Promessa

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Pov Ray

Eu andava pela casa, com o objetivo de ir até a biblioteca e pegar um livro para ler lá fora. Quando cheguei, peguei o livro, sai da biblioteca e fui para fora da casa, sentando na árvore que ficava perto da casa.

Depois de alguns minutos, senti alguém sentar do meu lado, olhei e era Norman.

— O que está lendo? — Ele perguntou em tom de curiosidade.

— Um livro comum da biblioteca como qualquer outro.

— Mas cada um tem um gênero diferente. — Ele olhou meu livro, eu fechei mas ele já tinha olhado. — Rayy!!! Você está lendo romance!

— Fala baixo!! Eu devo ter pego o livro errado.

— Ray, os livros são separados por gênero. E esse... — Ele pegou o livro da minha mão. —... com certeza, estava na parte de romance.

— Alguém deve ter colocado no local errado.

— Eu passei pela biblioteca nesta manhã e ele estava na parte de romance.

Que droga! Por que ele tem que saber sempre quando eu conto alguma mentira?!

— Tá bom... Eu peguei o livro de romance.

— É uma grande novidade! Você nunca lê livros de romance!

— Queria ver como é.

— Posso ler com você??

— Pode.

Eu peguei o livro da mão dele e abri. Senti ele colocar a cabeça dele em meu ombro, e em seguida, ficamos em silêncio começando a ler.

Depois de alguns minutos de leitura, senti alguém pegar na minha mão, olhei e era Norman.

— Por que está segurando minha mão?

— Esse trecho. — Ele apontou para o trecho do livro.

— O que que tem ele?

— Diz que se você ama alguém, você pode pegar na mão dela como uma forma de demonstrar o que sente.

Eu o olhei surpreso enquanto sentia meu rosto corar. Ele gosta de mim? Mas... Ele não gostava de Emma?

— Não devia estar segurando a de Emma então?

— O quê? — Vi ele ficar surpreso. — Eu não gosto dela do mesmo jeito que eu gosto de você. Ela é tipo uma irmã para mim. E outra, ela gosta da Gilda.

— Ela gosta da Gilda??

— Estava meio óbvio. Não percebeu?? — Balancei a cabeça negativamente. — Que novidade. Quem imaginaria, Ray, uma das pessoas mais observadoras desse orfanato, não conseguiria perceber uma coisa tão óbvia?

— Cala a boca! — Ele riu e me deu um selinho em meu rosto.

— Sabe Ray, eu te amo. Eu te amo e quero passar a minha vida inteira com você! Quero fugir daqui com você, viver o mundo lá fora com você, quero ficar do seu lado para sempre!

Eu o olhei surpreso. Nunca esperaria que aquilo acontecesse. Eu tenho sentimentos por Norman, mas mesmo assim, isso foi uma surpresa e tanto.

— E tudo bem se você não sentir o mesmo! Você tem a Anna! Mas mesmo assim, eu nunca vou parar de gostar de você e prometo que nunca vou sair do seu lado!

— Anna?? Eu nem falo com a Anna.

— Mas você gosta dela.

— Não, eu não gosto.

— Não?

— Não. Já gosto de outra pessoa.

— Quem?

Eu olhei para ele e ele ficou olhando para mim.

— Você é lerdo? — Perguntei vendo ele ficar surpreso.

— Não! Não sou lerdo!

— Se não fosse já teria adivinhado de quem eu gosto.

Ele ficou pensando por alguns segundos, até que depois olhou para mim surpreso.

— É sério?? — Ele perguntou surpreso.

— Talvez.

— Você gosta da Emma?!

— O quê?! Não!!! Eu gosto de você!

— Eu iria falar meu nome depois, mas você falou primeiro.

— A quantidade que você tem de inteligência é a mesma quantidade de lerdeza.

— Ei!! Eu não sou lerdo!

— É sim.

Norman deu um selinho na minha testa e me abraçou. Eu coloquei o livro no chão e abracei ele.

— Eu te amo.

— Também te amo, Norman.

— Eu prometo que nós vamos fugir daqui juntos e viver juntos.

— Então temos uma promessa? — Vi ele balançar a cabeça positivamente. — Ok. Nós vamos viver juntos.

Nós ficamos abraçados por um tempo, depois nos separamos e continuamos lendo o livro, eu fiquei com a minha cabeça no ombro dele e ele com a cabeça em cima da minha.

Pena que essa promessa agora...

É uma memória.

E você, Norman...

Quebrou a nossa promessa.

Quebrou a promessa de fugirmos juntos e vivermos juntos.

Porque agora, eu estou em cima do muro, vendo todos fugirem, sozinho, sem você.

Você quebrou a promessa e me deixou sozinho. Você quebrou a nossa promessa quando decidiu ir embora para a morte.

Você disse que não tinha nenhuma opção, porém, tinha uma opção. Poderia ter fugido, mas escolheu a morte.

Você me deixou sozinho, quebrou nossa promessa. E agora, tudo que eu tenho de você...

São apenas memórias.

E eu percebi, que nossa promessa... Foi uma completa mentira. Pois se fosse verdade, você estaria aqui no muro comigo.

One - Shots (NorRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora