POV HOPE
Foi horrível ver aquele filme passar pela minha cabeça de novo, os gritos da minha mãe, minha total impotência e aquela sensação de culpa que há muito eu não sentia por tê-la colocado naquela situação. Tentei não me apavorar, certamente daríamos um jeito de sair dali vivos, de preferência eu com meu lado lobo intacto. Estava calculando as nossas chances quando a Lizzie falou:
LI: - Tá, um bruxo louco e supremacista quer matar a Hope, desejo nada original. Podemos acabar com ele.
JO: - Com essas correntes ? Sem nos aguentar em pé ? Ou com a nossa melhor arma pendurada de ponta cabeça ?
LI: - Você já foi mais otimista, Jo.
JO: - É, já, mas nossas chances de não sermos mortas também já foram maiores.
H: - Vocês não vão morrer. Ninguém aqui vai.
F: - Certo, isso é uma premonição ? Eu gostaria muito que fosse uma premonição.
H: - Não, Finch, estou usando de otimismo.
J: - Cai muito bem em você.
H: - Não fala comigo, ainda não consigo olhar na sua cara.
J: - Eu queria ter contado, eu ia, quando estivéssemos em segurança. - Ele disse angustiado.
H: - Julio, quando em condições normais eu já estive em segurança na vida ?
J: - Só não queríamos que passasse por isso, que sequer corresse o risco.
H: - Que o Paul tenha te mandado fazer isso eu entendo, o que não entendo é vocês terem vindo junto.
LI: - Convencemos nosso pai de que te manteríamos segura.
H: - Não é bem com a minha segurança que eu me preocupo, Lizzie.
LI: - Eu sei, mas nós sim. Foi um ano difícil para você, tá legal! Pode simplesmente apreciar nosso gesto de amizade ? O team panda não é a mesma coisa só com dois pandas.
J: - Pandas ? Do que ela está falando.
LI: - Coisa nossa, lobo gato.
Por um momento, me senti aliviada de não estar sozinha, mas esse alívio durou pouco. Eu apreciava muito o carinho e a consideração que as gêmeas tinham por mim, as amava muito por isso, mas aquela era uma situação diferente. Se esse Saul fosse tão louco quanto a Greta, eu estava colocando as pessoas que amo em perigo mortal outra vez, e não suportaria perder mais nenhuma delas. Achei melhor levantar a moral da equipe:
H: - Certo, já estivemos em situações desvantajosas antes. Só fiquem quietos e não digam nada, quando eu pensar em algo, vamos dar o fora daqui. Julio, vamos fazer um balanço.
J: - Certo. São dois lobos com armas tranquilizantes, mas meia munição eles já usaram conosco. Não consigo ouvir mais vozes, então são só eles. Provavelmente, são da Nordeste Atlântico, ou seja, não podem controlar a transformação nem usar os poderes como eu se tiver chance. Terceiro, acho que o nosso maior problema vai ser lidar com o Saul quando ele chegar.
JO: - Poderíamos ter magia para um ataque surpresa, mas com essas correntes não dá.
F: - Podemos quebrar as correntes, é só o efeito das drogas passar totalmente que teremos força para isso.
J: - Seria uma boa se não estivéssemos a uma cela de distância. Essas barras são resistentes, não podemos simplesmente amassá-las.
Tinha esquecido de como era bom trabalhar com o Julio, ele sempre foi um garoto esperto e por isso nos entendemos muito bem desde crianças. As bruxas sem magia e sem força para quebrar as correntes seriam nosso maior problema. A Finch e o Júlio poderiam lutar contra os lobos num combate minimamente franco. Podia sentir minhas forças voltando devagar, mas nada de magia graças à corrente especial nos meus tornozelos. Se eu conseguisse me soltar antes de alguém entrar, teríamos boas chances. Consegui traçar toda uma rota de fuga para o caso extraordinário de podermos contar com a sorte, mas todo o otimismo foi por água abaixo quando ele entrou.
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I - Os Dois Lados da Lua | I - Two Sides of the Moon
FanfictionPassaram-se quase três meses desde a morte do Landon. Meu período como tríbrida desligada durou pouco, mas fiz muitos estragos. Ainda é difícil lidar com a culpa pelas coisas que fiz: as pessoas inocentes que matei; as coisas cruéis que fiz e disse...