Capítulo 4

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Han:

Na segunda feira, eu acordo com alguém batendo na porta me fazendo levantar aos tropeços e indo abrir ainda coçando os olhos de sono.
Quem era tão cedo numa segunda?
Ao abrir vejo o síndico do prédio, ele só me dá um envelope e sai me deixando sem entender muito, mas coloco o envelope em cima da mesa e vou me arrumar pro trabalho.

Depois de tomar banho e terminar de me arrumar vou para a cozinha tomar café, vendo o envelope em cima da mesa decido o ler quase me engasgando com o café. Era um aviso de demolição, dentro do prazo de um mês todos deviam sair do prédio pois seria demolido pois o dono o vendeu, sem avisar para os moradores inclusive.
Olho para o relógio vendo que eu estava quase atrasado, agora precisava urgente achar outro lugar para morar e isso me deixava meio preocupado.

Pego minhas chaves correndo e quase tropeçando em um sapato que estava perto da porta. Na portaria haviam moradores revoltados pelo aviso e o síndico tentava os acalmar.

Entrei no carro indo o mais rápido possível para a cafeteria onde eu trabalhava, que ficava longe do lugar onde eu morava. Chego quase atrasado mas por sorte o dono não estava no lugar, só Yeon havia chegado para arrumar o lugar

-Não tem relógio na sua casa?- Yeon me pergunta em tom de brincadeira

-Até esqueci de ver se tem- repondo no mesmo tom. Depois de por meu uniforme vou o ajudar

-O fim de semana foi cheio?- ele sabia da minha situação, eu sempre falava sobre a Anna para ele

-Você nem imagina, quase apanhei umas duas vezes. Ia ser uma pena machucar esse lindo rostinho -coloco a mão embaixo do queixo fazendo pose e meu amigo revira os olhos rindo

Logo depois o chefe chega com uma cara seria o que faz eu e meu amigo nos olharmos, quando ele tá assim não acontece coisa boa.
Continuamos o trabalho normalmente até meu chefe me chamar para conversar em particular

- O senhor me chamou?- Pergunto ansioso

-Han Jisung, vou ser direto com você. - Ele mantia a cara seria o que me fazia ficar mais ansioso ainda -A cafeteria não vai bem, precisamos fazer alguns cortes de verbas, então você está demiti
do.

Meus olhos se arregalaram

- Demitido? Eu fiz alguma coisa errada? Me desculpa, eu realmente preciso desse emprego e-

-Você não fez nada, inclusive você trabalha muito bem. Mas realmente precisamos demitir alguém e foi votado em você no fim -abaixoba cabeça, agora estava totalmente perdido -Pense nisso como uma oportunidade, acredito que você vai conseguir um emprego melhor que num café. Eu te desejo muita sorte para isso.

-Obrigado senhor... -Mas sorte não serviria muito agora, saio triste dali, o dia mal havia começado e só piorava

Fui embora de lá, depois de Yeon quase chorar. Ainda chateado, tentava ligar para Anna mas esqueci que ela tinha um emprego e desisti depois da terceira tentativa, ela devia estar ocupada.
Passo o resto do dia em casa, pensando no que fazer e no fim acabei escrevendo mais uma música. Até meu celular tocar e eu ir quase voando da cadeira para a cama.

-Baby!- Grito

-Baby? Desde quando você me chama assim?-ouço outra voz que não é a da minha melhor amiga

-Ah... Oi Chan -Digo meio constrangido e me deito de barriga para cima

-Nossa, agora que sabe que sou eu não fica mais feliz? -Ele diz do outro lado -Mas enfim, o que tá fazendo?

-Pensando no que será de mim daqui um mês. Agora que não tenho onde morar e sou um desempregado

-É pelo visto tá ruim mesmo-ele ri da minha desgraça- Tentei te ligar o fim de semana todo, você desistiu de sair com a gente em cima da hora

-Eu acabei saindo com a Anna e o namorado dela... agora ex. Quase apanhei dele, eu ia chamar ela pra ir com a gente com certeza teria sido bem melhor.

Conversamos durante algum tempo, e quando eu soltei o celular colocando ele do meu lado e olhando para o teto enquanto eu estava jogado na minha cama, segundos depois ele toca de novo e eu atendo sem olhar o nome

-Oi, Chan - Digo com tédio

-Chan? O que aconteceu com o 'baby'?-Escuto a voz da minha melhor amiga e dou um pulo sentando na cama e batendo os pés na mesma com raiva fazendo alguns barulhos estranhos.

Você não acerta uma em, Han Jisung?

-Tudo bem? -Ela pergunta provavelmente por ter ouvido meu surto

-Tudo -me recomponho -Já saiu do trabalho? Como foi o dia?

-Bem... Tudo normal. E o seu?

-Foi... Bom. Não podia ser melhor! - não ia contar minha situação agora, sabia que ela ia dar um jeito de querer me ajudar como sempre fez e eu me sentia mal se ela desse um jeito em tudo.

-Que bom... -ela ficou em silêncio por um tempo e eu também- Então... Quer jantar aqui em casa?

-Quando você me chamou pra jantar eu achava que VOCÊ ia fazer a comida - digo alto e indignado enquanto coloco o macarrão para cozinhar

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-Quando você me chamou pra jantar eu achava que VOCÊ ia fazer a comida - digo alto e indignado enquanto coloco o macarrão para cozinhar

-Eu falei pra você vir jantar, não que eu faria a comida -ela ria da minha frustração
Estava sentava na cadeira do balcão com a cabeça apoiadas nas mãos em cima do balcão.

Faço cara de raiva e ela me manda um beijinho

-Você faz o melhor macarrão, eu não posso fazer nada -diz no fim

Eu finjo jogar meu cabelo para trás dos ombros fingindo estar lisonjeado com o comentário.

-Eu sei que sou um ótimo cozinheiro, nem precisa falar - balanço uma das mãos na direção dela, fingindo ser modesto

Até sentir um cheiro de queimado e perceber que tinha deixado o molho no fogo e ir correndo apagar, arrancando risadas altas da minha melhor amiga o que me fez rir junto com ela.
Por sorte, eu não coloquei fogo na cozinha.

Na melodia do coração- (Han Jisung)Onde histórias criam vida. Descubra agora