twenty five

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Narrado por:
T H E O D O R A

🍀

Theodora: Olha esse Gucci que eu encontrei, mamãe.

Um macacão para recém-nascido branco e em um tecido felpudo branquinho, a coisinha mais fofa que eu já vi na vida.

Mãe: Oh meu Deus. Parece que eu estou vendo uma bolinha vestida com isso. Você tinha uma parecida, era rosa claro. - a minha mãe logo abraçou aquela roupinha como se lembrasse de mim quando criança - Uma bolinha, a minha bolinha cheia de dobrinhas, eu ainda devo ter guardada. Que saudades desse tempo... Para quem é essa fofurinha?

Theodora: Uma amiga recentemente descobriu que está grávida e como hoje eu vou fazer uma visita, mais cedo na Quinta Avenida eu vi essa coisinha na vitrine e resolvi levar como um presente. É muito lindo, não é? Comprei branquinho porque ela ainda não sabe se é menino ou menina, assim pode usar com os dois. É tão macio. - a minha mãe riu quando me viu agarrar aquela roupinha.

É muita fofura, eu não consigo me controlar.

Mãe: Imagino quando for os seus, eu consigo ver nitidamente você agarrada com a criança o dia inteiro, igual como faz com os seus cachorros... Vai ser o bebê de um lado e os cachorros do outro. - eu também imagino exatamente isso.

Não me faz chorar mais uma vez porque a Kyla não está aqui, mãe.

Mãe: Hey, meu amor...

A Kiara estava certa, ela sempre está certa porque é verdade, você dar um nome faz com que crie-se um certo apego e foi isso o que aconteceu, eu me apeguei a Kyla e sem ela estar aqui bem mais do que eu deveria.

Mãe: O que aconteceu, Theodora?

Theodora: Nada.

Eu não deveria chorar por isso.

Mãe: Você não me engana, mocinha. O que houve? Eu fiquei sabendo que desde sábado você está aqui, vai voltar pra casa?

Eu não tinha psicológico para passar uma segunda noite dormindo sobre aquela cama onde as cobertas têm o cheiro dele impregnado, sentindo a presença dele me sondar naquela casa até quando eu estou de olhos fechados por causa das minhas lágrimas – sim, eu estava acordada quando Shawn, depois de toda aquela merda dita, sentou-se na cama e ficou alí por um bom tempo quieto, ao menos isso e não me pergunte o porquê, eu não sei o que motivou... Tá, talvez esse porquê não seja tão complicado descobrir, ele deve ter ficado me observando dormir pelo mesmo motivo em que cedeu o seu espaço: culpa; só pode ter sido por isso.

Eu sabia que não iria ser como dar essa notícia a um possível pai que já espera recebê-la à meses com a sua esposa, como é em um casamento normal. Eu tinha consciência de que seria um momento tenso, de dúvidas e inseguranças, mas, não que o Shawn iria reagir de uma forma tão... deplorável.

Eu não poderia ser hipócrita e fingir que vivemos em uma sociedade onde um bebê inesperado é aceito tão facilmente com muito amor e carinho por ambas partes porque não é assim. Era necessário colocar na mesa todas as saídas que um homem tem para encarar uma situação como essa – infelizmente eles têm saída, eles podem escolher; com a mulher não é bem assim.

Eu tinha certeza que, mesmo com tudo acontecendo tão de repente, o Shawn não iria falhar com mais essa nova aventura, outra consequência de Las Vegas, e eu não estava errada. Desde o princípio da conversa, ele deixou bem claro que iria fazer o mínimo, que seria assumir a sua responsabilidade como pai, e o máximo que deveria ser não deixar nada faltar à ela, principalmente o seu amor. Eu percebi que, assim como eu, ele também a queria. O que eu não esperava, nem nas minhas piores suposições, foi aquela situação errônea que ele impôs à mim.

What Happened in Las Vegas? ⋰ Shawn MendesOnde histórias criam vida. Descubra agora