Garoto da cafeteria

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[AU – Universo Alternativo]

Desde que uma dupla composta por um garoto e uma garota havia entrado na cafeteria, Ray não conseguia tirar a atenção dos dois, ou melhor, do garoto de cabelos brancos que acompanhava a garota ruiva consigo. Não sabia o motivo de não conseguir parar de observar aquele garoto, mas tentava de todas as formas possíveis parar de observá-lo antes que ele percebesse, ou, pior, ele acabasse perdendo seu emprego por prestar atenção no que não deveria.

Ray, um garoto de 19 anos, fazia faculdade de fotografia, e, durante o tempo livre que tinha, trabalhava em uma cafeteria com o objetivo de, principalmente, pagar a sua faculdade; mesmo que seu salário não fosse tanto por ser de meio período. Planejava trabalhar naquele local até se formar e conseguir um emprego como fotógrafo, já que gostava mais de fotografar do que atender pedidos e servir pessoas que, na maioria, eram grossas consigo.

E enquanto estava no seu turno, viu uma dupla entrar na cafeteria em que trabalhava, conversando sobre um assunto que não conseguia saber qual era. Não se importou com o assunto, mas, por algum motivo, importou-se com o garoto que havia entrado com a garota que estava consigo; ele possuía pele pálida, cabelos brancos, olhos azuis e um sorriso tão bonito que fez Ray balançar sua cabeça na tentativa de tirar aquele tipo de pensamento da sua mente.

Mesmo atendendo um cliente, não conseguia tirar a atenção do albino, que se encontrava em uma das filas, esperando para ser atendido. Notava cada detalhe daquele garoto; os cabelos e o rosto, que pareciam ser macios, os olhos azuis, que pareciam ser tão claros quanto o céu ou a água do mar, a pele tão branca quanto a neve. O de cabelos negros se surpreendia com cada detalhe, sentindo seu rosto corar ao notar cada um.

Até que saiu de seus pensamentos e devaneios ao notar que quase digitava um pedido errado na caixa registradora, fazendo-lhe voltar a sua realidade e parar de observar o albino. Céus, estava tão concentrado no outro que quase cometeu um erro que poderia mexer no seu salário, ou resultando até na sua demissão.

Suspirou, atendendo o pedido e logo indo fazer o café do cliente, vendo-o sentar em um banco. Colocou o café pedido em um copo, anotando o nome do cliente em seguida e chamou o nome dele, observando-o vir até si, agradecer e pegar o café, assim indo embora.

Quando viu o cliente anterior sair da cafeteria, olhou para o próximo na fila, ficando surpreso ao ver o albino perto de si com um sorriso gentil no rosto. Ficou encarando-o por alguns segundos, saindo de seus pensamentos e voltando para a realidade novamente.

Anotou o pedido do garoto, tentando ao máximo não olhar para o mesmo; o que estava quase se tornando uma missão impossível. Após alguns segundos, quando terminou de anotar o pedido, Ray perguntou:

— Qual seu nome? Preciso saber para anotar no copo.

Ray olhou para o albino à sua frente, esperando uma resposta do mesmo. Então, em alguns segundos, surpreendeu-se ao vê-lo pegar um bilhete do bolso e colocar sobre o balcão, afastando-se e sentando ao lado da ruiva, que veio consigo na cafeteria.

Ficou confuso, olhando para o bilhete e pegando-o em seguida. Olhou para o garoto de cabelos brancos mais uma vez, desviando o seu olhar dele e mantendo-o no bilhete em suas mãos. Abriu o papelzinho, vendo uma pequena mensagem escrita.

"Notei que você estava me observando faz um tempo, e não vou reclamar disso – afinal, faço a mesma coisa com você faz um tempo.
Te achei bem bonito e, além disso, você parece ser legal. Queria te conhecer melhor. Podemos conversar depois?
E meu nome é Norman."

Ficou surpreso ao ler aquela mensagem, vendo o número de Norman no final do bilhete. Releu aquilo por algumas vezes, cerca de cinco, querendo saber se aquilo era real ou não. Talvez aquilo fosse uma brincadeira que o albino estivesse fazendo consigo? E se não fosse?

Não sabia muito bem se surtava por Norman ter percebido que Ray estava o observando, por ele ter lhe achado bonito, ou por ele já ter lhe observado antes; fazendo-lhe ficar um pouco confuso, já que não se lembrava de ter o visto antes. Não conseguia decidir, mas, internamente, estava surtando pelos três motivos, ocasionando na aparição de uma coloração avermelhada em seu rosto.

