capi. 5

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Rafaela

- Você viu aquela parte que eu cantei e todos aplaudiram?? - Pergunta me rodeando, e a animação é presente. - E então, eu dancei e depositei tudo na voz! - Ela para na minha frente e eu sorrio.

- Sim, você foi incrível! - Comento sincera. - Sua voz é muito bonita, e tenho certeza que todos gostaram do show. - Alcanço meu nível de gentileza.

- Muito obrigada!! - Agradece meiga. - Eu amo cantar, é minha coisa favorita, ainda mais no meio de diversas pessoas! - Apressa os passos. Rodando pela calçada e dando pulinhos.

A energia dela é infinita, a forma como fala e se anima facilmente é admirável.

- Você realmente tem jeito para isso, mostrou que aquilo é para você. - Falo calmamente, ela sorri de lado.

- Nunca imaginei que fosse possível estarmos juntas sem brigar. - Rio. - Apesar de ser meio fechada, você é legalzinha! - Provoca, segurando o riso. - Você é o tipo de menina que evita afeto, porque quer se durona. - Ela indica, me deixando na dúvida. - Mas na real, só precisa de cuidados e amor. - Reviro os olhos.

- Eu não sou assim. Não sou durona, e não preciso de carinho. - Aponto e ela suspira. - Só não gosto de ser totalmente aberta para todos, só em algumas ocasiões. - Pisco cínica, e a cachinhos dourados balança a cabeça em negação.

- Você é aquela durona, que precisa de carinho e se faz de solta apenas para ocupar o espaço em seu coração. - Acrescenta, causando uma pontada.

Não vamos deixar ela atingir.

- Como sabe disso? É vidente? - Desafio.

- Eu sei porque minha mãe Lay era assim, desse jeitinho mesmo, e no fim só precisou de um carinho e uns chamegos! - Dá de ombros.

Coisa brega!

- Mabel, isso era só uma farsa dela, no meu caso é minha personalidade. - Explico.

- Espero que um dia você perceba que está errada. - Ela para em frente a uma loja. - Deixa esse assunto para depois, porque agora vamos tomar sorvete! - Me olha, talvez esperando alguma reação.

A loja é pequena, com alguns bancos na frente, pessoas e uma decoração bem colorida.

Vamos lá, Rafaela!

- Uau! - Balanços os as mãos e tento fazer uma expressão animada. - Que incrível! - Ela coloca a mão na cintura e lança um olhar decepcionado.

- Nossa, Rafaela! - Resmunga, e entra na loja, me deixando sozinha do lado de fora.

Vou atrás dela, mesmo querendo mandar ir a merda.

- Desculpa, mas é que não é algo de se impressionar, só isso! - Me explico.

Parabéns, Rafaela!

- Ok, tudo bem! - Ela respira fundo. - Vai pedir que sabor? - Sua voz angelical ressuscita, mostrando que o clima está bom novamente.

Graças a Deus!

- Não sei! Qual é o seu favorito? - Pergunto.

Por diversas vidasOnde histórias criam vida. Descubra agora