Xue Yang passou os olhos pelos dois jovens caídos em sono profundo, Xiao meditava em completo silêncio ainda perto do fogo que já está baixo e quase se extinguindo. Com um suspiro as vestes negras se agitam quando ele se levanta saindo da caverna em busca de mais alguns galhos secos.O vento parecia assobiar em seu ouvido, trazendo algo de melancólico em sua voz indecifrável. Seus passos o levaram para longe da rocha em que estava, ficando entre algumas árvores. Seus dedos buscam a Cimitarra e no segundo seguinte a jogou para uma árvore solitária derrubando a mesma em um único golpe, o som do tronco pesado cortou o entorno, apertando o cabo da lâmina curva fortemente em seus dedos, Xue Yang passa a golpear cada vez mais forte a madeira, até que lascas sejam jogadas para todos os lados de forma desordenada. Da fenda da caverna Xiao escuta os golpes assolarem a escuridão, o som pesado do tronco se reduzindo a meros galhos que alimentaria o pobre fogo.
Desde que a história da fera e da ave fora contada, Xue Yang não disse mais nenhuma palavra, esteve em silêncio por todo o tempo que se seguiu... mesmo que quisesse, Xiao Xingchen não saberia as palavras certas para serem ditas para lhe chamar a atenção ou ao menos iniciar uma conversa, conhecendo tão pouco o misterioso mestre de Meng Zhaoyin, ele não pode decifrar o que abriga em seu silêncio repentino.
No tempo de um incenso se apagar Xue Yang volta para o interior da caverna, o peito subindo e descendo rapidamente com a respiração mais pesada que o normal. Rapidamente ele alimenta o fogo e mantém os olhos fixos nas chamas que se erguem majestosamente.
"Não tinham galhos perto da entrada?" A voz suave de Xiao Xingchen o pega de surpresa.
"Ah, não."
O som dos estalos da madeira queimando soa por um instante "Se quiser descansar fique tranquilo, não acho que alguém passará por aqui."
"Não estou cansado."
Xue Yang mexe nas cinzas que voaram para perto de seus pés, ainda estão quentes "Nunca tinha ouvido a história da besta e da ave."
"Não é um conto popular" Xue Yang responde.
"Imaginei que não fosse, sinto que não são apenas..."
Antes que Xiao terminasse de falar seus lábios se apertam e um líquido negro passa a sair do canto de seus lábios, Xue Yang corre até ele, uma de suas mãos pressionam suas costas e dois de seus dedos param em seu peito "Cuspa tudo."
Xiao faz o que lhe foi dito, fazendo gotas de um sangue enegrecido pingar no chão ao seu lado. A energia de Xue Yang passa das pontas de seus dedos para o interior do outro, circulando por seus meridianos tentando estabilizar qualquer mínima falha "Você usou sua energia espiritual por tempo demais em sua espada, a quanto tempo se sente mal?"
Xiao passa a mão para limpar o sangue em seus lábios "Obrigada mais uma vez."
"O veneno deve estar em algum ponto vital seu... Xiao Xingchen, se você ficar se forçando você irá ter reações como agora, eu disse que era para avisar quando estivesse mal."
"Não quis causar uma comoção por algo tão pequeno."
"Acabei tendo que te ajudar de qualquer forma, que diferença faria se fosse algumas horas atrás?"
Xiao abaixa o olhar e não sabe como responder o outro que se senta atrás dele, tirando os dedos de seu peito e levando as duas palmas para suas costas...
■ ■ ■
O rio estava silencioso, o fluir de suas águas acompanhava a melodia que a flauta desenhava no ar. Sob alguns galhos de uma árvore com flores brancas imaculadas Lan Xichen tocava calmamente, guardando o sono da pessoa dentro da residência.
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"Eclipse em um Lampejo de Luz" *XueXiao*
Fanfiction"Era uma vez uma criança que gostava muito de comer bala... como era um órfão pobre, nunca pôde comer nenhuma. Ela vivia sonhando que alguém lhe daria uma bala todos os dias..." A lâmina fria de Fuxue fervilhava com o sangue quente do cultivador de...