Eu Caminho Com Um Jeito de Vingança

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Bruno Mossa de Rezende on

Assim que eu e Alexandra iríamos deixar a portaria do prédio de Maria Heloísa, observei Oliver entrando e vindo em minha direção. Conversamos bastante e ele me revelou a proposta de Gabriella. Aquela mulher não conhecia a palavra limites? Ela estava cada vez mais fora de si. Indaguei o motivo pelo qual ele me contara sobre algo que possivelmente iria acarretar no fim do quer que seja que eu e Heloísa estávamos tendo.

- Bom, eu não sou você e ela também não me ama. Se ela superou tudo o que aconteceu e agora, vocês dois estão juntos, é porquê não tem mais probabilidade dela amar mais ninguém além de você. Só um homem tem a capacidade de fazer uma mulher deixar de amá-lo Bruno e isso, você não conseguiu. Ela continuará te amando até que o sol estoure.~ ele disse sorrindo fraco~ Eu a amo mas não posso competir por uma posição que já tem dono. Só tome cuidado com a sua ex, ela é neurótica.

- Obrigado por ser sincero comigo, tomarei cuidado. Preciso avisar a Maria Heloísa sobre isso~ eu disse e ele disse que ele mesmo queria contar, eu concordei~

- Bom, vou subir. Você não tem nenhuma bola na sua mochila não né?!~ ele disse olhando desconfiando para a mochila que estava atravessada sobre meu ombro~

- Deixa eu ver~ vasculhei o interior da minha mochila, atrás da suposta bola~ Infelizmente não tenho mas posso te arrumar uma depois do próximo jogo do Brasil, na próxima quinta. Para quem é?~ perguntei curioso~.

- Na verdade. Não é para ninguém, eu só queria garantir que você não quebrasse meu nariz com outra bolada.~ ele disse dando um risinho baixo e eu senti vergonha por ter agido de forma tão infantil~

- Cara, me desculpe pela bolada é que...~ tentei me justificar e ele pareceu estar bem de boa~

- Tudo bem. Eu também preciso me desculpar por ter dito sobre você querer ser pai, eu não sabia de metade da história. Sinto muito.

- Então, estamos quites. Preciso ir, até mais~ disse entendendo minha mão e ele apertou~

...

- Bruno, eu estou com medo dela tentar algo contra nossos filhos.~ Maria Heloísa estava apavorada, eu também tinha receio mas não deixaria ela perceber~

- Ela não vai fazer nada.~ eu disse tentando tranquilizá-la da melhor maneira possível~ Amor, preciso desligar porquê a Ali está me chamando~ eu disse~ Fica tranquila que mais tarde, eu estou voltando para a nossa casa. Te amo

- Vai lá. Eu tenho mais casos para analisar, e quem te deu essa liberdade para chamar a minha casa de nossa, menino?~ eu disse rindo~

- Você deu. Quer que eu te refresque à memória?~ ele disse e eu entendi o duplo sentido em sua frase, senti minhas bochechas corando~

- Não precisa seu pervertido. Nos vemos mais tarde. Manda beijo para a Ali e para às meninas. Beijos, te amo, até mais tarde.~ ela disse e desligou~

Bruno Mossa de Rezende off

...

Maria Heloísa On

Passavam-se do meio dia e eu iria sair para almoçar mas não antes de passar na crechê e pegar meu pinguinho de gente. Saí de minha sala, dando de encontro com minha chefe, seu humor estava ainda melhor. Também, pegando o Lucarelli por todos os cantos. Quem não estaria sorrindo à toa? Assim que cheguei em meu carro e coloquei o cinto, senti um aperto em meu peito. Como se algo de ruim estivesse prestes à acontecer. Deve ser tensão pelo que fiquei sabendo. Dirigi por 10 minutos e cheguei na crechê. Saí do carro e fui de encontro com Elza, professora no jardim.

