𝐀 𝐥𝐮𝐚 𝐛𝐞𝐢𝐣𝐨𝐮 𝐨 𝐦𝐚𝐫 [Kawasara]

Um mar de decisões

Sarada

Um bom jogador de xadrez pensa cinco movimentos à frente. Um ótimo jogador de xadrez pensa um movimento à frente, mas sempre é o movimento certo. - Lie to me

São Diego, Califórnia, 2015

Faltava 5 horas para partir e começar minha nova vida na França, mas qualquer pessoa tem seu ponto fraco, e Kawaki era o meu. Mesmo com o que aconteceu, Kawaki sempre demostrou se importa comigo e aceita meus erros, talvez porque eu não o mereça.

Sempre coloquei isso na minha cabeça e serei eternamente grata por ele te me feito se sentir viva, apesar dele não saber sobre minha decisão, será melhor assim.

Pelo que conheço em Kawaki ele é extremamente teimoso e pecistente. Então será melhor assim, sem despida sem beijos e sem abraços, todas essas coisas só me destruiria ainda mais.

Então decido escrever uma carta. Colocar todos os meus sonhos, desejos, metas, e conquistas. Colocar meus sentimentos e medo as emoções que ele me fez sentir ao entrar em águas escuras e os arrepios da minha pele ao seu toque e um desprezível adeus. Porque eu sou desprezível, e covarde de não encarar meus problemas, de não conseguir olhar na cara do meu namorado e dizer que menti. Acabar com um relacionamento de quase 5 anos não e fácil, principalmente quando você e a causa disso. Das suas decisões e erros, acabar com isso por um papel e insensível, mas minha intenção e partir seu coração, fazê-lo me odiar, sentir nojo de mim, e rancor porque mesmo que me doa profundamente. No xadrez e essencial no jogo que você sacrifique uma peça para obter alguma vantagem.

Escrever nunca foi difícil pra mim, mas isso parecia impossível,meu corpo paralisado e minha mente turva, vagando por todos esses anos me fez se sentir incapaz, fraca, e tola  de escrever um "não me preocure mais...".

Embarcar num vôo nunca foi tão difícil, deixar tudo pra trás e o único que sabia da minha viagem são meus pais que por sinal  não estão em uma boa relação. O casamento deles tava tão conturbado quanto a minha mente em relação a Kawaki. Eu sou uma egoísta de merda, mas não ao ponto de fazer Kawaki larga tudo, para ficar comigo,por que ele não hesitaria.

Talvez ele não percebesseu que tem uma vida em São Diego, uma família unida, amigos e uma loja de moto belíssima porque fui eu que o ajudei a decorar.

A vida e uma caixinha de surpresa e você não sabe exatamente o que irá acontecer daqui pra frente. A dor do abandono e tão melancólico quanto a da perda.

São Diego, Califórnia, 2010

Era domingo de tarde. Eu e Kawaki estávamos sentados em um banco de praça olhando o por do sol e tomando um sorvete. A gente tava indo de vagar não queríamos nós precipitar sobre nós.

Apesar que ultimamente Kawaki anda muito estranho, e me ignorando não sei ao certo se fiz algo de errado, mas toda ele diz que precisa sair pra resolver alguma coisa e depois me compensava, só que quando ele tava me compensando ele dizia a mesma coisa "foi mal Sarada preciso resolver uns problemas aí".

Faz um mês que estamos nós encontrando, mas nunca tivemos um encontro de verdade,  as vezes acho que Kawaki não confia em mim o suficiente. Decido encara-lo assim que seu telefone toca.

- Sarada eu já volto tá bom? - perguntou-me me dando sua casquinha, mas ele não vai fugir de mim de novo.

- Kawaki não - parou e me olhou em análise.
- porque não me diz o que tá acontecendo?- minha voz saiu mais irritada do que pensei.

- Isso não e dá sua conta, cuide da própria vida - ele não confia em mim tava nítido.

- Entendi, você não confia em mim! Sabe Kawaki enfia esse sorvete no teu rabo - devolvi as casquinha no seu peito e tentei sair de perto dele.