FEAR - LOKI

2T - 1

DOIS ANOS DEPOIS

Os raios de sol atingiam o Palácio de ouro e realçavam sua cor reluzente enquanto os asgardianos faziam uma fila, aguardando a minha entrada. As pessoas aplaudiam a minha volta e gritavam meu nome, esperando as boas notícias que eu trazia da missão, desesperados e ansiosos. Atrás deles, meu pai e meu irmão, curiosos, pavimentando o público e analisando todas as vítimas que os guardas traziam, atrás de mim, que foram resgatados do ataque.

Há quase seis meses atrás, eu havia sido enviado à uma missão nas montanhas, além de Asgard, para resgatar os Vikings, um povo que estava recebendo um ataque dos Gigantes de Gelo. O caminho foi longo, a batalha foi dura e mesmo com tanto sangue e violência, conseguimos vencê-los. Infelizmente, no meio de tanto caos e guerra, a pequena vila foi destruída e as casas de todos os montanheses foram completamente destroçadas, então, tivemos que trazê-los para Asgard até que toda a situação se estabilizasse.

Os asgardianos eram, na maioria das vezes, acolhedores e afáveis uns com os outros, mas nem sempre essa regra se aplicava à desconhecidos. A estadia dos montanheses aqui provavelmente seria difícil, ainda mais quando algumas das vítimas resgatadas emanavam energias sobrenaturais, evidenciando a prática da bruxaria, o que não era bem aceito em Asgard. Bruxos e magos tem a tendência de serem perigosos, pois suas fontes de energias eram desconhecidas e muito pouco estudadas. Assim como minha mãe, a existência de Kalista demorou para ser bem vista aqui, e provavelmente as poucas mulheres que praticavam magia também seriam mal aceitas.

- Irmão! - Thor abre seus braços e me grita, me convidando para um abraço. Seu sorriso radiante arrebatou meus pensamento nefastos, trazendo minha mente de volta à realidade. - Aguardamos a sua chegada de volta à Asgard!

- Não precisa ser tão formal. - Lhe dou um abraço apertado e demorado, demonstrando meu alívio por finalmente vê-lo depois de tantos meses.

- Só estou feliz por saber que você não morreu. - Thor nos separa e suas mãos colidem com meus ombros, me sacudindo agitadamente. - Fiquei preocupado, que bom que está bem. - Ele também parecia aliviado com a minha volta, mais aliviado ainda por saber que retornei com vida. Thor era um irmão protetor e se tornou extremamente afetivo depois que me casei, chorava por tudo e me fazia sentir como se eu fosse um bebê indefeso. Eu odiava isso.

- Eu sei me cuidar, irmão. Não se preocupe. - Afasto suas mãos de meus ombros, mostrando impaciência. - Não me trate assim.

- Sabe mesmo? Porque não faz muito tempo que você perdeu para mim numa luta de espadas. - Mamãe se aproxima de mim e abre um sorriso lustroso que cobre seus lábios, de pouco em pouco. - Meu filho... - Ela toca meu rosto e me admira por algum tempo, seus olhos me encaram por alguns segundos e eu posso vê-los brilhar, expressando orgulho e felícia. Um suspiro cansado escapa por entre sua boca e eu me sinto mal por tê-la deixado tão preocupada. - Fiquei com tanto medo... Achei que algo tinha acontecido, você deveria ter voltado há dois meses.

- Eu sei, mas tivemos muitos imprevistos. Eu queria ter conseguido avisá-los disso. - Seguro sua mão, a apertando forte, aliviando toda a sua preocupação e estresse. - Mas veja, estou bem. Não precisava se preocupar tanto, eu sei me defender.

- Eu sei disso, não duvido da sua força, Loki, mas essas mulheres... elas são bruxas, elas são perigosas, eu posso sentir a magia delas... - Mamãe observa de longe algumas das mulheres que eram levadas para dentro do castelo, acompanhadas pelos guardas que as conduziam até seus novos alojamentos. - Eu sei que posso estar exagerando, mas nós não somos como vocês, filho, nós não nascemos com poderes, nós os controlamos. Se não tivermos certeza de onde vem as energias que elas manipulam, pode ser catastrófico. - Ela me encara com os olhos arregalados, dramatizando toda a cena. - E depois... esses gigantes de gelo... Sabe lá Odin quantas coisas podiam ter acontecido!