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O estalageiro estava encostado em seu próprio braço no balcão do saguão  principal, algumas mesas estão dispostas e ocupadas por pessoas desatarefadas. É um dia calmo na Vila Cayen, e não tem muitos quartos ocupados.

O som de passos são ouvidos e os olhos desinteressados se voltam para as duas peculiares figuras. O ar parece ficar escasso quando os olhos negros pousam no estalageiro, ignorando as demais pessoas que o observavam com curiosidade.

Rapidamente sua postura se ajusta, ação de um estranho pavor inexplicável que circula por suas veias. O ser em vestes negras possui uma expressão severa para um rosto tão juvenil e belo, os ombros largos estão firmes, os braços comportam uma beleza coberta de sangue que escorre de seus braços.

"Um quarto." Sua voz é áspera, seus olhos não param no pobre homem nem uma única vez.

"O Jovem Mestre poderia me dar a graça de seu nome?"

Sem se dar ao trabalho de uma resposta, uma pedra espiritual de alto nível é posta no balcão com um baque.

O estalageiro engole em seco. Isso é mais que necessário para pagar a estadia, e nos dias de hoje, dificilmente aparece algum cultivador disposto a se desfazer de pedras espirituais tão facilmente.

"O maior quarto fica no último andar, uma porta com adornos dourados. Gostaria que eu o acompanhasse?"

"Não."

"Mestre." Meing Yin passa correndo pela entrada da estalagem, carregando a Cimitarra e Shuanghua em suas mãos.

"Traga água quente."

"Levarei."

Xue Yang vira o rosto parcialmente para a última mesa no canto, sussurros indevidos saem do local.

"Acha que ele está morto?"

"Claro que está. Veja sua expressão pálida."

Um meio sorriso surge no rosto de Xue Yang, e ao subir um degrau, a manga de sua veste se mexe, deslizando uma pequena lâmina para suas mãos, essa é levada apenas pela pressão de sua energia interna, para o centro da mesa com os curiosos. A lâmina atravessa a madeira, deixando ambos com as pernas fracas demais para sustentaram seus ossos.

O silêncio agora permeia o cômodo, todos prendem a respiração com medo de ter problemas se atrair demais a atenção do visitante de ares negros.

E apenas quando este já está longe de vista que tudo volta ao seu estado quase normal.

"Velho." Meing Yin encara o estalageiro que franze a testa.

"Não ensinam mais a ter respeito com os mais velhos..." Sua voz sai em um resmungo "O que quer?"

"Água quente, ou está tão velho que perdeu a audição?"

"Nos fundos, pegue por si mesmo."

Com um meio sorriso Meing Yin abandona o saguão principal, onde em sussurros se discutia as mais estranhas teorias sobre a identidade dos dois viajantes.

No terceiro e  último andar da simples estalagem, em um quarto com a porta detalhada em dourado, o imponente Duas Faces em Sangue, parece ter voltado a décadas atrás, para uma vida distante quando estava jogado na beira de uma estrada empoeirada.

Ver Xiao Xingchen parece ter trazido a tona o lado obscuro e quase plenamente esquecido de sua mente, para os dois anos que passou o enganando...

Naquele tempo era Xiao Xingchen que cuidava de Xue Yang, e agora é ele que está na cama, com o ferimento profundo em seus ombros com o sangue contido pelas mãos de Xue Yang.

"Eclipse em um Lampejo de Luz" *XueXiao* Onde histórias criam vida. Descubra agora