INCINERO O LIXO DO PASSADO

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POV LANDON

Era ótimo ver que a Hope estava bem depois de tudo, tão bem quanto se podia estar. Ela parecia inquieta enquanto esperava o bruxo do mal acordar, mas foi bom observá-la ali. Não vou mentir, me incomodou ver ela pedir para outro garoto dormir no quarto dela, mas o Julio parecia ser legal e se isso significasse que ela se sentiria mais segura e que ele cuidaria dela, era algo com o que eu podia lidar. Eu estava morto, Hope tinha total direito de seguir em frente. Ela havia usado um feitiço para esconder a água com verbena e me perguntei o motivo, talvez ela não quisesse dar indícios do plano até que ele aceitasse se transformar em vampiro, foi esperto, como ela sempre era. Mais alguns minutos e o cara começou a se mexer e acordar. Obviamente confuso, ele demorou um pouco até perceber a presença dela do outro lado da grade.

S: - O que aconteceu ?

H: - Finalmente, você demorou a voltar.

S: - Voltar ? Você me matou!

H: - É, matei sim. Com isso. - Ela ergueu o punhal.

S: - Então como estou aqui ?

H: - Hora, vamos Saul, você é mais inteligente do que isso.

Ele pareceu confuso, fez silêncio e, aparentemente, se lembrou de que antes de matá-lo, ela o acertou com a barra de ferro cheio de sangue dela.

S: - Você me transformou.

H: - Transformei.

S: - Por quê ?

H: - Te prometi um fim miserável, lembra ? Uma morte como aquela seria bom demais para você.

S: - Sinto estragar seus planos, Sra. Mikaelson, mas não vou completar a transição.

H: - A gente sabe que você vai

S: - Vai me obrigar a virar vampiro ?

H: - Não, vai ser uma escolha sua.

S: - Entendi, quer que eu me transforme para que você possa me torturar como fiz com você, previsível demais, Sra. Mikaelson.

H: - Na verdade não. Não tenho muita paciência para isso. Veja bem, estou te oferecendo a eternidade, sem sua magia, mas uma eternidade.

S: - E como isso me faria miserável como você quer ?

H: - Estaria te dando séculos a fio sem sua magia, sem a Greta, sem poder terminar seu plano de me aniquilar. Parece um fim bem miserável para mim.

Ela disse tudo isso olhando-o nos olhos com frieza. Hope tinha uma habilidade surreal em lançar olhares frios, embora ela não fosse uma pessoa fria. Ele parecia intrigado com a proposta, mas parecia ainda mais tentado a aceitar. Aquele cara não iria simplesmente desistir da vida, seria digno demais para alguém como ele. Hope apanhou a bolsa de sangue quase vazia e jogou na cela.

H: - Vou te dar 15 minutos, você decide.

S: - Eu sei que não funciona assim, tenho pelo menos algumas horas antes de acabar meu prazo.

H: - As 24h são protocolares, se não se decidir nos próximos 15 minutos eu entro aí e mato você de qualquer jeito. Mas, dessa vez, garanto que não serei rápida.

Era a segunda vez que via medo no seu olhar. A primeira, claro, quando Hope se soltou no celeiro, e agora, quando ela o ameaçava. Alguém com tanto medo nos olhos jamais recusaria a proposta dela. Ela então se sentou no chão, escorada na parede, e olhou para o relógio.

I - Os Dois Lados da Lua | I - Two Sides of the MoonOnde histórias criam vida. Descubra agora