« 𝐂𝐎𝐕𝐈𝐃 𝟏𝟗: O terror da população. Significado de tragédia, significado de dor, significado de morte. Poderá ele também ter o significado de amor? »
𝐒𝐨𝐟𝐢𝐚 é apenas uma jovem professora universitária que acabou de chegar a Manchester para...
[aviso: este capítulo contém linguagem/cenas +18 e, para melhor compreensão, atentem as datas dispostas, tanto numa parte como na outra.]
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Manchester – Inglaterra, 17 de Junho de 2020.
De fora do jogo contra o Arsenal, por opção de Guardiola, resta-me ficar em casa, sentado no meu sofá, com Sofia ao meu lado a assistir ao jogo. Os adeptos não são permitidos nas bancadas, algo que é deveras triste porque só nós, jogadores, sabemos o quão é importante para nós sentir o apoio daqueles que tanto amam o clube como nós. Olho para Elsa, que se senta num sofá ao nosso lado, e sorrio quando ela pousa uma mão na sua enorme barriga e com a outra segura um copo que parece ter chá. Na minha frente e de Sofia estão duas cervejas e tremoços. Somos o típico casal tuga e não podemos negar. Eu sempre quis arranjar uma mulher assim, que ama futebol como eu, que bebe como eu sem estar com tabus por ser algo menos feminino, mas uma mulher que é uma autêntica princesa e se sabe vestir e comportar.
— ISTO É PENALTI, É PENALTI, CLARÍSSIMO! — Grito aquando da falta de David Luiz perante Kevin De Bruyne e levanto-me do sofá, com as mãos na cabeça, dado que está a ser avaliado pelo VAR. — O quê? Oh mano, a sério? É mesmo preciso ir ao VAR? Foda-se.
— João, calma, sim? É óbvio que vão dar penalti, por isso, relaxa. — Sofia tenta puxar-me para o sofá, mas mantenho-me de pé e consigo ouvir o seu bufar pesado. Olho de leve para Elsa, esta que se controla para não rir e logo me viro para a minha namorada, com a garrafa na boca e uma sobrancelha arqueada. — Que é?
— Tu reviraste os olhos, não reviraste? — A morena nega com a cabeça e levo o meu olhar para a minha cunhada que me confirma com a cabeça. — Eu confio na tua irmã e ela está a dizer q... EU DISSE QUE ERA PENALTI. — Volto a olhar para a televisão e tudo o que ouço é o riso descontrolado da grávida. — GOLOOOOOOOOO! CHUPEM GOONERS DO CARALHO!
— Controla-te, João Pedro, controla-te. — Volto a sentar-me ao lado da minha namorada e deixo um pequeno beijo na lateral da sua testa, sendo uma pequena provocação. Ela é adepta do Manchester United, para meu desgosto, mas nunca escondeu o seu favoritismo pelo Arsenal no que toca a equipas londrinas, por isso sei que ela está incomodada com o 2-0, que mostra no ecrã. — Foda-se, Aubameyang, foda-se. — Reclama do gabonês que falha um golo óbvio e acerta um murro no meu braço. — E tu não rias, idiota.
— Eu não me estou a rir. — Prenso os meus lábios, o que a leva a revirar os olhos, e deposito novamente a minha atenção na televisão. — Ele é tão bom, nossa senhora. — Elogio o escocês que alinha pelos vermelhos de Londres e tudo o que a morena ao meu lado faz é sorrir largamente. — Amor, eu não estou a dizer que merecem ganhar só porque estou a elogiar o Tierney, aliás, pelo contrário, acho que ele tem demasiada qualidade para estar ali a jogar.
