Surpresas

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– Por favor, não é o que você tá pensando! – ele falou e eu ri pelo nariz.

– Você quer me tirar de palhaça? Sério, tá conseguindo! Por favor digo eu! Eu não tenho motivos pra estar chateada. Você não tem nada sério comigo, pode ficar com quem bem entender, mas não me faça de idiota. Há 20 minutos você estava transando comigo lá em cima. O que pensa que eu sou? – falei rápido, mas não alto. Numa altura que só ele conseguia ouvir.

– Ela que veio pra cima de mim, eu estava sentado de boa com os caras e ela se jogou em cima de mim.

– Ahh por que não falou logo? Coitadinho do Neymar indefeso! Qual é! Pode continuar sua festa particular com sua amiga ou seja lá o que for. Me deixa de boa! – Eu falei o deixando sozinho e me retirando. Preferi não comentar nada com o Gabriel.

Fiquei mais um tempo na festa pra não parecer óbvio o motivo de estar indo embora. Na verdade nem era tanto por isso, eu estava me sentindo culpada pois poderia estar estudando, isso foi só um estímulo de que eu não deveria estar ali.

Já era umas 7:30 quando chamei um uber e fui pra frente da mansão, não falei com Neymar mais e evitei ficar perto. Avisei ao Gabriel que estava indo embora e ele queria ir comigo, mas não deixei, disse apenas que estava cansada. Cheguei em casa e eu estava morrendo de ciúmes do que poderia rolar nessa festa, mas não vou dar o braço a torcer e nem muito menos demonstrar isso (mais do que já demonstrei). Tomei um banho rápido e caí na cama, custei um pouco pra pegar no sono mas finalmente consegui.

Acordei com meu celular tocando, não fazia ideia de que horas eram.

– Alô? – falei sonolenta

– Ana, você está em casa? – aquela voz era a última que eu queria ouvir nesse momento

– Não! – falei simples

– Você está sim, eu tô vendo seu abajur ligado pela janela – ele falou

– Porque você tá aqui? Volta pra sua festa, eu tô cansada, quero dormir! – falei me sentando na cama

– Abre aqui, por favor! Tá frio e a rua tá muito esquisita – ele choromingou

– Puta que pariu, eu tô com tanta raiva de você – falei desligando o celular

Desci as escadas na maior calma possível, era pra ele ter ficado naquela festa inútil.

– O que você quer? – falei abrindo a porta

– Me desculpa? – ele perguntou com um buquê nas mãos

– Onde você arrumou isso uma hora dessas? – perguntei o encarando

– Ana, me desculpa? – ele estendeu ainda mais o buquê. Peguei o mesmo e abri mais a porta pra ele entrar.

– Acabou a festa? – eu perguntei

– Não, eu vi você vindo embora. Fiquei o tempo todo de olho em você. – ele falou meio sem graça

– Então não tinha porque se preocupar – falei

– Não era só preocupação, eu não queria ficar numa festa sem você. O que você viu foi um mal entendido, aquela garota é assim. Eu fiquei com ela algumas vezes e ela sempre faz isso. Eu não queria aquilo e entendo que você não tenha gostado. Me desculpa? – ele perguntou se aproximando de mim

– Eu não tenho por quê te desculpar. Você é livre e faz o que quiser. Eu não deveria ficar assim, mas porra, a gente tinha acabado de transar! – falei tentando disfarçar, mas eu estava realmente com ciúmes.

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