Doente

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As crianças do orfanato brincavam umas com as outras do lado de fora da casa enquanto Ray as observava pela janela do quarto. Devido a noite fria do dia anterior, o garoto acabou ficando doente e acabou tendo que ficar no quarto.

Mesmo com Isabella falando que Ray poderia sair, já que a situação dele não parecia ser tão séria, o garoto não queria pois tinha medo de acabar deixando mais alguém doente. Mesmo que demonstrasse ser frio e não se importar com ninguém, era óbvio que ele se importava com a sua família.

Ray, após observar a janela por alguns segundos, afastou-se dela e andou até a cama, sentando nela e pegando o livro que tinha colocado em cima para ler. Olhou para a capa do livro, vendo que era um livro sobre ciências humanas. Não gostava muito do assunto, mas teria que ler se quisesse ficar mais inteligente.

Começou a ler o livro, aproveitando o silêncio do local. Gostava de locais silenciosos, onde sua paz não poderia ser perturbada ou incomodada.

Depois de alguns segundos, Ray tirou a atenção do livro após conseguir ouvir algumas batidas na porta. Não sabia quem era e nem conseguia pensar em quem fosse, então apenas negou a entrada, voltando a olhar para o livro novamente. Não que ele não quisesse um pouco de companhia, era apenas sua preocupação em deixar alguém doente que falava mais alto.

Quando voltou a olhar para seu livro, não demorou nem dez segundos para ouvir a porta sendo aberta. Aparentemente a pessoa havia ignorado sua negação e entrou mesmo assim. E depois de perceber que a pessoa havia lhe ignorado, desviou a atenção do livro e levantou a cabeça, ficando surpreso ao ver um garoto de cabelos brancos e olhos azuis perto da porta, segurando uma xícara nas mãos.

— Norman? — Ray o olhou de forma surpresa, vendo Norman com o mesmo sorriso gentil de sempre no rosto, fazendo o seu coração errar algumas batidas.

— Olá, Ray! — Norman se aproximou de Ray, sentando ao lado do mesmo, colocando a xícara na mesinha ao lado da cama e, em seguida, e olhando para o livro. — Você sempre lê livros assim. Não sei porque estou surpreso ao te ver com esse livro. Talvez seja porque você esteja com ele há mais de uma semana? — Se perguntou confuso.

— O que você está fazendo aqui? — Ray olhou para a página do livro, anotando o número da página em sua mente para lembrar depois e logo o fechando, voltando a olhar para Norman em seguida. — Você nem deveria estar aqui, na verdade. Pode acabar ficando doente por minha causa. Principalmente porque sua saúde é mais frágil e pega doenças mais facilmente.

— Mama disse que você não está tão doente ao ponto de ninguém poder vir aqui, então resolvi vir! — Norman sorriu, colocando a franja de Ray atrás da orelha e a vendo cair novamente, o fazendo rir baixo. — Se bem que seu rosto está ficando vermelho. — Colocou a mão na testa do garoto, verificando a temperatura. — Acho que a febre voltou.

Ray apenas ficou em silêncio, desviando o olhar de Norman o máximo possível para ele não notar seu rosto corado. Se bem que ele já havia notado, porém pensou que fosse apenas sua febre, o que fez o garoto de cabelos pretos se sentir aliviado por dentro. Nem imaginava o que faria se Norman descobrisse o motivo do rubor no seu rosto.

Após alguns segundos, Ray pensou em um jeito de tirar Norman dali, voltando a olhar para o mesmo.

— Se a febre voltou, a gripe também pode ter voltado. E com isso, você pode acabar pegando a gripe também. Portanto, melhor ir embora. — Ray falou, vendo Norman lhe olhar de forma um pouco confusa.

— É... Talvez. — Norman desviou o olhar de Ray, voltando a olhar para o garoto segundos depois. — Mas você quer tanto que eu saia daqui? Se bem que você até tinha colocado uma placa na porta imitando a letra da Mama, dizendo para ninguém entrar pois você estava doente.

One - Shots (NorRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora