cap. 21

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Se passaram duas semanas, duas semanas de quando eu e Tom tivemos um desentendimento, e eu estava começando a notar alguns detalhes da rotina diária de Tom.

Ele se cobrava logo quando abria os olhos as seis horas da manhã, cem porcento do tempo focado no que ele faz ou no que ele quer, é o melhor em tudo e melhor que todos (pelo menos é o que todos pensam).

Não gosta de picolé por que o dente dele dói quando morde, não gosta de cóceguinhas e fica bravo se tentar fazer cócegas nele, não gosta de pessoas escandalosas, não gosta de pessoas que erram em excesso, não gosta de cartazes coloridos e muitos outros tópicos, eu poderia fazer uma lista extensa dos critérios e preferências dele.

Era cansativo todas as exigências dele com os outros, mas para mim, ele não reclamava de nada que eu fazia, não me repreendia, e não me criticava negativamente, e então eu percebi que pensávamos parecido.

Eu gosto de abraços e ele gosta dos meus abraços, eu gosto de ler e ele de escrever, eu gosto de fazer carinho e ele gosta do meu carinho, eu gosto de doces e ele gosta de alguns doces, eu gosto de jóias e ele também, minha matéria favorita era poções e a dele defesa contra artes das trevas, nós nos completamos.

Sim, eu estava pensando muito em nós dois, e também estava carente, e provavelmente, perto de meu período mensal.

- já vou abrir! - eu gritava nervosa para a pessoa atrás da porta, com as batidas insistentes na madeira.

Eu sapateava os pés em agonia pedindo para Tom se enconder, ele me segura pelos ombros e gesticula "onde?", me perguntando onde ele se esconderia, procuro com pressa e aponto para a cama, ele me olha indignado e a pessoa atrás da porta tenta abrir a maçaneta, Tom arregala os olhos e se vai para baixo da cama.

- estou indo! - vou correndo para a porta, a destrancando e dando de cara com minha colega de quarto - olá, Ella! você não ia para Hogsmead? - pergunto ofegante para ela, que tinha uma bolsa pendurada em seu braço.

Esqueci de dizer, depois de eu ameaçar Druella, ela confessou me subestimar, e se redimiu, criamos intimidade ao longo desse tempo no mesmo dormitório.

- para onde foram suas roupas?! - ela pergunta confusa olhando para minhas pernas, eu estava apenas de calcinha e camiseta.

- eu estava dormindo - explico tentando disfarçar minha falta de ar.

- e por que está tão ofegante? - ela pergunta arqueando as sobrancelhas e vagando seu olhar pelo dormitório.

- pesadelos - disse sentando em minha cama, onde Tom estava escondido.

- entendi... - ele me olhou desconfiada se sentando na cama dela - bom... eu trouxe roupas para provarmos! sei que você não pode ir para Hogsmead, então te fiz o favor de comprar roupas novas, as suas são muito pequenas! - ela dizia se distraindo nos panos que tirava da bolsa, provavelmente com feitiço de expansão, muitas roupas estavam saindo dali.

Ela remexia na bolsa, tagarelando a opinião sobre os tecidos, ouvi um barulho debaixo da cama e me virei para trás, vendo Tom se levantando devagar, arregalei os olhos o fiz um "não!" para ele, ele olhou para Druella e olhou para porta, indo em direção a porta, um gritinho de irritação e desespero saiu da minha garganta, e assim, a garota fixou os olhos em mim e depois para Tom, ficando confusa.

- o que está fazendo aí? - ela pergunta confusa vendo Tom tentando sair em silêncio do quarto.

- não lhe interessa - ele ignora o olhar da garota sobre si e vai até minha cama pegar a camisa dele.

Ella olhou para mim, querendo uma resposta.

- ele pediu alguns pergaminhos emprestados, me disponibilizei para o entregar - eu disse me justificando para a garota que nos encarava desconfiada.

Incapaz - Tom RiddleOnde histórias criam vida. Descubra agora