Pensou por alguns segundos, olhando para a mesa em que o albino estava sentado e vendo-o conversando com a ruiva que o acompanhava, começando a se perguntar sobre ela. E se ela fosse alguma coisa dele, tipo namorada ou alguma coisa assim? Com certeza não queria se meter em problemas se esse fosse o caso. Mas e se fosse apenas uma amiga?

Olhou para a mão da ruiva, notando um anel, que parecia ser de relacionamento, no dedo anelar. Desviou seu olhar para as mãos de Norman, vendo ambas sem nenhum anel, o que lhe fez suspirar aliviado, porém, ao mesmo tempo, deixou-lhe surpreso por se sentir aliviado.

"Por que me senti aliviado ao saber que talvez ele não esteja em um relacionamento? Eu nem sequer o conheço! E, além do mais, nem cogitei em dar meu número para ele!!" Pensou, desviando seu olhar rapidamente do albino ao vê-lo olhar para si.

Olhou para o bilhete em suas mãos, guardando-o no bolso de sua calça e indo até o balcão atrás de si para fazer o café. Pegou o copo, colocou o café que Norman havia pedido e, por último, escreveu o nome do albino junto com uma mensagem no copo para finalmente poder entregar o pedido.

Quando terminou de escrever no objeto, chamou pelo nome do mesmo, vendo-o se levantar e ir até si com o mesmo sorriso gentil no rosto.

— Aqui está seu pedido. — O de cabelos pretos falou, entregando o copo com café para o mesmo. — Volte sempre.

O albino agradeceu, afastando-se de si e olhando o copo, ficando surpreso ao ver a mensagem escrita no objeto.

"Pode ser.
Obs: Você deve ser muito idiota para dar seu número a alguém que nem conhece por apenas ter achado essa pessoa bonita. E meu nome é Ray."

Olhou o número embaixo da mensagem, virando-se e olhando para o de cabelos negros, percebendo que ele desviou o seu olhar de maneira rápida e olhou para a caixa registradora na tentativa de fingir que já não estava olhando para si, o que não deu certo por conta de suas bochechas rosadas que o entregaram na mesma hora.

Riu baixo, voltando para o banco onde estava sentado com a sua amiga e iniciando a conversa com a mesma novamente, vendo-a notar a pequena mensagem escrita no copo.

— Sempre soube que você ficava de olho nele. — A ruiva declarou, tomando um pouco do café que havia comprado para si e colocando-o em cima da mesa. — Não é à toa que você sempre quer vir aqui.

— Não adianta reclamar, Emma. Você também insistiria para vir aqui toda hora se Gilda trabalhasse aqui. — O albino argumentou, vendo a ruiva lhe olhar de maneira surpresa.

— Pelo menos, eu criei coragem para falar com ela pessoalmente, a chamei para sair e pedi ela em namoro. Diferente de certas pessoas, que preferem mandar bilhetinhos do que ir de maneira direta. — Emma olhou para Norman, vendo-o ele lhe ignorar e tomar o café enquanto olhava para o garoto de cabelos negros, que, nesse momento, encontrava-se atendendo outro cliente. — Acho que nem eu sou tão idiota pela Gilda assim. — Riu, vendo o albino lhe ignorar novamente. Parecia até que ele estava mais concentrado em olhar para o outro do que para si.

— É, talvez eu seja um pouco mais idiota que você mesmo. — Riu, olhando para a mensagem no copo e pegando seu celular no bolso. Digitou o número e mandou uma mensagem, olhando para Ray novamente e vendo-o terminar de atender o cliente.

Enquanto isso, Ray se despediu do cliente, sentindo seu celular vibrar no bolso. Pegou o eletrônico e olhou-o, vendo uma mensagem de um número que mesmo não estando salvo na sua lista de contatos, soube de quem era em questão de segundos. Olhou para o albino, vendo-o olhando para si com um sorriso no rosto.

Sentiu seu rosto corar um pouco ao ver aquele sorriso, desviando a atenção do mesmo e voltando a se concentrar no seu trabalho enquanto guardava seu celular no bolso novamente. Viu outro cliente vir até si, logo respirou fundo e voltou ao trabalho, tentando parar de pensar naquele albino que, mesmo conhecendo há muito pouco tempo, não saía de sua mente.

One - Shots (NorRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora