24 - O PERDÃO É UM COMEÇO

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"OLIVIA, O QUE VOCÊ e Pol conversaram quando você discutiu?", Perguntou Tommy, sentando-se na frente dela.

Olivia ergueu os olhos de sua papelada. "Nada. Não importa."

"Olivia, eu sei o que os ciganos acham da honra" disse Tommy. "Você não será considerada desonrosa se me contar."

"Perdoe-me, Tommy, mas não cabe a mim dizer," Olivia respondeu, largando a caneta antes de dar a Tommy um olhar duro. "Não é minha função dizer a você os negócios de Polly."

"É se isso significar que eu posso ajudá-la", disse Tommy. "Confie em mim, Olivia."

"Eu não confio nos homens facilmente, Tommy", respondeu Olivia. "Não é só você."

"Olivia, não vou perguntar de novo ... "

"Então não faça."

"Estou tentando ajudar Pol", Tommy suspirou. "E considerando que você é a única que parece saber o que há de errado com ela, você é o única que pode ajudar."

"Tommy, por mais que eu queira te dizer, Polly já me odeia o suficiente", disse Olivia, pegando sua caneta novamente, só para ter algo para segurar. "Eu prefiro que ela não vá atrás de mim com sua porra de faca novamente."

"Eu prometo a você, ela não vai", disse Tommy. "Eu vou falar com ela, certo? Só preciso que você me diga o que a fará feliz."

"Não acho que haja nada que faça isso", murmurou Olivia.

"Tudo bem então, se você não vai me contar, eu vou adivinhar", disse Tommy. "Dessa forma, você não está quebrando nenhum código de honra."

"Isso não parece certo, mas tudo bem", Olivia suspirou. "Se isso te tirar do meu pé."

"É sobre os filhos dela?" Perguntou Tommy.

"Droga, você é bom", sussurrou Olivia. "Sim, é."

"O que aconteceu?" Perguntou Tommy.

Olivia suspirou. "Você me promete que ela não vai tentar me matar, e você não vai me julgar por contar a você?"

"Não, não vou deixar que ela te mate e não, não vou te julgar", disse Tommy. "Você viu o que eu faço. Não tenho o direito de julgar ninguém."

Olivia respirou fundo novamente. "Tudo bem, Polly foi ver a Sra. Price no Patch algumas noites atrás. Ela disse a ela que sua filha está morta. Não sei se é verdade, mas é o que Polly já acreditava. Não sei muito mais, mas acho que ela merece saber a verdade."

"Ela lhe contou sobre os filhos?"Perguntou Tommy.

"O quê? Você quer dizer enquanto ela me tinha contra a parede com uma faca na minha garganta?" Olivia perguntou sarcasticamente. "Não, não surgiu, curiosamente."

"Certo" Tommy suspirou. "Seus filhos foram tirados dela quando eram pequenos. Ela não viu nem ouviu falar deles desde então."

"Então talvez você deva encontrá-los", sugeriu Olivia. "Puxe algumas cordas e faça o seu trabalho."

"Eu vou", Tommy acenou com a cabeça. "Obrigado, Olivia."

"Não me agradeça. Só não deixe Polly me matar."

Olivia saltou de seu devaneio quando houve uma batida na porta. Sophia estava dormindo em seus braços e era um pouco cedo para John voltar do pub, então Olivia se perguntou quem poderia ser. Dirigindo-se para a porta, ela a abriu para encontrar Polly Gray na soleira da porta.

Ela não esperava uma visita, muito menos da matriarca Shelby. Depois de tudo o que aconteceu, Olivia tinha certeza de que Polly não gostaria de mais nada com ela do que o absolutamente necessário. Ela já tinha visto Finn naquela noite, começando a ensiná-lo a ler e escrever, ensinando-lhe o alfabeto. Ela estava com os filhos também, então Finn não se sentia tão bobo, e todos trabalharam juntos para organizar as cartas que Olivia escreveu em pequenos pedaços de papel na ordem certa.

Ver Polly em sua porta deixou Olivia desconfiada, e ela apertou Sophia, segurando sua filha perto dela. "Polly? O que você está fazendo aqui?"

"Posso entrar?", Perguntou Polly.

"Hum ... tudo bem", disse Olivia, abrindo a porta para deixar Polly entrar. "Mas, uh, vou ter que pedir que você deixe todas as armas na porta."

"Não estou aqui para te machucar", disse Polly, com um leve sorriso no rosto. "Só quero conversar."

"Bem, me dê cinco minutos para colocar Sophia na cama e então estarei com você ", disse Olivia, antes de se dirigir para as escadas.

Uma vez que sua filha estava dormindo em seu berço, Olivia voltou para a sala de estar e encontrou Polly esperando por ela. "Chá?"  

"Não, obrigada", respondeu Polly. "Não vou ficar. Só vim pedir desculpas."

"Para que?" Perguntou Olivia.

"Por como eu reagi outro dia", disse Polly. "Eu não deveria ter ameaçado você. Você estava apenas tentando me ajudar."

"Sim, e olhe onde isso me levou", murmurou Olivia.

"Tommy me contou o que você fez ", disse Polly. "Contando a ele sobre meus filhos. No começo fiquei com raiva, mas depois percebi que, se não fosse por você, não teria meu filho de volta comigo, então, obrigada."

"De nada" respondeu Olivia. "Todo mundo merece estar com seus filhos. Não consigo imaginar o que aconteceria se alguém tentasse tirar meus filhos de mim."

"Você é uma boa mãe para eles", disse Polly, sorrindo." Mesmo que eles não sejam seus."

"Eles são meus filhos," Olivia assentiu. "Talvez não pelo sangue, mas eu amo todos eles."

"Eu poderia aprender algumas coisas com você, Olivia", admitiu Polly.

"Bem, isso é a primeira vez", disse Olivia.

"Você é boa com o nosso John", disse Polly. "Mantenha-o sob controle. Você é boa com as crianças. Sinto muito por ter sido tão dura com você."

"Está tudo bem", respondeu Olivia. "Sinto muito por ameaçá-lo. São apenas ... memórias ruins."

"Ah, eu não vou bisbilhotar", disse Polly. "Mas se você precisar de alguém para conversar, estou sempre aqui."

"Obrigada, Polly", respondeu Olivia. "Tem certeza de que não quer chá?"

"Não, eu provavelmente deveria ir", disse Polly. "Eu tenho Michael esperando por mim."

Olivia sorriu. "Espero que vocês dois se dêem bem."

"Tenho certeza que vamos", respondeu Polly. "Mais uma vez, sinto muito pela forma como tratei você."

"Tudo bem", respondeu Olivia. "E, desde que você não me ameace de novo, ficaremos bem."

"Você trouxe meu filho de volta para mim", disse Polly. "Tenho uma dívida com você que nunca poderei pagar."

"Bem, talvez não ameace me cortar de novo e ficaremos quites", sugeriu Olivia. Polly deu uma risadinha.

"Tudo bem. Cuide-se, Olivia."

"você também, Polly."

WILD EYES | John Shelby ✓Onde histórias criam vida. Descubra agora