⤹ S E I S ⤸

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Manchester – Inglaterra, 28 de Janeiro de 2020

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Manchester – Inglaterra, 28 de Janeiro de 2020.

     Abro os olhos ao ouvir a campainha tocar. Eu não sei quem é, mas seja quem for está muito impaciente porque não pára de pressionar o botão. Reviro os olhos e dirijo-os para o meu telemóvel, notando que são apenas 9h da manhã. Solto um pesado suspiro e controlo-me para não descer a correr e acertar com uma vassoura na pessoa que me espera do lado de fora. Hoje é o meu dia da semana sem aulas e quando eu posso dormir até mais tarde, há sempre algo que me impede. Olho para o meu corpo nú e lembro-me da noite de ontem, rindo baixinho ao sentir-me idiota por me ter masturbado a pensar no futebolista que vive na casa ao lado.

     Visto o primeiro soutien que me aparece, umas cuecas e o pijama, este que ainda está dobrado em cima da poltrona porque nem cheguei a vesti-lo ontem, e logo me tapo com um robe. Não faço ideia de quem seja, mas não me vai ver em pijama porque este é muito curto e expõe o meu corpo quase todo. Desço as escadas com cuidado para não cair porque com este sono e com as dores de cabeça que sinto, era algo que seria muito provável de acontecer caso eu as descesse a correr.

     — Já vai, credo! — Grito para a pessoa depois de ouvir mais um longo tocar de campainha e reviro os olhos assim que abro a porta e encaro o homem. — O que estás aqui a fazer a estas horas, Ethan James Watson? Tu não sabes que é o único dia que eu posso dormir até mais tarde?! Aliás, a Elsa também está a dormir.

     — Bom dia, anja. — Reviro mais uma vez os olhos com a boa-disposição dele e com a palavra que ele usa para me cumprimentar. Eu já lhe expliquei mais de cem vezes – sim, eu contei – que em português não há feminino para a palavra anjo, tal como em inglês. — Ninguém te mandou ir beber ontem para casa do Cancelo. — Arqueio uma sobrancelha com o que ele diz e coço a nuca pensando no que eu possa ter dito. — Tu disseste que ias a casa dele e que ias pedir-lhe bebida, não te lembras? — Nego com a cabeça enquanto caminho para a cozinha e ouço o seu riso atrás de mim. — Essa bebedeira foi forte.

     — Nem me digas nada, estou com a minha cabeça tão pesada que parece que tenho os homens das obras a bater nela com martelos. — Coloco o café a fazer e pego em duas canecas depois de com o olhar lhe perguntar se é servido. — Mas o que estás aqui a fazer? Ainda não me disseste. E onde anda a Christine?

     — E foi só beber? Não se passou mais nada? — Semicerro o olhar ao médico-psiquiatra para logo ele erguer as mãos no ar, como se pedisse desculpa pela questão. — Vou contigo buscar os teus pais, eles chegam dentro de ... — Faz uma pausa para olhar para o relógio e volta a olhar para mim com um sorriso maroto. — Trinta minutos, por isso aconselho-te a ir tomar banho boneca, eu faço o resto do pequeno-almoço. Ah e a Chris está a dar aulas.

     — OS MEUS PAIS?! — Falo mais alto do que queria mas o choque apodera-se de mim e é impossível controlar-me. — Mas eles não chegam hoje.

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