*Por Débora Delmondes*
Eu me encontrava satisfeita com o resultado que obtive no fórum. Me arrisco à dizer que todos nós estávamos, eu sei que Bruno pareceu não estar muito feliz em ter que dividir sua filha com o pai biológico mas era isso. Era dessa forma que a lei decidiu e dessa forma teria que ser. Em todos esses anos advogando, eu jamais senti o gosto amargo de perder um processo. Passaram-se alguns dias e ele pareceu se conformar com o veredito, apesar de poder recorrer em segunda instância, ele negou interesse em tal atitude, talvez, ele tenha colocado a cabeça no lugar e raciocinado que a vida da filha não poderia ser usada como moeda de vingança. Ela não tinha culpa alguma dos danos que os pais biológicos lhe causaram, era apenas o produto final da grande mentira. A paz parecia ter voltado à reinar ali mas eu ainda não havia me esquecido de sua promessa. Eu gostaria de conhecer Lucarelli e ele como um homem de palavra cumpriu.
O dia do jogo havia chegado, fomos eu, Maria Heloísa, às duas crianças que pareciam ligadas no 380 e Oliver, era deveras questionável a atitude de Bruno de convidar Oliver, já quê, os mesmos estavam quase disputando ponto à ponto o coração da minha assistente. Bruno iria aprontar alguma...Dito e feito! Ele aprontou coisas que eram dignas de uma criança birrenta de 10 anos. Colocou o nome de Maria Heloísa como se ambos fossem casados, claro, somente para dar um toque indireto ou direto em Oliver. Eu sentia ambos tentando marcar território como dois lobos ferozes prestes à se rasgarem. Houve também a "confusão" com o apelidinho carinhoso e nada tendencioso, o que acarretou em uma bronca coletiva nos pobres estagiários e finalmente, me arrisco à dizer que ele havia sentado e estudado todas as possibilidades de socar aquela bola na cara do Oliver. Eu via a maldade correndo em seus olhos quando Maria Heloísa o encarou enfurecida, ele tinha sorte por haver muitas testemunhas no local, porquê, eu com toda certeza não estava pronta para ser indiciada por ser cúmplice de um homicídio e ocultação de cadáver. Depois do seu grande feito, ele foi substituído e o jogo terminou em 3 sets à 0 para o Brasil e com ele no banco, tomando esporro mas ele parecia nem se importar, sorria como uma criança que havia acabado de ganhar seu doce predileto. Quando nos deram sinal para descermos, Maria Heloísa pegou na mão de ambas às crianças eufóricas e nós descemos até a quadra. Os casal abraçou Bruno que os ergueu enquanto olhava Maria Heloísa o olhar séria.
- Cadê o Oliver?~ perguntou cínico~ Eu o convido para prestigiar a seleção e ele simplesmente não faz nem questão de acompanhar o jogo até o fim? Que desfeita.~ ele disse fingindo falso desapontamento. Meu Deus, como ele era cínico, eu consegui reprimir a gargalhada apertando meus lábios~
- Não se faça Bruno, você sabe bem o que fez. Ele está na enfermaria improvisada. Quantos km suas boladas conseguem atingir? 90? Você poderia ter provocado uma lesão séria nele.~ disse ela ralhando com ele em tom baixo de modo que somente eu e eles poderíamos entender~
- Não é para tanto. Minhas boladas podem chegar há 110 km~ disse ele sorrindo orgulhoso e fazendo Maria Heloísa arregalar seus olhos~ Ele é tão inteligente mas não sabe quais são às lei da ação e reação e da atração?~ disse ele ostentando a sobrancelha direita arqueada e deixando seu sorrisinho debochado escapar~
- O que você está falando Bruno? Onde a física se aplica no seu ato infantil?~ disse ela agora parada com os braços cruzados e batendo seu pé direito vigorosamente contra a quadra~
- Vou te explicar. Um minuto.~ ele pediu enquanto depositava ambas às crianças no chão. Ambos saíram correndo na direção de Lucão e Douglas. Bruno virou-se mais uma vez para conferir se ambos estavam à uma distância adequada, quando terminou de conferir, virou-se novamente em nossa direção~ É o seguinte: A lei da ação e reação e atração combinadas: Ele dá em cima de você~ ele disse apontando para Maria Heloísa~ Então, eu penso em uma reação, logo, aplico a lei da atração.
- Que seria?~ ela pergunta curiosa~
- Uma bolada bem dada na cara dele.~ disse Bruno como se fosse óbvio. Não aguentei e precisei rir, nesse momento ambos parecem ter se dado conta da minha presença no recinto~
- Você é impossível, Bruno.~ disse ela saindo brava na direção de Douglas que brincava com Gabriel~
- Oi, Dr(a). Como vai? Não te vi aí.~ ele disse sorrindo e coçando sua nuca de forma sem graça~
- Olá Bruno. Bela partida e bela explicação das leis da física~ eu disse rindo. Era errado? Sim, eu iria parar de rir? Não~ Ah propósito, pode me chamar de Débora. Sem formalidades.~ ele concordou com a cabeça. Quando eu iria perguntar de Alexandra uma vez nos interrompeu~
- Acho que chegou a hora de eu cumprir minha promessa.~ele disse e eu franzi o cenho em dúvida mas logo a mesma foi sanada, assim que ele apontou na direção de quê a voz provinha~
- Oh irmão. Ótimo jogo hein~ disse Lucarelli abraçando Bruno~
- Nem me fale, vamos com tudo. Ah por falar em ir com tudo. Essa é a Débora de quem te falei~ ele disse me apresentando para o colega de time e seleção. Ambos trocaram um sorriso sugestivo que me fez corar~ Bom, vou lá tentar acalmar a fera~ ele disse claramente arrumando um pretexto para nos deixar sozinho. Logo que ele saiu, Lucarelli se virou na minha direção~
- Doutora Débora. Bruno fala muito de você, prazer, Ricardo Lucarelli.~ ele disse e eu prontamente estendi minha mão para cumprimentá-lo mas o mesmo a envolveu e levou-a até seus lábios, onde depositou um beijo que me fez arrepiar~
- Estou curiosa para saber o que ele fala sobre minha pessoa. Você pode me dizer?~ eu realmente estava curiosa~
- Posso mas só se você aceitar jantar comigo hoje.~ ele disse enquanto largava minha mão suavemente, eu estava catatônica. Ricardo Lucarelli me chamando para jantar?~ Então, aceita?~ ele perguntou me retirando do transe momentâneo~
- Claro.~ aceitei prontamente, qual o risco que um jantar com ele poderia oferecer? Na melhor das hipóteses, algumas risadas e criarmos uma boa amizade. Na pior das hipóteses, eu poderia parar nua na sua cama. E meu Deus, como eu esperava pela pior hipótese~
VOCÊ ESTÁ LENDO
Without Me- Bruno Rezende
RomanceMaria Heloísa:"não costumava estar errada sobre às pessoas mas esperava estar errada sobre você, Bruno. Nós nos beijamos, eu cai no seu feitiço, te coloquei em pedestal, te ergui tão alto que se tornou inalcançável. Quando eu estava à beira de um ab...