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Os cabelos claros de Chloe reluziam na luz do sol. A garota apertou mais o casaco enquanto encarava a sombria casa dos Camilo. A placa de "vende-se" se destacava logo na entrada e Chloe sentiu pena.
Pobre Tainá, era a única que havia restado da perturbadora família Camilo, só tentar imaginar o inferno que a mais velha estava vivendo, causava uma aflição em Chloe.
A garota tocou a campainha e Tainá logo apareceu. A mais velha estava cada vez mais abalada e deixava aquilo transparecer em sua aparência, Tainá estava completamente abatida e triste.
━━ A menos que queira comprar a casa, pode ir embora.
━━ Bom te ver também, Tainá. Posso entrar?
━━ Não. ━━ Tainá saiu para fora, fechando a porta atrás de si.
━━ Não quero você aqui dentro.
━━ O que você está escondendo aí?
━━ Não estou escondendo o meu irmão, se é o que você quer saber. A vadia da Bárbara já o matou, ele já deve ser apenas pó a essa altura.
━━ Sinto falta dele.
━━ É claro que sente! Você é uma covarde, fez com que ele se entregasse e então fugiu, como sempre fez. Ele amava você, se você tivesse sequer se importado, talvez ele seria uma nova pessoa agora, talvez ele tivesse ao menos tido uma chance de mudar. Você estragou tudo Chloe, não é bem vinda aqui.
As palavras de Tainá eram carregadas de mágoa, ela parecia realmente chateada com as atitudes de Chloe. Era claro que a Laviert sentia culpa, mas ela não poderia ter mudado a história, por mais que acreditasse que o amor o salvaria, algo dentro dela a fazia acreditar que ele jamais iria mudar.
━━ Quero consertar as coisas, Tainá. Eu precisava ver você para me lembrar dele, para sentir alguma coisa outra vez. Eu estou morrendo aos poucos, com essa angústia dentro de mim.
━━ Espero mesmo que você morra, você merece isso. ━━ A mais velha deu de ombros, voltando para dentro de casa. ━━ E não me procure mais, você já trouxe desgraça o suficiente para a minha vida.
Tainá bateu a porta, fazendo Chloe fechar os olhos e sentir a vontade incessante de chorar. Aquelas duras palavras machucavam, o discurso de Tainá vagava em sua mente escura e vazia.
Chloe pensou naquilo durante toda a tarde sentindo-se culpada por todas as vidas que haviam sido ceifadas. E então ela chorou, chorou até seus olhos pesarem e ela finalmente cair em um sono profundo.
Ela abriu os olhos aos poucos enxergando quem ela mais queria ver naquele dia.
━━ Não acredito! ━━ Chloe abraçou o garoto, sentindo todas as lágrimas escorrerem pelo seu rosto. Aquele calor familiar, fazia com que ela sentisse nostalgia. ━━ Como você pode estar aqui? ━━ O Augusto continuou com aquele olhar morto, parado em frente à cama da garota.
Pela primeira vez, seu coração doía, enquanto ele pensava na atitude que precisaria ter, uma que provavelmente terminaria de foder o seu psicológico.
━━ Achei que você estava morto, como entrou aqui?
━━ Nos últimos meses, aprendi a ser mestre em entrar sorrateiramente nos lugares, Chloe.
━━ Como se escondeu?
━━ Não posso dar mais detalhes.
Victor sentiu seus olhos marejarem, quando foi que ele havia se tornado tão fraco?
━━ Você me perdoa?
━━ Está tudo bem, vamos fugir. Podemos recomeçar, o nosso amor vai mudar tudo.
━━ Não Chloe, não posso, preciso me vingar da Bárbara, preciso que ela saiba que nada nesse mundo vai me parar agora. ━━ Victor se aproximou, olhando naqueles profundos olhos escuros. ━━ Senti sua falta, Chloe, me perdoe pelo que eu preciso fazer.
━━ O que está tentando me dizer?
━━ Prometo fazer isso rápido, apenas feche os olhos.
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Tudo parecia calmo naquele dia e aquela era a maior vantagem de estar isolada, elas jamais saberiam o que estava acontecendo do lado de fora. Bárbara não havia recebido nenhum bilhete naquela manhã e aquilo era bom, os enfermeiros diziam que Bárbara estava se recuperando, afinal eles acreditavam que ela estava apenas enlouquecendo quando dizia que Victor estava vivo.
Tudo continuava calmo, mas dentro da cabeça de Bárbara, a confusão estava cada vez maior. Ela queria sair, queria sentir o sol em sua pele e passar tempo dizendo besteiras com Melanie, mas graças à ela mesma, aquilo não seria possível.
O silêncio parecia agonizante e Bárbara queria que o horário passasse rápido, mesmo que ela não fizesse ideia de que horas eram. Mas de repente, uma porta aberta com brutalidade encerou aquele longo período de silêncio.
━━ Bárbara você tinha razão, que porra, você tinha razão. ━━ A garota morena do refeitório apareceu como um furacão, gritando e chamando atenção de todo mundo que ainda tinha um pouco de sanidade.
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