seventeen 🦋

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Oh I will carry you over
Fire and water for your love
And I will hold you closer
Hope your heart is strong enough
When the night is coming down on you
We will find a way through the dark
— Through the dark, one direction

noah urrea.

Any foi finalmente liberada do hospital dois dias depois, ainda com hematomas nos braços e dores nas costelas se fizesse certos movimentos. Anne tinha ido visitá-la junto com Pepe, e a minha surpresa foi enorme quando vi que a filha dela não estava assustada diante dos fios ligados à Any, é impressionante o quanto ela foi bem criada pela mãe.

— Cara, dá pra você relaxar um pouco? — Any diz quando saímos do carro, depois de ser muito teimosa finalmente cedeu e me deixou leva-la para o apartamento, a casa era muito arriscada considerando que ela poderia cair das escadas, e sinceramente, eu não queria que ela tivesse que se lembrar da agressão toda vez que pisasse na cozinha.

— Dá pra falar pra sua mãe me deixar ser um bom homem? — pergunto para Anne, que ria observando nós dois numa briga incessante pelo caminho até o prédio.

— Vocês são tão bobos — declara e sorri, e como o homem que sou, me derreto ao ver o mesmo sorriso da mulher que amo no rosto da garota.

Ah, e esqueci de mencionar sobre Sina. Ela foi um anjo, me ajudando tanto no hospital com Any, e não preciso nem dizer que Anne adorou a loira, Sina sempre teve um ponto forte com crianças, o maior sonho de sua vida sempre foi ser mãe, espero que agora consiga. Any se aproximou bastante da minha ex nos 3 dias que ficou internada, e isso levou a uma singela amizade. E fico extremamente feliz de saber que tudo está resolvido entre nós três, tirando o grande problema — Joshua — a vida vai bem.

Mas ontem um passarinho me contou que o babaca que agrediu Any está oficialmente preso, e não precisou de julgamento. Pelo que soube, uma outra mulher o denunciou por agressão verbal e física, e juntando a denúncia de Any, não teve muito o que contestar ao respeito dele. Então finalmente podemos respirar aliviados, e eu posso voltar a dormir em paz sem me preocupar se algum homem vai invadir a minha casa e agredir minha namorada.

— Eu levo as malas, pode ir na frente amor — digo subitamente, Anne dá uma risadinha que diz "gostei disso", Any sorri e me olha com um brilho intenso, devolvo o sorriso certo de que pareço um tomate. Essa mulher me transformou num maria-mole.

— Quer ajuda papai? — congelo, simplesmente congelo ao ouvir "papai" sair da boca da miniatura de gente parada ao meu lado, ela parece não se importar com o que acabou de dizer, mas eu sim. É um enorme passo, um grande acontecimento, perceber que Anne me considera um pai em tão pouco tempo é maravilhoso, mas fico triste porque era Josh que deveria estar nesse papel, mas foi egoísta e otário o suficiente para foder com a própria vida.

— Acho que a menos pesada é essa aqui princesa, obrigado — respondo com a voz falhada enquanto entrego uma mochila com poucas roupas para ela, que pega com entusiasmo e sai em direção ao elevador, vou logo atrás carregando uma bolsa maior e algumas sacolas do supermercado, que passamos no caminho.

Anne brinca comigo durante os poucos minutos que levam até o quarto andar do prédio, ela corre em direção a porta do apartamento que está meio aberto, ouço música e vejo um relance do corpo de Any andando enquanto balança os quadris, dou um sorriso involuntário e sinto meu coração revirar no peito, quero me casar com essa mulher, andaria pelo fogo e água pelo amor dela, e posso dizer que andei mesmo. A miniatura da minha garota deixa a mochila no chão e se junta a mãe, que a abraça com amor e a olha do mesmo jeito que olha para mim: como se seu peito fosse transbordar de amor.

Caminho e abro mais a porta para que a bolsa e as sacolas passem sem problema, e a fecho com um empurrão, agora de perto vejo Any usar minha blusa e um short pequeno enquanto segura Anne pelos braços, a garotinha com os pés em cima dos seus, dançando ao ritmo da música com bastante animação. Deixo também a bolsa ao lado da porta e as sacolas na bancada, abraço Any por trás e deixo um beijo suave na curva do seu pescoço, passo as mãos suavemente por seus braços notando os hematomas que agora não estão tão visíveis quanto na noite em que a levei ao hospital, ela se arrepia. De repente percebo que estamos sozinhos, só não sei pra onde Anne foi, de qualquer forma sei que vou encontra-la no pequeno estúdio que montei, brincando com as cordas do violão ou com as baquetas da bateria.

— Anne me chamou de papai, enquanto eu pegava as coisas no carro — soltei enquanto a girava cuidadosamente, ela parou e colocou os dois braços em volta do meu pescoço, uma feição surpresa e feliz ao mesmo tempo.

— Sério?! Ai Noah, isso é... não tenho palavras, nunca achei que ela fosse te chamar de pai tão suavemente, Anne gosta mesmo de você — sorriu com os olhos brilhando de emoção e alegria e eu a beijei sentindo todo o amor que eu tenho por ela, não sei se pode ser cedo demais, mas vou pedi-la em casamento, tenho a certeza de que quero passar minha vida ao lado dela, já foram tantos anos perdidos, e percebi que a vida pode ser curta demais para deixarmos as coisas em segundo plano.

— Parece que encontramos um caminho através da escuridão — murmuro, nossas testas coladas, o mundo correndo ao nosso redor e o tempo entre nós paralisado.

— Amo você, Noah Urrea — Any me beija, uma mão agora na parte de trás da minha cabeça e outra na minha bochecha, as minhas duas mãos segurando sua cintura tão delicadamente como se eu temesse que ela fosse quebrar. Segundos depois somos assustados por um baque alto de bateria, solto uma risada e logo a voz fina e fofa de Anne ecoa no corredor.

— Desculpa! Aprendi a tocar bateria — grita, Any ri e vai até ela. Aproveito que a música ainda toca e que Anne está tocando a bateria pra ligar para as únicas três pessoas no mundo capazes de me ajudar a planejar um pedido de casamento: Sabina, Sina e Lamar.

— Preciso que me ajude em uma coisa, cara — falo assim que Lamar atende o celular.

— Diz aí irmão.

— Preciso que me ajude a pedir Any em casamento, você topa? — ouço silêncio, chego a pensar que ele desligou o telefone, mas concluo que não quando cinco segundos depois ele berra um "ISSO!"

— Tô dentro, quando e onde?

Sorrio satisfeito com o primeiro "sim", é oficial: vou planejar um pedido de casamento.

voltei amigues!!! desculpem a grande demora, não estava conseguindo escrever :(, mas tá aí!
xoxo, L

𝘴𝘪𝘯𝘨𝘶𝘭𝘢𝘳 | noanyOnde histórias criam vida. Descubra agora