sixty seven

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Narrado por:
S H A W N

            🍀

Dra. Harris: Tem algo te incomando, Shawn?

Tantas coisas... Mas me limitei a negar com a cabeça para a doutora Harris.

Dra. Harris: Tem certeza? Você pode ficar à vontade, não irei dizer à Theodora o que nós dois conversamos aqui, e vice-versa.

Eu sei.

É só que... Antes, mesmo com toda a merda que a vida colocava no meu caminho, eu ainda conseguia me manter são, me manter o controle dos meus atos, das minhas escolhas e dos meus sentimentos, seguindo com a minha vida da forma em que eu pensava ser a correta – era o certo.

Hoje... Eu somente queria entender onde eu deixei toda a situação sair do meu controle, até mesmo eu. Eu sei, eu deveria odiar essa coisa maluca por atrapalhar a minha vida, mas, quando eu olho para ela... Eu não consigo ver maldade na Theodora.

A Thea têm sim um milhão de parafusos à menos dentro daquela cabeça, não precisa ser um expert com milhares de PhD's para perceber isso, porém, é exatamente essa loucura que faz ela ter uma energia, digamos assim, que contagia qualquer ambiente que ela está presente. É algo dela: se feliz, tudo ao seu redor será consumido por essa alegria, assim como foi durante toda a loucura no Natal do Floquinho de Neve.

Porém, quando ela está triste, magoada, aflita como aconteceu no domingo... Eu nego, mas, o fato é que fazia um bom tempo que eu não me preocupava com alguém dessa mesma forma em que eu me preocupei com a Theodora, com aquela sensação de querer tirar todas as suas dores o mais rápido possível.

Eu quase supliquei aos meus amigos para que eles abrigassem-na em sua casa, isso mais para um capricho meu, por me tranquilizar de todas as formas possíveis. Era necessário aquela teimosa, assim como eu naquele incidente, tirar um tempo para ficar em repouso, evitando qualquer outro ferimento mais desastrado; deixá-la sozinha naquele galpão não poderia ser uma opção, eu senti que não conseguiria mantê-la segura dessa forma.

E não foi tão ruim assim. Eu sei que a Theodora adorou de fofocar com as vizinhas e dormiu até demais durante esses poucos dias em que ficou na casa dos Dallas, algo naquela cabecinha cheia de surtos também precisava desse descanso.

Eu fiz o que eu pude.

Eu estou fazendo o que eu posso porque... "Eu sou como um leão, masoquista e doentio" – piadas à parte, essa frase grudou na minha mente porquê, um pouco antes de dormirmos, ela estava completamente concentrada lendo Crepúsculo no seu iPad e, bom, se pararmos para relacionar esse trecho com a minha vida, a parte do masoquismo não deixa de ter um resquício de verdade. – A prova disso, foi o que aconteceu hoje pela manhã.

Eu posso até ter planejado tudo nos mínimos detalhes, com todas vírgula e ironias que eu diria ao expor essa minha ideia sobre como poderíamos plano de burlar as regras da doutora Harris – me desculpe por isso, doutora –, porém, entre todo o meu esforçado planejamento, eu esqueci de pensar um pequeno detalhe de execução.

Eu consegui lidar muito bem com a sua mão sob a minha camisa, descansando sobre a pele do meu abdômen, já é algo normal ela querer esquentar-se por alí, mas, jamais passou pela minha mente confusa a verdadeira confusão que seria ver a imagem dela deitada sobre a minha cama, confortável entre os meus lençóis e entre os meus braços. Os seus cabelos estavam perfeitamente bagunçados sobre o meu travesseiro, as suas mãos macias e que têm um toque de porcelana passeavam pela minha face, exploraram o meu cabelo, descansaram em meus braços.

What Happened in Las Vegas? ⋰ Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora