Os grunhidos animalescos causavam arrepios profundos na pele de Mian Mian cada vez que se aproximava do núcleo de cadáveres, a energia demoníaca se tornava muito forte, ao ponto de que alguns cultivadores de baixo nível jamais seriam capazes de adentrar o local sem sentir que seus corpos estavam prestes a ceder.A luz dourada irradiada de seu corpo era o único ponto de luz em meio a escuridão, atraindo assim a atenção de muitos cadáveres que corriam em sua direção. Mian Mian saca uma espada de sua cintura, recém forjada, a lâmina era branca mas brilhava em dourado, seu cabo amarelado não possuia nada gravado... em muitas tradições as espadas são nomeadas no momento que encontram as mãos de seu portador pela primeira vez, porém, na Seita Lâmina Escarlate, um grande feito serve para a nomeação da espada, é como permitir que a mesma demonstre como deseja ser chamada.
Envolta pela energia interna calma de Mian Mian, um corte limpo faz com que todos que se aproximavam dela caíssem no chão, e antes mesmo que chegassem a atingí-lo o resquício de vida já havia abandonado os corpos medíocres, nada mais era do que um golpe de misericórdia, sem dor, apenas o vazio. O sangue enegrecido e seu odor desagradável passava a preencher o ar, fazendo com que o fino nariz de Mian Mian se mexesse em descontentamento. Seus olhos recaem para o teto do local, onde grossos pedaços de rochas estão presos.
Quando o túnel escuro estava chegando ao fim, os olhos negros ganharam um tom dourado em seu âmago, os dedos ágeis de Mian Mian desenham um símbolo um tanto quanto confuso no talismã limpo, ao passar pela saída e estar diante de um pequeno exército de cadáveres ferozes, onde no centro uma poderosa besta a encarava com voracidade.
Seu corpo era longo e peludo, parecia ter mais do que dez metros, se assemelhava com um poderoso lobo, mas não, era algo ainda mais sedento que isto, os dentes pareciam lâminas límpidas e as garras como flechas negras.
"O que você é?" Mian Mian sussurra enquanto manda o talismã para o teto acima da cabeça da besta demoníaca, que parece sentir a energia do pedaço de papel desviando antes que a barreira de gaiola caísse por seu corpo, de modo que um punhado apenas de cadáveres fora pego na armadilha, e aqueles que conseguiram escapar para o lado de fora tentam a todo custo se aproximar de Mian Mian, que com sua lâmina guiada por sua energia interna, não permite que nada se aproxime muito.
Um rugido alto que parece um uivo soa pelas paredes cavernosas, ecoando por todo o longo túnel fazendo tremer os discípulos do lado de fora. Mas a Mestre do pico Pétalas ao Vento se mantém calma, os olhos jamais se distraindo do animal que corria em sua direção à toda velocidade.
A grande boca se abre, as patas pesadas passando em cima da cabeça de Mian Mian, arrancando assim um pedaço das paredes grossas. Com a expressão calma ela parece levitar no ar como uma pétala, uma linha dourada recai pelo ar, emaranhado o ambiente, meia dúzia de talismãs queimam em explosões, uma gota de sangue cai pelos dedos finos, pingando no papel límpido, que se desfaz com o lampejo dourado. Os longos cílios beijam as maçãs do rosto impecável, balançando conforme os ataques sem sucesso da besta demoníaca enviava rajadas de vento confusas, quando os olhos se abrem outra vez, não existe nada além do infinito dourado em expansão, as linhas douradas se apagam com as pétalas brancas que caem do céu rapidamente, atingindo todos no chão, os cadáveres e a besta demoníaca que grita em dor quando seu corpo se desfez pouco a pouco.
As pétalas caem no chão solitárias, já não são mais brancas, e sim vermelho sangue... uma gota de sangue enegrecido cai na manga do robe da bela mulher quando esta pousa no chão, os olhos furtivos se reviram e no segundo seguinte o pedaço da manga é cortado, caindo em uma poça de sangue.
Os discípulos sentem toda a energia demoníaca de antes ir embora, no exato momento que a Mestre do pico Pétalas ao Vento retorna, com um sorriso gentil nos lábios "Vamos para a próxima marcação."
■ ■ ■
"Estranho não termos visto ninguém enquanto entramos além daqueles cadáveres fracos. Ou acha que é uma armadilha?" Ele fica em silêncio esperando uma resposta que nunca vem "Apesar que saberíamos se fosse uma armadilha, iríamos ver as corujas, meu Mestre me disse que era assim que ele sabia que havíamos chegado... aliás, você está tranquilo em vê-lo novamente? Quer dizer, vocês se conheceram quando ainda eram bem jovens não é?"
Jiang Cheng para de andar e se vira com os olhos ferozes voltados para Meng Zhaoyin "Eu gostaria muito de ser de Gusu apenas para cessar a sua voz, você fala demais."
Meing faz um bico "Estou apenas te distraindo, ou você queria que eu ficasse em silêncio o tempo todo?"
"Exatamente isso, queria. Estou pensando onde diabos eu estava com a cabeça quando resolvi vir com você."
"Líder Jiang, isto foi cruel" Meing põe as mãos contra o peito como se estivesse verdadeiramente ofendido "Achei que tínhamos conquistado uma amizade."
"E eu achei que seu Mestre havia lhe dado respeito." Jiang Cheng dá uma tapa leve na testa de Meing que fecha os olhos com o toque.
"Isso foi dolorido. "
"Cala a boca."
Jiang Cheng passa a andar na frente sendo seguido por Meng Zhaoyin.
Um tempo considerável havia se passado até que chegaram em uma bifurcação, em um dos lados uma parede de tijolos bloqueava a passagem e do outro um cômodo escuro dava espaço para um conjunto de grades com inúmeros cadáveres atrás delas. No momento que a luz escarlate e roxa entram no local, os seres malignos passam a soltar grunhidos e ficarem verdadeiramente agitados, alguns que estavam soltos vieram correndo até os dois, de ambos os lados e alguns pelo teto.
"Meing."
"Estou aqui." Ele se aproxima de Jiang Cheng colidindo as costas umas nas outras, os cadáveres se aproximavam em uma velocidade surpreendente.
Jiang Cheng olha para o lado encontrando o olhar azul profundo e um sorriso juvenil, confiante, do tipo que diz saber exatamente o que está fazendo... neste momento Sandu e Zidian tremem em suas mãos... Algo na falta de senso, brincadeiras, jeito despreocupado e nesse sorriso confiante o lembra alguém que por diversas vezes também lutou ao seu lado, como agora.
Com um sorriso quase imperceptível nos lábios ambos avançam, Sandu arranca várias cabeças em questões de segundos, fazendo sangue jorrar como um chafariz negro, outros eram mortos por poderosos golpes de Zidian, a arma espiritual capaz de expulgar almas agora se ocupa na desintegração de cadáveres ferozes. Meing faz Feilian ir de um lado para o outro matando todos que se aproximavam, desse modo ele salta sobre a lâmina dando um chute poderoso no teto, fazendo com que os cadáveres fossem atingidos pelo golpe poderoso do membro coberto de vermelho sangue. Ao pousar no chão outra vez, Feilian volta para suas mãos, um único cadáver se aproximava, com um meio sorriso Meing corre até ele, e em um corte limpo o corpo é partido em dois...
Seus dedos apertam o cabo da espada, enquanto Zidian retorna para seu portador com Sandu. O jovem discípulo de Duas Faces em Sangue olha para Jiang Cheng que o encarou no mesmo instante, os olhos afiados pareciam buscar algo na pele de Meing.
"Líder Jiang, não estou machucado. Não se preocupe."
"Quem está preocupado com você?" Ele diz rapidamente como se estivesse se defendendo de uma acusação grave.
Meing ri o que deixa Jiang Cheng ainda mais irritado, quando ele ia abrir a boca para xingar, uma lâmina negra é lançada para o jovem, que sente sua presença tarde demais... uma dor aguda atinge a lateral de seu corpo, que é arremessado para a parede.
"Aah" Ele coloca a mão em suas costelas doloridas, onde a marca do pé de Jiang Cheng estava estampada... ele havia chutado Meng Zhaoyin para longe para que o mesmo não fosse atingido pela lâmina negra, de modo que esta passou direto, se prendendo na parede entre as grades.
O som de passos pesados são ouvidos, Zidian queima ao redor de Jiang Cheng, que mantinha os olhos cruéis atentos na porta, no exato momento que Wen Xu passa por ela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
"Eclipse em um Lampejo de Luz" *XueXiao*
Fiksi Penggemar"Era uma vez uma criança que gostava muito de comer bala... como era um órfão pobre, nunca pôde comer nenhuma. Ela vivia sonhando que alguém lhe daria uma bala todos os dias..." A lâmina fria de Fuxue fervilhava com o sangue quente do cultivador de...