017 || DESEJOS ALINHADOS...

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ANY GABRIELLY

Tem perguntas que são tão imprevisíveis que nos deixam sem reação alguma e a que Josh me fez se enquadrou nesse quesito.

Eu sabia que ele estava com essa dúvida na sua mente, mas jamais imaginaria que ele iria proferir sua incerteza em voz alta, ainda mais ao meu lado.

Meu corpo gelou, eu fixei meus olhos naquele par de irís tão profundos quanto o oceano e fiquei perdida naquela imensidão,  eu não precisaria me questionar duas vezes para saber que eu o amava.

Mas ao ver minha reação, Josh ficou  decepcionado. Eu pude ler seus olhos e era assim que se encontrava naquele momento e meu peito se apertou ainda mais.

Eu estava mal por não ter conseguido dizer que eu amo, mas além disso, eu me encontrava frustada, pois desde que voltamos nós estamos brigando e por coisas que já deveriam ter sido ditas.

Não estou me sentindo pressionada por Josh — jamais — e sei que ele deve estar se martirizando por isso — por achar que me pressionou — mas eu vi a   inquietação em seu olhar, ele se questionava do meu amor e em parte disso é minha culpa.

Eu não estou dizendo que sou errada por não ter afirmado meus sentimentos mais profundos, até porquê eu fui bastante magoada e tenho todo direito de me preservar. No entanto, assim que eu decidi dar uma chance a ele, eu poderia ter deixado as coisas mais esclarecidas.

Eu não sinto mais medo de dizê-lo o que eu sinto — e eu diria se ele tivesse de deixado — meu coração sempre foi dele, muito antes do nosso primeiro beijo. Acontece é que é meio clichê, mas eu me apaixonei pelo meu melhor amigo.

As pessoas dizem que se você encontra um amor e um melhor amigo, poderá ser considerada um indivíduo de muita sorte, então se esse for o caso eu sou uma das mais sortudas, pois encontrei os dois em um só.

Depois de me levantar da cama, eu respirei fundo e troquei de roupa para ir buscar as meninas.

Saí de casa — sem dar uma palavra — a viagem de ida até a escola foi um silêncio completo. Se estivéssemos fazendo barulho, ainda não seria tão ensurdecedor quanto aquele limbo que nos encontrávamos.

Eu olhava de relance e Josh parecia ter 
se arrependido de tudo o que disse e isso me fez querer fazer ele parar de dirigir no meio da estrada e gritar para que ele entendesse tudo de uma vez, mas eu também tenho meus planos.

Chegamos na escola das meninas e elas já estavam nos esperando. Dessa vez o único som que transbordava naquele carro, eram as vozes de Belinha e Joalin que contavam animadamente o que aconteceu na feira.

Deixei um pouco as garotas de lado e me concentrei na paisagem, um nó se formava em minha garganta e já sentia lágrimas vindo. A frustração de querer fazer algo e não conseguir gerar sentimentos ambíguos.

Eu sabia que não estávamos bem,
— na real estávamos bem longe disso  — e isso me machucava.

Essa situação não poderia perdurar, sei que sentimentos são complicados, mas teríamos que colocar tudo isso para fora.

Não quero que ele pense que eu não o amo, ou que não confio nele. Quero poder me entregar a cada sensação que ele pode me oferecer e desejo que retribuir na mesma intensidade.

Depois de chegarmos em casa, deixei as meninas virem para minha casa. Josh não falou nada, apenas me deu um beijo na testa e entrou em sua residência.

Como ainda era cedo e eu já tinha adiantado algumas coisas da escola, decidi assistir a um filme com Belinha e Joalin que estavam esparramadas no sofá.

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