- Maria Heloísa? Você por aqui? Veio fazer algo?~ ela me perguntou e parecia surpresa com minha presença ali. Estranhei seu comportamento~

- Dei folga para a babá hoje e vim buscar o Gabriel. Cadê ele?~ eu disse observando todas às de mais crianças saírem mas não havia sinal do meu filho~

- Bem~ ela coçou a cabeça e parecia um pouco confusa e desconcertada~ Gabriel já foi.

- COMO ASSIM JÁ FOI?~ eu disse me exaltando~ COM QUEM? COMO VOCÊS DEIXAM QUALQUER UM LEVAR UMA CRIANÇA?~ nessa hora, eu já me encontrava desesperada~

- Tinha uma moça loura, muito bem vestida que veio aqui e disse que ela ficou incumbida de levar o Gabriel para a casa.~ ela disse me olhando com olhos arregalados~

- Ela disse o nome dela?~ eu perguntei engolindo em seco. Por favor não, por favor não. Que minha intuição esteja errada. Eu repetia em silêncio incessantemente~

- Gabriella.~ ela disse e eu senti minhas pernas amolecerem sobre os saltos que eu usava. Meus olhos queimavam e ela me olhava sem entender a gravidade do que estava acontecendo~

- Tá tudo bem Maria Heloísa? Quer que eu chame a polícia?~ ela me perguntou~

- Não. Deixe a polícia fora disso.~ eu disse correndo para dentro do meu carro e sai cantando pneu em direção ao meu prédio~ Isso só pode ser um pesadelo. Meu Deus, eu preciso despertar~ eu disse me beliscando mas a dor me convenceu que tudo aquilo, era muito real. Entrei no prédio rapidamente e saí do carro desesperada~

- O Gabriel está lá em cima?~ eu questionei nosso porteiro e ele confirmou com a cabeça. Subi correndo pelas escadas mesmo. Após subir 9 lances de escada. Eu estava em frente à porta de meu apartamento. Procurei a chave e minhas mãos trêmulas pareciam não quererem cooperar com meu desespero. Quando finalmente consegui, entrei em casa e observei a cena que me dava calafrios. Gabriella sentada em meu sofá ao lado de meu filho. Senti um nó em minha garganta~

- Olha só, chegou quem faltava na nossa confraternização. Dá oi para a mamãe.~ ela disse chamando a atenção de Gabriel que estava distraído com seu Ipad e quando ele fez menção de vir até onde eu me encontrava, ela, o segurou pelo braço~

- Solta ele, ele não tem nada à ver com o que aconteceu, Gabriella.~ eu disse observando o revólver ponto 40 disponível ao seu lado no sofá~

- Claro que tem bobinha mas não tanto quanto você e o Bruno. Por falar em Bruno. O vôo dele está atrasado 25 minutos.~ ela disse conferindo seu relógio de pulso calmamente~ Mas nós teremos todo o tempo do mundo para esperá-lo.

- Como sabe que ele retornará hoje de viagem e como sabe que ele virá para cá?~ eu perguntei~

- Nossa, você nunca muda esse seu jeito curioso~ ela disse torcendo o nariz~ Isso explica porquê escolheu atuar na área de Direito. Enfim, não posso te revelar como coleto informações, isso estraga a emoção mas posso te afirmar. Ele virá.

- E se ele não vier?~ eu estava brincando com fogo mas precisava considerar todas às hipóteses pertinentes aquela situação~

- Bom, se ele não vier, terá que ir no seu velório ou no dele~ disse enquanto envolvia os fios de cabelo do meu filho por entre seus dedos~ Tudo depende dele. Exclusivamente dele. Irônico não?! Você foi embora de nossas vidas e achou que poderia viver sozinha e agora, olhe para nós Maria Heloísa, sua vida depende dele. Aliás, os cabelos dele são da mesma cor que os do Bruno, como eles se aparecem não?!~ ela disse sorrindo débil e eu me senti desarmada perante ela, literalmente. Pensei em meu filho e em Bruno e a possibilidade de ficar sem eles fez meu estômago revirar~

Without Me- Bruno RezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora