twenty 🦋

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And I've heard of a love
that comes once in a lifetime
And I'm pretty sure that
you are that love of mine
- Dandelions, Ruth B

epílogo.

narradora.

Já havia algum tempo que ela sabia, exatamente três meses. O mesmo tempo em que Sina se casara e seu filho, Percy, completava um ano e meio de vida. Só não sabia como contar, porque nenhum momento parecia certo o suficiente.

Mas hoje é o dia certo, não é nenhuma comemoração ou data especial. A única justificativa era que Any sentia que deveria contar hoje, sem mais nem menos. Alguma coisa iria acontecer, e faria o dia ser mais especial ainda, essa era sua intuição.

— Bom dia amor — Noah entrava no quarto com uma caneca de café nas mãos e uma tigela cheia de morangos picados na outra, sorria para a mulher na cama, que mesmo depois de dois anos ainda se surpreendia quando o marido a acordava com café e morangos.

— Bom dia, sabe que ainda me sinto com vergonha toda manhã — ela diz, pegando a caneca e a tigela e deixando um beijo na bochecha de Noah.

— E eu ainda me sinto o marido mais feliz do mundo toda manhã — responde se sentando na ponta da cama, observando-a tomar o café e fazer uma cara azeda.

— Tem pouco açúcar? — pergunta preocupado, ela nega rapidamente, só que os enjôos tinham piorado um pouco, nada que ela não pudesse esconder.

— Não, enjôo matinal de sempre, tudo certo — sorriu disfarçadamente e ele relaxou os ombros.

— Vou acordar a Anne — ela sorri, outra coisa que também não havia se acostumado era a forma que Noah amava Anne, e a garota também o amava igualmente, sempre que perguntada sobre seu melhor amigo a resposta era sempre "meu pai Noah", e toda vez que ela o chamava de pai era a mesma sensação que sentira da primeira vez.

Cinco minutos depois, quando Any já saia do banheiro depois de escovar os dentes e se olhar no espelho pela milésima vez, gritos foram ouvidos do mesmo andar e logo em seguida veio um baque, como se alguém tivesse caído no chão. Duas risadas extremamente diferentes ecoaram pela casa silenciosa, mesmo depois de dois anos a risada de Noah não mudou nem um pouco, continuava a ser a risada rouca e grave que Any amava. E a de Anne constantemente mudava, mas era alegre, do tipo que contagia e que quando acaba, faz falta.

— PAI! DE JEITO NENHUM, ME DEVOLVE — ela grita, a cena que Gabrielly vê quando sai do quarto é a seguinte: Noah caído no chão segurando um papel decorado se desvencilhando dos socos da filha, agora com seis anos ela tinha aulas de defesa pessoal, e só Noah sabe o quanto ela era boa em bater nas pessoas.

— Dependendo do que tiver aqui eu devolvo, você tá falando mal de mim? — ri e em um movimento rápido consegue agarrar a garota e a abraçar.

— Não, é errado falar mal do seu melhor amigo sabia? É só uma carta boba, não pretendo entregar — Noah prende a respiração por alguns segundos quando ela diz "melhor amigo", Any sorri.

— Uma carta de amor, é? Quem é Garrett? — ela pergunta, aproveitando o momento dos dois consegue pegar a cartinha da mão do marido e lê por alto, pegando o nome "Garrett Graham"

— Um garoto bobo da classe, é bonito, tá aprendendo a jogar hóquei. Bati nele semana passada, pegou meu caderno favorito — os dois adultos gargalham com a resposta da filha e se entreolham, a história de Any e Noah não foi tão diferente assim.

𝘴𝘪𝘯𝘨𝘶𝘭𝘢𝘳 | noanyOnde histórias criam vida. Descubra agora