⤹ D O Z E ⤸

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Manchester – Inglaterra, 6 de Maio de 2020

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Manchester – Inglaterra, 6 de Maio de 2020.

     Finalmente, depois de quase dois meses de espera, Elsa vem para Manchester e ficará segura comigo e com João. Segundo o que ela nos disse, Diogo não reagiu muito bem ao término do namoro e ela nem mesmo saiu de casa nos primeiros dias com medo das ameaças dele e com medo da sua permanência na frente da habitação. Foi preciso que o meu pai chamasse a polícia, para que ele deixasse de lá aparecer, sendo que a minha irmã até de número mudou.

     Bebo rapidamente o café, ao notar as horas, e deixo um beijo nos lábios de João, despedindo-me dele. Ele optou por ficar em casa, porque se a polícia nos mandasse parar, corríamos o risco de pagar uma coima por estarmos os dois, sendo que a autoridade poderia alegar que apenas é necessária uma pessoa para ir buscar outra ao aeroporto. A gravidez da minha irmã corre às minhas maravilhas, encontra-se neste momento com seis meses e eu mal posso esperar que a menina nasça, para lhe dar todo o amor do mundo.

     — SOFIAAAA! — Dou um pulo com o susto de ouvir o meu nome e viro o meu corpo na direção da voz, sendo praticamente atropelada pela mais nova que corre para mim e me abraça. — Não tenhas medo, eu fiz o teste antes de vir e não há cá covid no meu corpo. — A jurista diz ao notar o meu olhar arregalado e assim que eu a solto, baixo-me para acariciar a sua barriga. — Pronto, em vez de me dar mais um abraço, vai logo para a barriga.

     — Claro, é a minha afilhada. — Controlo-me para não erguer o tecido da sua camisola, desinfetando logo as mãos, após tocar na roupa que pode estar contaminada sem sabermos. — Como correu a viagem?

     — Correu bem. — Iniciamos caminho até ao carro, isto porque fomos informadas que devemos permanecer o mínimo tempo possível dentro do aeroporto. — A minha sorte é que foi curtinha e não há muitos voos que possam causar congestionamento na chegada, porque mais um bocadinho ali sentada e sem fazer xixi e eu acho que morria.

     — Pois, agora não deves parar de ir para a casa-de-banho. — Gargalho com o seu rápido concordar de cabeça e ajudo-a a colocar todos os seus pertences na mala do veículo. — Aguentas mais uma horinha? Preciso de fazer umas compras para casa e assim aproveito já para comprar.

     — Sim, aguento, quer dizer, acho que a Clara não me vai dar trabalho tão cedo, ela parece estar a dormir. — Passa a mão pela sua barriga, sorrindo levemente para mim e ao começar a conduzir, noto-a olhar alegremente pela janela. — Tive saudades de Manchester porque embora eu estivesse em casa, com os pais, eu sinto que aqui é a minha verdadeira casa. Eu habituei-me demasiado a esta vida, a esta confusão, a esta meteorologia de merda.

     — É, eu sinto o mesmo, sinto que Manchester é a minha casa. — Aproveito que estou a conduzir o carro de João e que este é automático, para colocar a mão na sua barriga, o que faz com que a minha afilhada desperte e me dê um pontapé. — Vá amor, sossega um pouco, não dês trabalhos à tua mamã porque temos de ir às compras.

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