5-Turvilhão.

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Eu nunca tive estômago para notícias ruins. Sejam elas com pessoas próximas de mim, comigo ou até mesmo com completos estranhos. Não sei se isso deve ser chamado de empatia, mas essa merda me destrói. Me causa ânsia, insônia e ansiedade, o pacote perfeito para um adolescente paranóico que sempre espera o pior de tudo.

Imaginar-me na situação que estou já é outra questão. Minhas mãos não paravam de soar, meu corpo não respondia meus comandos... minha perna balançava sem parar por debaixo da carteira escolar, enquanto meus olhos tentavam fixar no quadro pintado pela letra de algum professor -Este que eu sequer me dei o trabalho de saber quem era.

Pensar, pensar e pensar.

Minha mente segue turva, sinto que irei desmaiar a qualquer momento, a exaustão finalmente bateu. Passar a noite rolando de um lado para o outro na cama e me entupir de comida por conta da ansiedade trouxe como consequência eu.

Jeon Jungkook está morrendo. Ou quase, não sei, a sensação de desmaio sempre me remete a morte. Apesar de nunca ter passado por ela antes.

Aí você me pergunta; Jungkook, por que diabos tanta ansiedade cara?

Vou lhes dizer agora...

A noite corria em uma calmaria monótona, eu estava sentado no sofá assistindo o jornal,-e olha que eu nem curto muito assistir jornais.- as notícias também não tinha nada de muito especial, só coisas como aumento no imposto de renda e políticos corruptos.

Eu encarava o jornalista com expressão de puro tédio.
Deu-se para ouvir minha mãe mexendo no fogão enquanto cantarolava uma música qualquer. A adolescente sem causa da minha irmã ainda não tinha chegado do trabalho.

Marcavam sete em ponto no relógio de parede da sala, o tic tac corria por meus ouvidos me deixando agoniado com o barulho. Ah como eu odiava barulhos repetitivos que sobressaem de outros sons, tornando-o extremamente irritante.

Desliguei a TV.

Minha atenção corre para a campainha que toca sem parar, é Rosie, vou em direção a porta e destranco-a, tendo a imagem de minha irmã encharcada pela chuva e ofegante, parece que ela correu uma maratona até aqui em casa. Seu rosto estava mais pálido que nunca enquanto ela me encarava tentando recuperar o fôlego.

-Liga a televisão agora.- é o que ela diz antes de correr para o sofá. Confuso a sigo até o mesmo e faço o que foi me pedido.

"-Notícias urgentes: Uma jovem por volta dos vinte e dois anos pulou da ponte principal da cidade de Seoul. Passageiros da região avistaram o que aconteceu.
Disseram que ela corria pela pista transitada olhando assustada para todos os lados, e repetia consigo a mesma frase:

"Que os céus me perdoem, e que o inferno me receba.

Sua pele era pálida, sua voz era sútil, suas asas me cobriram e meu olho se abriu."

-Não sabemos o que aconteceu nos mínimos detalhes, a polícia está no local e acabou de identificar o corpo da garota. Seu nome é Lalisa, trabalhava como psicóloga no Hospital Psiquiátrico de Busan, tinha 22 anos e se mudou para Seoul recentemente segundo o depoimento dos pais que reconheceram o cadáver como o de sua filha. É um momento de terror, tanto para quem presenciou a cena, quanto para seus pais."

-Lalisa?- Falei com os olhos arregalados olhando para Rosé, ela continuava estática encarando a televisão.- A sua ex namorada? Aquela Lalisa?

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