⤹ B Ó N U S ⤸

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Manchester – Inglaterra, 22 de Outubro de 2020

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Manchester – Inglaterra, 22 de Outubro de 2020.

     Com a ajuda de Sofia, de João, Bernardo, Christine e Ethan, assim como de uma babysitter da minha confiança, tem-me sido possível manter a minha vida académica mesmo com o nascimento de Clara. A minha filha tem, neste momento, dois meses e é a luz dos meus olhos. Não ter abortado, como Diogo me pediu, foi a melhor decisão da minha vida, uma vez que ser mãe mudou-me, positivamente, em todos os aspetos. Quando dizem que modificamos após sermos pais, as pessoas não estão a mentir. Sinto que agora não tenho de viver apenas para mim, mas sim para ela também, aliás, sinto que tenho de viver, única e exclusivamente para ela.

     Estou, agora, no meu segundo ano de Mestrado, então as aulas são em menor número, o que me facilita em relação à menina, e apenas temos dois dias de aulas, sendo estas ao final do dia. Hoje é um desses dias e Sofia, por ter abandonado o trabalho e já estar em casa, ficou com ela. Quer dizer, aposto que é o João que está sempre com ela no colo, já que ele tem um amor inexplicável pela bebé, mas eu não me importo, dada a confiança que tenho no internacional português.

     Procuro as chaves do carro na minha mala, depois de me despedir das minhas colegas, e ao encontrá-las, aproximo-me do veículo, arregalando os olhos com o que vejo. Diogo está dentro de um carro alugado, a fumar dentro do mesmo e, assim que o seu olhar encontra o meu, o meu corpo congela por completo.

     Observo-o sair do carro e começo a dar breves passos para trás, nunca tirando o olhar do dele

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     Observo-o sair do carro e começo a dar breves passos para trás, nunca tirando o olhar do dele. Eu sei a distância a que me encontro das longas escadas que vão dar à entrada das instalações universitárias e apenas preciso de calcular quantos passos tenho de dar mais. Lá encontrarei os seguranças e conseguirei ajuda, ou pelo menos me será possível estar acompanhada e assim ligar para alguém me vir buscar, afugentando o meu ex-namorado. Viro o meu corpo para começar a correr, assim que alcanço as escadas, mas o meu corpo é imobilizado pelo seu.

     — Onde é que tu vais, menina? — A sua mão rodeia o meu braço, com força, e o meu corpo bate contra o seu. Sinto o frio de algum objeto nas minhas costas e por isso não me permito gritar, deixando que ele comande todos os meus movimentos. — A nossa filha? — Inquire assim que me mete dentro do carro e consigo perceber que nada se vê de fora para dentro e que a única razão pela qual o vi, foi o facto de ter o vidro aberto.

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