Adivinhem Quem Vêm Para O Almoço?

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Bruno Mossa de Rezende On

Depois daquela conversa esclarecedora, meu pai saiu em direção ao seu quarto e me deixou sozinho novamente. Ele estava certo, ele estava certo, eu não poderia pressionar Maria Heloísa para quê ela me perdoasse, isso deveria partir dela em uma decisão própria, sem pressões, haviam se passado anos e querendo ou não, nenhum de nós dois éramos os mesmos.

Eu brincava com meus dedos, na verdade, eu estava criando coragem para convidá-la para vir almoçar com minha família amanhã. Até que respirei fundo e tomei coragem. Me sentei na cama enquanto pegava meu celular que estava sobre a mesinha que sustentava o abajur.

- Vamos lá Bruno, o máximo que ela pode te dizer é não.~ eu dizia para mim mesmo tentando me manter calmo, aquela mulher mexia comigo de uma forma avassaladora, eu não queria dar o braço à torcer mas estava morrendo de medo dela recusar meu convite. Se ela recusasse eu entenderia, depois da humilhação que ela sofreu quando foi embora dessa casa, eu também não colocaria meus pés nunca mais ali.~

Disquei seu número, tocou 4 vezes e quando eu estava pensando em desistir. Ouvi sua voz baixinha.

- Alô?

- Oi, sou eu. O Bruninho!

-Claro que é.

- Como sabia que era eu?

- Porquê você é a única pessoa sem noção o suficiente para ligar quase meia-noite para alguém.~ ela disse e eu pude ouvir sua risada~

Eu senti minhas bochechas esquentando. Eu estava envergonhado por ser xingado de sem noção? Era isso mesmo?!

- Então...Eu pensei se você e o Gabriel querem almoçar aqui em casa amanhã.

- Eu não sei Bruno. Seu pai sabe...

- Sim, foi ele mesmo quem sugeriu o almoço. Ele quer conhecer o neto e te ver... Aparentemente, não sou só eu que tenho saldo à quitar com você.

- Tá bom. Que horas devo estar aí?

- Passo para te buscar às 8 da manhã pode ser? Assim vocês já participam do café da manhã e eu posso passar mais tempo com o meu...~ eu iria dizer filho de uma forma tão natural mas me dei conta que Maria Heloísa poderia não gostar~

- Com o seu filho Bruno. Pode falar, eu não posso mudar esse fato!~ disse sussurando~

- Por quê você está sussurando?

- Estou amamentando seu filho e ele está tentando lutar contra o sono.

"Seu filho" ouvir aquelas duas palavras saindo da boca dela me fazia quase entrar em síncope. Nós sempre seríamos ligados pelo Gabriel.

- Você está aí Bruno?~ perguntou em dúvida~

- Estou sim, é que eu me distraí. Você ainda amamenta ele com leite materno?

- Sim, sempre tive muito leite e apesar dele ter quase 3 anos, o leite ainda não secou, então, deixo na demanda livre.

Era ela tão diferente de Gabriella. E eu havia à perdido.

- Ah sim, vou deixar vocês dormirem então. Boa noite, até amanhã... Amo vocês~ eu disse rápido mas logo me areependi~

- Boa noite Bruno, até amanhã. Nós também...~ ela disse e desligou~

Senti meu coração acelerar, como assim "Nós também"? Isso quer dizer que além de Gabriel, ela também me amava. Desliguei o Celular e fiquei tentando digerir suas palavras. Me joguei para trás na cama. Eu sentia meu coração pulsando como à bateria de uma escola de samba em plena Sapucaí. Virei para o lado sorrindo, me ajeitei e fechei meus olhos, instantâneamente o rosto dela veio perambular pelos meus pensamentos. Dormi com o rosto dela em minha mente.
...

Without Me- Bruno RezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora