A Volta Da Que Nunca Se Foi

757 41 15
                                    

Oliver...

Eu permanecia sentado no bar mas dessa vez. Eu estava acompanhado por uma garrafinha de água mineral. Precisava me hidratar com algo que não fosse álcool ou a ressaca seria cruel no dia seguinte.

- Ela não vale toda à dor de cabeça que você terá amanhã.~ eu ouvi uma voz feminina soar atrás de mim, virei minha cabeça para descobrir quem era a dona da voz desconhecida. Era uma mulher loura, ela era bonita e tinha uma sorriso travesso nos lábios~

- Como você tem tanta convicção que estou bebendo por alguém?~ eu à questionei~

- Ora, não suvestime minha inteligência. Vocês homens só procuram bebida por dois motivos.

- E quais seriam esses dois motivos?~ eu disse agora rodando a tampa da garrafa por entre meus dedos~

- Comemorar títulos dos times ou negócios fechados ou tentar sanar à dor que alguma mulher lhes infligiu. Posso te fazer companhia?~ ela disse apontando para a cadeira que antes era ocupada pelo meu novo amigo e dono do bar~

- Fique à vontade~ eu disse enquanto estendia minha mão para orientá-la à puxar a cadeira e se sentar~ Voltando às hipóteses. Como tem certeza que não estou comemorando um título do meu time ou negócios que eu fechei?~ eu disse sorrindo divertido para ela~

- Primeiro: você está sozinho, homens nunca comemoram nada sozinhos. Segundo: não acho que alguém estaria com os olhos tão inchados e vermelhos por conta de uma assinatura de contrato, à não ser que seja um papel de divórcio.~ ela disse me olhando enquanto colocava ambos os braços sobre à mesa. Seu olhar me dava arrepios, aquela desconhecida parecia poder ler por entre meus olhos. Era como se eu estivesse vulnerável diante de seus olhos. Tive medo dela saber o motivo dela estar ali e ainda mais, saber por quem eu estava ali~

- Vejo que você é extremamente observadora. Isso com toda certeza é uma característica que te faz uma mulher perigosa.~ eu disse e olhei rapidamente para ela, agora ela sorria abertamente.~

- Não acho que sou uma mulher perigosa. Penso, que sou uma mulher à frente do meu tempo que goza dos privilégios da percepção, não gosto de ser surpreendida.~ ela diz enquanto sustenta o sorriso em seu belo rosto~

- Percebo. Você é o tipo de mulher que nenhum homem quer ter por perto~ eu disse rindo fraco~

- Por que diz isso?~ ela indagou enquanto retirava um copo da bandeijinha na mesa e pegava a garrafa de água para se servir~

- Observadora, inteligente para conduzir uma conversa, tem um belo rosto, na verdade, penso que você não precisaria usar palavras lara persuadir alguém à fazer o que você quer. Flertar com você, é flertar com o perigo.~ eu digo sincero enquanto observo ela bebericar o líquido transparente~ Então, acho que já conversamos trivialidades e dualidades minhas exageradamente. Poderia me dizer seu nome?~ eu inquiri~

- Claro, que desatenção de minha parte.~ eu disse engolindo as últimas gotas de água presentes no interior do copo~ Me chamo Gabriella, é um prazer te conhecer Oliver~ ela diz sorrindo novamente e me fazendo estalar os olhos~

- Como sabe meu nome?~ eu perguntei desconfiado~ Maria Heloísa te mandou aqui não foi?!

- Eu sei muitas coisas à seu respeito, seu nome é o de menos.~ ela disse ajeitando sua postura na cadeira~ E respondendo sua segunda pergunta. Não, ela não me mandou aqui.

- De onde você me conhece? E que coisas sabe à meu respeito?~ eu só conseguia formular perguntas, todas pareciam querer saírem de minha boca ao mesmo tempo~

- Nossa, como vocês homens são curiosos e desconfiados hein?! De onde eu te conheço é algo irrelevante. Quanto ao que eu sei sobre você: vejamos.~ ela disse enquanto colocava sua mão direta sobre o queixo, enquanto fingia puxar algo de sua mente~Você é apaixonado pela atual do meu ex. Ela desprezou seu amor para ficar com o Bruno, você foi ao apartamento dela com um buquê de tulipas laranja, inclusive, que mal gosto para flores e se deparou com o Bruno abrindo a porta somente trajando um shorts enquanto sua amada estava vestindo apenas a camisa branca dele.~ ela sorriu de forma presunçoso e seu sorriso fez meu corpo gelar. Havia algo maligno naquele sorriso, na verdade, aquela mulher exalava escuridão, como se ela fosse travestida de maldade e se embebece no perfume do medo alheio~ Estou certa, não estou?! Mesmo que você não confirme com palavras, seu corpo tenso e seus olhos me confirmam.

- Quem realmente é você e o que quer comigo?~ eu disse olhando em seus olhos. Havia trevas dentro de ambos. Eu evitei manter contato visual por muito tempo. Sentia que à qualquer momento eu poderia ser tragado em direção à aquela escuridão~ Você não jogaria tantas informações em cima de mim, se não desejasse algo!

- Sabe, você é um pouquinho menos tapado do que eu pensei que seria.~ ela disse olhando para suas unhas que eram pintadas de um esmalte vermelho sangue~ Gosto de homens que pegam detalhes rapidamente!

- Então. Você com toda certeza não se deu ao trabalho de vir até aqui para conversar sobre meu Q.I ou sobre meu 'mal gosto' para flores.~ eu disse fazendo aspas com os dedos~ O que quer?~ eu disse já tomado pela impaciência~

- Com toda certeza não. Apesar, que terá que refinar seu gosto para escolha de flores, daqui para frente.~ ela disse rindo~ Serei clara e objetiva. Quero sua ajuda para separar a Maria Heloísa e o Bruno.

- E por quê eu faria isso?~ eu disse encarando ela~

- Porquê você é apaixonado por ela e sabe que enquanto o Bruno estiver na jogada suas chances são 0.000%.~ ela disse arqueando uma de suas sobrancelhas~ Então, irá me ajudar ou irá continuar com esse papel deprimente de rejeitado que está se afogando no álcool?!~ ela disse e nem fez questão de procurar às palavras para me resumir~

- Preciso pensar.~ eu disse~

- Tome meu número.~ ela disse esticando um cartão branco que continha seu número~Quando tiver certeza do que quer, me procure. Caso não queira, nem pense em abrir sua boca para eles sobre o que conversamos aqui, eu não me dou bem com fofoqueiros e costumo retirá-los da minha vida de maneira eficaz e definitiva.~ disse sorrindo de forma ameaçadora~ Bom, já deu minha hora.~ ela disse se levantando e vindo até o lado de minha cadeira, se abaixou e depositou um beijo no canto de minha boca. Rapidamente, ela se reergueu e saiu, ouvi o barulho de seus saltos se distanciando cada vez mais, até que não pude mais escutá-los. Eu queria me virar para persegui-la com os olhos mas contive minha vontade. Olhei o cartão em minha mão e me questionei~

-Será?

Without Me- Bruno RezendeOnde histórias criam vida. Descubra agora