Capítulo 5

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Anna:

      O mês estava passando rápido, faltando duas semanas para o fim. Logo a quarta feira chega, e todas as quartas é dia de reunião na empresa.
Chego na Editora sentando na minha mesa, tendo diversos papéis para revisar e escolher o que publicariamos, comecei a ler os rascunhos de livros. Vendo também um aviso de reunião as 14h colado em um post-it no meu computador.

Fico até o horário da reunião lendo e relendo os rascunhos, e quase na hora vou até a sala de reuniões me sentando no lugar da mesa até chegar os outros e minha chefe, Yeji por último, começando a reunião.

— Ótimo, conversamos sobre todos os assuntos... –Yeji diz olhando seus papéis —Espera, falta um. As vagas de emprego temporário

—Ah sim, sobre isso. Abriremos as inscrições o mais rápido possível para começar as entrevistas

—Ótimo, até a outra semana teremos os novos empregados?– Yeji pergunta para meu colega

—Provavelmente. –Ele responde

—Então é isso, encerramos a reunião hoje –todos se levantam para sair

Eu saio pro almoço, no caminho mando mensagem para meu amigo que provavelmente está no trabalho a essa hora.
De volta eu vejo que já tem papéis sobre as vagas de temporários.

O resto do dia passou até rápido, quando chego em casa estacionando meu carro e assim que saio vejo Jisung sentado no banco, no lado de fora da casa com seu violão e cantarolando alguma coisa enquanto mexe no celular.
—Hannie?– digo chegando perto dele e ele me olha —Porque não entrou? Você tem a chave e tá frio aqui fora –começava a vir o ar frio da noite

—Eu queria te ver chegar, tava ansioso pra te mostrar minha nova música –ele diz animado

Suspiro olhando para ele, que me olhava com um sorriso bobo. Não posso negar que estava curiosa pra ouvir a nova música dele.
Sempre que Jisung escrevia músicas novas ele cantava pra mim primeiro, depois, as vezes mandava para seus dois amigos que também escreviam e cantavam, eu sempre digo que os três são extremamente talentosos e poderiam vender suas músicas ou até cantá-las. Mas eles sempre se recusam, no fim eu me torno uma de suas únicas espectadoras o que é uma pena para as outras pessoas.
     Eu sempre encorajo o Han a pelo menos tentar gravar uma música mas ele insiste em dizer que não sente tanta confiança em sua voz ou talento mesmo que eu tenha dito mil vezes que ambos são perfeitos, mas não adianta e eu jamais o forçaria a nada.

—Muito bem, eu quero muito ouvir você cantar –digo sorrindo —Mas não seria melhor ir lá pra dentro? –me levanto para tentar tirar ele do frio

—Não! –ele grita segurando meu pulso antes que eu pudesse andar —Lá dentro não vai ter o mesmo sentido, tem que ser aqui olhando as estrelas.

—Mas tá frio! –faço drama abraçando meu corpo

—Senta mais perto de mim, por favor... –ele também faz drama, só que mais escandaloso

No fim, ele ganhou e eu me sentei de novo ao seu lado, bem perto como ele havia dito.

Ele começou a tocar os acordes e a cantar, sua voz ecoava e a letra da música era profunda como todas que ele já escreveu. Eu encostei a cabeça em seu ombro o ouvindo cantar, sua voz me trazia paz eu facilmente o escutaria cantar por horas sem parar.

Quando a música acabou eu ainda estava com a cabeça em seu ombro e me olhou esperando minha opinião.

–Nem tenho o que dizer, sua voz e a letra combinam demais. Eu ainda acho que você devia usar isso a favor

Ele riu

—Tá bom, melhor você entrar. Tá meio tarde e você tem que trabalhar amanhã. –Ele diz e eu tiro a cabeça de seu ombro e ele se vira para guardar o violão

—Você também. –esses dias ele anda meio afastado, sempre dizendo estar ocupado com alguma coisa que não queria me dizer. Eu sabia que tinha algo errado mas ele não me contava o que

Ele não diz nada e se escora no banco mais uma vez me olhando depois

—Eu não... –Ele começa devagar, tirando sua atenção de mim e olhando para a lua —Na verdade eu fui demitido no início do mês.

—O QUE? E você não me contou, Han Jisung?! –olho para o mesmo. Sempre digo que se ele precisasse de ajuda podia falar comigo

Ele me olha de novo, assustado como se ainda não tivesse terminado de falar

—Tem mais? –o pergunto e ele assente devagar

—Eu também –ele pausa e me olha —Vou ser despejado daqui uma semana. Não fica brava – diz rápido sem me dar chance de responder –Esses dias eu estava procurando algum apartamento mas não achei nada ainda.

Eu o olho com raiva, ele não me contou nada disso por que não queria minha ajuda pra resolver. Mas agora que falta uma semana ele se desesperou

—Eu ia te contar, quando eu achasse um lugar. Mas não achei – Jisung olha pro chão fazendo um bico e de novo pra mim —Você pode me ajudar a encontrar um lugar temporário? Eu ainda tenho um pouco de dinheiro pra pagar até achar outro emprego. Por favor – Ele coloca as duas mãos juntas em sinal de súplica e eu cruzo os braços

—Será que eu deveria te ajudar?– fico pensativa

—Por favor! Por favor! –Han diz quase implorando

É claro que eu aceitei sair no outro dia com ele para procurar apartamentos por perto da minha casa e recebi um abraço do meu amigo por isso.

Na melodia do coração- (Han Jisung)Onde histórias criam vida. Descubra agora