sensação boa. Não consigo abrir os olhos, talvez pelo cansaço, então apenas continuo aproveitando.

- Tu desligou minha estrutura, me fez parar em meio a chuva, pôs mil estrelas no meu peito e a culpa é tua de explosões que até ontem eu ouvi. - A voz angelical enche a casa, fazendo meu coração transbordar de amor.

Sinto meu corpo dolorido e um cansaço terrível, mas nem ouso reclamar, já que o motivo disso tudo é bem compressível.

Maria Isabel literalmente me apagou na cama depois que decidiu que já estava satisfeita com tudo. A energia que mostrou ter só pode ser enviada pelo diabo, já que não é algo normal. Tive que me manter forte, pela primeira vez na vida, e não acabar com a empolgação da mesma.
Mas, sabia que pela manhã eu estaria um caco ambulante.

Ouço seus passos próximos e então a porta ranger.

- E o mundo inteiro pode até se enganar, mas eu aposto que você vai entender o frio imenso só de não poder dizer.. Quero você. - Ela canta distraída, com sua voz suave e doce invadindo o quarto.

Se tem uma coisa que eu amo nela, é a voz.

- Acordou animada.. - Falo, abrindo meus olhos, a encontrando ela com uma bandeja mas mãos. Seu sorriso surge, fazendo seus olhos fecharem e as bochechas ficaram em tópico.

Ela está com o cabelo num rabo de cavalo, alguns fios soltos, a minha blusa no corpo e provavelmente sem short.

Deus, como faz para ter essa vista o resto da minha vida?

- É, ótima noite de sono. - Ela comenta tímida, e eu rio. Seu corpo se aproxima, coloca a bandeja cuidadosamente na cama e depois senta devagar, levanto e fico sentada.

- Hum, o que a senhora fez? - Olho para bandeja investigando.

É pão francês, com suco de manga e uma maçã.

Algum defeito ela tinha que ter.

- Eu consegui fazer sem queimar! - Me encara e percebo o brilho nos seus olhos, sorrio orgulhosa.

- Parabéns, chatinha! - Pego o pão e começo a comer. Ela apenas me olha atenta, seu olhar desce para meu pescoço e suas bochechas ficam vermelhas. - O que foi? - Tento achar o problema mas não encontro.

- Você deve tá com umas 4 marcas de chupões... - Sua voz é tímida, e eu rio.

Pessoas totalmente diferentes.

- Isso aqui foi uma louca que me agarrou ontem. - Tento aliviar o clima e ela rir ainda meio envergonhada.

- Seus braços e sua barriga também estão marcadas... - Ela comenta com mais vergonha e eu procuro os locais.

- Eita, que hoje a minha mulher me expulsa de casa! - Bebo o suco, enquanto ela me olha com os olhos suspeitos.

- Isso que dar ficar com qualquer uma pela rua. - Entra na brincadeira, tentando tirar a timidez.

- Ah, não deu pra resistir! Ela era mó gata e ainda por cima falava que nem uma matraca. - Tento manter meu tom sério e ela joga a cabeça para trás rindo.

Por diversas vidasOnde histórias criam vida. Descubra agora