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Berlim - Andrés de Fonollosa

Conhecer Andrés foi a melhor coisa da sua vida. Bastou um olhar, uma conversa simples e um jantar à luz de velas para sentir o friozinho na barriga. Demorou muito menos, apenas ver seu sorriso no café quando você passou por ele ao sair. Esse foi o momento em que ele soube que queria conhecê-la, e ele o fez. Isso foi há cinco meses e agora vocês dois moravam juntos na Itália.

Ele hesitou a princípio em lhe contar sobre sua profissão, com medo de mandá-lo embora. É claro que uma parte de você queria deixá-lo assim que descobrisse que ele era um ladrão, mas a parte que o amava o forçou a ficar. Demorou, mas você finalmente aprendeu a aceitar, e agora parecia que nada poderia arruinar sua felicidade com ele.

Era de manhã cedo quando você acordou. O sol nasceu, iluminando seu rosto. Quando você rolou na cama, ficou surpreso por não ver Andrés ao seu lado. Normalmente vocês dois dormiriam sempre que fosse seu dia de folga; ele estava, no entanto, longe de ser visto.

Com um bocejo alto - e um alongamento - você se levantou da cama, envolvendo-se em seu robe antes de partir para a sala de estar. Ele provavelmente estava planejando seu próximo assalto, que parecia perigoso para você, mas você sabia que era impossível dissuadi-lo. O homem era mais teimoso do que qualquer pessoa que você já conheceu; sua persistência foi mais uma vez uma das coisas que você admirou nele.

Andrés não estava na sala; no entanto, quando você estava prestes a ir para a cozinha, as mãos dele bloquearam seus olhos, fazendo você sorrir instantaneamente.

— Eu tenho uma surpresa para você. — Ele sussurrou em seu ouvido, guiando-o para longe da sala de estar. Você adivinhou que ele estava indo para a varanda, mas era impossível dizer com certeza. Quando a brisa quente do vento o atingiu, foi confirmado que sua intuição estava correta. Ele demorou um segundo antes de tirar as mãos.

A varanda sempre foi o lugar onde vocês dois passariam a maior parte do tempo juntos. Tinha mesa e cadeiras, o que o tornava agradável para apreciar o pôr-do-sol. Muitas noites foram passadas ali bebendo vinho com música e uma conversa que acompanhava os dois.

Agora, a mesa estava cheia com o café da manhã que você sabia com certeza foi feito por ele. Rosas foram colocadas no meio da mesa e, como nas noites anteriores, a música tocava baixinho ao fundo. Um largo sorriso apareceu em seu rosto antes de você caminhar até ele, beijando-o docemente antes de se afastar.

— Qual é a ocasião? — Você questionou, mesmo sabendo que ele não precisava de nenhuma ocasião para ser doce com você.

— Sem ocasião. Você sabe que passo a maior parte dos dias tentando impressioná-lo. — Ele respondeu com um sorriso malicioso no rosto. Você revirou os olhos antes de beijá-lo novamente; depois de se afastar, ele pegou sua mão, girando você com a música jazz tocando, e vocês dois com seus sorrisos mais felizes em seus rostos.

Nada poderia arruinar sua felicidade com ele.

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