Capítulo 8

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  Han:

—Você realmente não ia me falar da vaga?! – diz indignado enquanto eu lavo a louça e ele do meu lado na pia

—Não, e você sabe o porquê – olho pra ele e depois volto a olhar para a pia

   Eu começo a trabalhar na próxima semana, na sexta feira fui até a empresa receber instruções sobre o trabalho, que seria organizar alguns livros, organizar a cafeteria e ajudar no que fosse pedido no setor. Fui apresentado formalmente a Anna e fingimos que não nós conhecíamos, como combinado mesmo que tenha sido meio difícil.
    Agora, no sábado estamos terminando de arrumar a cozinha depois do almoço.

—Você acha mesmo que um dia eu vou gravar as música não é?– olha para ela

—Claro, é uma pena que só eu possa escutar – Anna diz dramatica

   Ela ainda insiste na ideia de que eu deveria seguir a carreira musical, mal ela sabe que a mesma foi a minha inspiração para começar a escrever músicas. A maioria delas foram totalmente dedicadas a Anna, como forma de expressar meus sentimentos por ela já que eu não conseguia falar.
    Desde meus 12 anos ela era a única pessoa que eu mostrava as músicas, até conhecer Chan e Changbin e começamos a escrever músicas juntos por diversão.
   As vezes eu ainda escrevo músicas românticas dedicadas a ela com esperança dela entender, mas nunca aconteceu e eu me contento com meu lugar de melhor amigo.

Depois de terminar de organizar a cozinha minha amiga foi para seu escritório tentar escrever alguma coisa, mesmo que ela esteja com um bloqueio a dois anos mas ainda insiste em querer escrever mais alguma coisa. Para não fazer barulho, fui para meu quarto tocar alguma coisa no violão para passar o tempo logo me veio uma inspiração e eu comecei a escrever outra música.
  
Algumas horas depois Anna aparece devagar na minha porta

—Oi... –Diz parada na porta

—Oi, pode entrar– ela não perde tempo e deita na minha cama enquanto eu estava sentado na escrivaninha

—Não conseguiu pensar em nada? –consigo ver sua frustração

Minha amiga só balança a cabeça, negando
Me levanto, colocando o violão no canto do quarto e vou até a cama me deitando do lado dela.

—Você não consegue mais pensar em nada porque é velha –digo brincando e ela levanta pegando o travesseiro e batendo em mim e eu rio

—Você é mais velho que eu, o que você tá falando?– ela diz depois de bater em mim

—Sou? Nem parece –sorrio convencido para ela e ela fecha a cara mas rindo em seguida

Fico olhando o quão bonita ela fica enquanto ri... Tenho certeza que se ela tivesse alguém como ela só iria viver inspirada para escrever. Suspiro pensando nisso.

Anna para de rir e me olha, não  conseguimos quebrar o contato visual por alguns segundos e as borboletas fizeram a festa na minha barriga. Até a campainha tocar e nós quase cairmos da cama pelo susto sorrindo sem graça.

Ela pigarrelou

—Quem será? –diz e me olha —Eu vou... Lá ver –Ela se levanta, parecia nervosa?

Eu sigo ela indo para a sala e quando ela abre a porta

—Filha! –a senhora Choi, mãe da minha amiga diz

—Mãe! Pai! Que saudade– Ela responde os abraçando

Logo atrás meus pais entram

—Boa tarde, senhora Han, boa tarde senhor Han – eles a comprimentam e entram me vendo com as mãos no bolso, parado na sala

—Filho! –minha mãe me abraçando —Como você está bonito!

—Igual minha mãe –respondo sorrindo

As nossas mães sentam no sofá, os nossos pais foram para o jardim conversar e Anna vai até a cozinha pegar bolo e chá para as visitas inesperadas, fui ajudar ela pegando as xícaras e levando para eles

—Fico tão feliz por ele estar morando com você, Anna –minha mãe diz pegando a xícara de chá— Sempre achei melhor que ele não morasse sozinho, por segurança dele... e dos outros– todos, inclusive eu rimos

Anna volta com o bolo

-—Fico feliz por ele estar aqui também, a casa é tao grande pra morar sozinha –Anna senta do meu lado no sofá e eu sirvo o chá para ela

—Mas e então, você ainda namora aquele homem que você tinha dito?–pergunta a senhora Choi, curiosa e eu seguro a risada recebendo um olhar sério da minha amiga

—Na verdade não, mãe. Ele foi meio... ignorante –ela olha para a xícara de chá

—Meio?–Digo a olhando e ela me olha com repreensão

—Tá, ele foi bem babaca. Comigo e com o Hannie então foi melhor assim.

—Nunca gostei dele, não parecia bom mesmo – a mãe dela confessa bebendo o chá

E eu sorrio disfarçadamente, mas minha amiga viu e me deu um tapinha na perna, nossas mães riram nos observando. Elas sempre ficavam assim quando estavamos juntos

   A conversa toda foi agradável, contamos sobre tudo que aconteceu nos últimos dias
Mais tarde eles decidiram ir embora, depois que o senhor Choi deixou bem claro que estava de olho em nós.

—Amor, deixa eles –sua esposa o interrompe —Boa noite, queridos. Vamos amor.

—Boa noite, filho –minha mãe me dá um beijo na testa —Boa noite, Anna –ela abraça minha amiga

  Meu pai também se despede e eu minha amiga ficamos sozinhos.
   Decidimos assistir um filme, mas na metade eu sinto minha amiga deitando no meu ombro e eu a olho, ela dormia tranquilamente. Sinto meu coração acelerar um pouco. Droga, eu pensava que tinha superado esse sentimento.

Suspiro.

Eu estou realmente perdido

Na melodia do coração- (Han Jisung)Onde histórias criam vida. Descubra agora