cap. 19

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- Tom, você está aí? - eu perguntava pela decima segunda vez, eu não o via por 1 dia inteiro, não sabia se ele estava bem, se ele estava me evitando, se ele estava ocupado, eu não tive nenhuma notícia sobre ele, e quando eu tentava perguntar a alguém, elas simplesmente fingiam não ouvir - se você estiver aí, vai ter que sair em algum momento, e se não estiver, você vai ter que voltar para o seu dormitório no final do dia - digo me encostando na porta e escorregando nela para me sentar, eu não ouvia nada lá dentro, então deduzi que ele não estava lá, eu iria esperar.

Depois de algum tempo em silêncio, minhas pernas começaram a formigar, tentei entrar em movimento, mas eu estava com muita preguiça.

Eu estava feliz eu havia assumido estar gostando de Tom, em voz alta e na minha cabeça, depois eu comecei a pensar na sensação que eu tinha quando estava com ele e quando eu pensava sobre ele.

É claro que eu não esqueci que não é recíproco, mas eu gostava da sensação mesmo assim, ele não me odiar já era o suficiente para eu criar esperanças, e também não é como se eu fosse dizer isso a ele.

Pensei muito em contar, mas acho que seria incoveniente dizer isso a ele. Se eu podia continuar conversando com ele, eu estava bem.

Perdida em meus pensamentos, quase caí para trás quando a porta foi aberta, e tinha algo errado nele.

- ah, boa noite - digo me apoiando em meus joelhos para levantar, e ver um Tom extremamente cansado com somente uma calça do pijama.

- o que está fazendo aqui? - ele pergunta sem me deixar entrar, fico inquieta tentando identificar como ele estava.

- eu vim te ver - digo esperançosa, olhando os olhos dele, mesmo com ele aparentando estar cansado, ele ainda parecia brilhar ao meu ver.

- para que? - ele não muda em sua postura, ainda bloqueando a passagem da porta.

- está tudo bem? eu fiz alguma coisa? - eu comecei a me lembrar da irritação dele da última vez que nos vimos.

- estou ótimo - ele diz grosseiro, apoiando o braço na porta, eu desviei o olhar do dele, a esse ponto eu já estava achando uma péssima idéia ir vê-lo.

- quer comer? - pergunto ainda esperançosa, eu só precisava o ver da forma descontraída que ele ficava quando estava comigo, assim eu me preocuparia menos.

- não - ele diz arrogante, meu coração deu um salto inesperado ao ver ele me tratando indiferente, mesmo assim eu ainda tinha esperanças que ele só estivesse estressado e precisava de atenção de alguém que se importe.

- posso fazer alguma coisa para você? - questiono um pouco eufórica demais, a pergunta não saiu como eu queria.

- droga, você não pode fazer nada, por que não sai logo daqui? - ele diz grosseiro, meu coração estava pulsando forte, rasgando em agonia, eu tentei sair, mas minhas pernas pareciam não obdecer meu comandos, elas se afastavam devagar da porta dele, minha garganta parecia estar amarrada, não consegui dizer nada também.

A porta dele foi fechada sem a menor emoção, e eu senti minha respiração falhar, eu estava me sentindo péssima agora.

Pior do que ele me odiar, é ele simplesmente fingir que não nos conhecemos.

Eu estava me sentindo suja, todas as memórias que vinham em minha cabeça agora, era eu sendo insuportávelmente grudenta e falante, ele pode ter enjoado de tudo isso, e eu apenas repetia em minha cabeça:

Está tudo bem.

Você está bem.

Você vai arranjar uma solução.

Incapaz - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora