O acaso

Distantes por enquanto

– Sabe que parece que está me seguindo né? – falei para ele

– Adoro como você é direta – ele disse irônico

– Então, o que faz por aqui? – perguntei analisando o local

– Ah, nada... apenas curtindo com uns amigos – eu ia dizer algo mas fui interrompida

– Boa noite, galera! – uma voz muito família soou atrás de mim. Não fiz questão de me virar

– E aí, cara! Você por aqui? – Gabriel perguntou e eu me sentei

– Sim, decidi sair pra espairecer com os caras. Vejo que estão acompanhados. – Neymar falou seco

  – Ah, não, ele só veio falar com a Ana – Gabriel disse e arregalou os olhos pra mim

  – É, Bro, já vou indo. Ana, sempre um prazer! – me levantei e o cumprimentei com dois beijos na bochecha

  Ele se sentou na nossa mesa com seus dois amigos e eu continuei conversando com a Marcela e o ignorando totalmente. O tempo foi passando e o tempo todo ele estava me encarando e nem disfarçava. Eu estava com tanta saudade, mas não podia dar o braço a torcer. Já era umas 23h quando resolvemos ir embora. Pagamos a conta e cada um iria para seu carro, Marcela iria dirigir já que ela não bebeu.

   – Ana! – Neymar me chamou e Gabriel me olhou meio que reprovando.

  – Oi? – falei me virando pra ele, depois de assentir pra Gabriel, que apenas continuou andando

– Podemos conversar? – Não respondi nada, apenas fiquei encarando-o – como foi a sua prova? – perguntou se aproximando

  – Foi boa – respondi simples

 
P.O.V. Neymar

 
  Ela estava ali, tão próxima, eu só queria um beijo dela agora, sentir sua pele.

  – O que eu posso fazer pra você voltar comigo? – perguntei esperançoso

  – Voltar? Como que volta algo que nem começou? Você mesmo tantas vezes já deixou claro que não tínhamos nada sério, que estávamos nos conhecendo. E realmente era! – Maldita aposta, ela nunca vai me perdoar

  – Nós tínhamos algo! Eu só não sabia se era o momento – ela riu pelo nariz

  – Deixa eu te perguntar uma coisa – ela falou sem esboçar nenhum sentimento – Porque eu? – e me pegou de surpresa

  – Não entendi! – mentira, eu entendi sim

  – Porque você me escolheu pra ser sua vítima? Porque dentre tantas pessoas você escolheu uma das poucas que realmente sentia algo por você mesmo quando você não era quem você é hoje? – sua expressão tinha mudado, agora ela estava triste. E tava me quebrando ver ela assim.

  – Não foi intencional. Tudo aconteceu da forma que não deveria. Eu não queria magoar você, não queria te fazer de vítima. Eu realmente queria ficar com você e nem eu esperava que ia tomar essa proporção. Em 1 mês você fez eu me sentir como ha muito tempo não sentia. Fazia tempo que eu não sentia que alguém cuidava realmente de mim por ser eu mesmo. Essa ideia de topar essa aposta pra não parecer fraco foi estúpida e agora eu vejo isso. Me desculpa, eu fui um babaca. Isso nunca mais vai acontecer. – falei tudo que estava entalado e ela me olhava fixamente

– Se caso eu não tivesse visto as mensagens, o que você diria pra ele? – ela continuava me encarando desafiadora

– Ana, isso não aconteceu. Eu poderia falar várias coisas, mas não aconteceu. – falei tentando me explicar