What Happened in Las Vegas? ⋰ Shawn Mendes

hundred & four

Narrado por:
T H E O D O R A

            🍀

Quando ele puxou os lençóis sobre nós dois, o meu primeiro impulso foi tirar todo o cabelo que caiu sobre a sua testa.

A correntinha que eu dei à ele, fria, colidindo contra a minha pele.

Tão lindo.

Mesmo com a pouca luz, eu percebi que esse meu gesto o fez abrir um sorriso sincero, tímido, tão puro que... Quando eu cedi aos seus lábios, eu não tinha mais dúvidas sobre o que eu realmente queria pra mim.

Pode ser confuso, paranóias ou ilusões devido a intensidade, mas sentindo-o, encarando a imensidão dos seus olhos, eu senti como se estivesse encarando um verdadeiro reflexo meu porque eu vi neles a mesma confusão que existe em meu peito. O mesmo caos. As mesmas dúvidas que eu tenho medo de compreendê-las, de nutrí-las e no fim, contrariando os gritos do meu coração, elas serem um erro.

Eu queria ele, tudo dele.

Seria errado querer ele em meus braços?

Eu não senti que estava errando.

É loucura.

Eu nunca consegui sentir tanta intensidade, tanta vontade de ter alguém, sentí-lobcontra a minha pele e em mim com tantos... o meu corpo não o reconhece como o meu maior erro, mas sim como aquela metade que me completa, que entende o meu vazio. Com o Shawn eu não me sozinha, eu sinto como se somente ele fosse capaz de preencher a minha solidão interna.

A entrega é fácil, à flor da pele. O seu beijo me acende como nenhum outro nunca conseguiu.

Nunca.

E eu entendi isso quando cravei as minhas unhas contra a sua pele suada, quente, porque... Até a forma em que os nossos corpos de chocavam, que as nossas respirações se completavam foi diferente da primeira vez em que transamos conscientes.

Naquela noite, nós até tivemos um segundo jantar nus sentados no chão do quarto; ontem, deitada sobre o seu peito, em um completo silêncio, eu apenas desejei que todo aquele tum-tum-tum do seu coração acelerado, que batia forte em seu peito, fosse porque ele também sentiu as mesmas coisas estranhas, as mesmas borboletas que habitavam o meu estômago, as estrelas quando chegamos ao ápice juntos.

A sua respiração pesada contra o meu pescoço.

Os seus dedos entrelaçados aos meus, forte.

O seu cheiro.

Eu não sei se isso é possível mas, mesmo agora, de cabeça fria e com as minhas emoções no que eu penso serem o local certo, eu só consigo pensar no amor que eu senti em seus braços. Foi tão honesto, tão verdadeiro que, somente dessa vez, eu queria estar certa. Eu não queria que todo esse sentimento tão bonito, tão puro, fosse apenas consequência da minha imaginação, de uma certa carência que eu tenho de afetos porque nenhum deles jamais conseguiu me enxergar com metade da doçura que eu senti nos seus olhos, no seu toque.

Foi amor.

E eu preciso que alguém interne em alguma clínica psiquiátrica, diga que eu estou realmente louca, em surto porque entre tantas lições que eu poderia aprender com essa sentença, eu resolvi fazer a única que não foi passada para nós dois: eu aprendi a amá-lo como eu nunca me permiti amar alguém em toda a minha vida.

Eu amo o Shawn.

E eu só posso ser masoquista porque eu sei qual é o fim desse filme, afinal, eu sou um erro.