Carta de amor

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Era dia dos namorados, um dia onde, a maioria dos alunos, escrevia cartas com algumas declarações ou mensagens de amor e colocavam no armário de quem gostavam.

Os alunos ficavam todos animados, e não falavam sobre outra coisa. Ray já estava até ficando cansado de ouvir algumas pessoas falando sobre aquelas cartas.

Ray achava aquilo uma extrema idiotice. “Para que essa idiotice de colocar no armário? Não é mais fácil entregar pessoalmente?” O garoto pensava isso toda hora que ouvia alguém falando sobre se declarar por meio de uma carta.

Ele nunca recebeu uma carta, mas nunca se importou com isso. Se sentia aliviado por não receber nenhuma, pois assim não teria que dar um fora em alguém por meio de cartas, ou algo parecido. Não era um garoto social, e nem fazia o favor de ser.

Ray passava pelos corredores da escola, ouvindo várias pessoas conversando entre si, perguntando para quem entregaram a carta, o que escreveram, ou algo parecido. Tentava ignorar ao máximo, mas parecia impossível, já que não importava para onde fosse, sempre tinha alguém falando sobre aquela baboseira.

— Ray!

Ray parou de andar após ouvir alguém chamar por si, logo se virou, vendo uma certa ruiva correndo até si.

— Finalmente te encontrei! Por que não ficou na mesma mesa em que ficamos todos os dias?! — A ruiva continuou, olhando para Ray de maneira um pouco irritada.

— Talvez porque eu queira achar algum local silencioso? — Ray colocou as mãos nos bolsos, vendo a ruiva revirar os olhos.

— Enfim, já olhou seu armário??

— Não, Emma. E nem vou olhar. — Ray deu de ombros, vendo a ruiva lhe olhar surpresa.

— Por que não?? Não vai me dizer que desistiu de encontrar o amor da sua vida?! — Emma colocou as mãos nos ombros de Ray, começando a balançar o garoto. — Você não pode passar a vida sozinho!! Tem que ter alguém ao seu lado!

— Em primeiro lugar, para de me balançar! — Ray tirou as mãos da ruiva de seus ombros, vendo a mesma revirar os olhos novamente e cruzar os braços. — Em segundo lugar, eu não olhei porque sei muito bem que não tem nenhuma carta no meu armário, e agradeço muito por isso. E em terceiro lugar, eu posso muito bem viver sozinho. Não preciso ter alguém do meu lado para viver comigo.

— Mas você precisa viver com alguém!! Compartilhar os momentos da sua vida com alguém, viver com alguém. Precisa ter alguém do seu lado, caso contrário, vai acabar morrendo de solidão!

— Não sabia que existia esse tipo de morte. E, sendo assim, eu posso muito bem adotar um gato. E até que isso não é uma má ideia. — Ray olhou para o lado pensativo, começando a pensar como seria sua vida se tivesse um gato.

— Não estou falando de um animal de estimação! Se bem que eles são bastante fofinhos e bonitinhos. — Emma começou a ficar pensativa, mas logo saiu de seus pensamentos. — Mas não vamos mudar de assunto!!

Emma ia continuar falando para Ray olhar seu armário, ou falar sobre vários e vários discursos sobre a vida sem alguém, discursos que Ray já sabia de trás para frente; mas acabou sendo interrompida pelo sinal, fazendo seu amigo comemorar mentalmente.

A ruiva já ia reclamar do sinal, porém nem abriu a boca depois de ver Ray indo embora, a deixando sozinha no corredor. Então começou a correr atrás do garoto enquanto chamava pelo mesmo.

[...]

Várias aulas tinham se passado e, com isso, o dia foi se passando, chegando no horário de todos os alunos irem embora.

One - Shots (NorRay)Onde histórias criam vida. Descubra agora