Capitulo 53

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Logo de manha Nestha e Cassian ja estavam quase matando um ao outro, Rhys saiu com Feyre para treinar as habilidades que ela "herdou" dos grão-senhores mas Rhys voltou logo depois dizendo que ela o expulsou para treinar em privacidade, eu imaginava o motivo real, ter seu perceiro por perto é uma enorme distração mesmo se o laço ainda não tiver sido reconhecido.

Iran ainda estava dormindo a essa hora, nunca acordava antes das dez da manhã as vezes dormia até depois do meio dia, eu não a julgo, se não tivesse nada para fazer dormiria até mais.

– Que tortura aturar esses dois -resmunguei me sentando no sofá ao lado de Azriel.

Depois da noite de ontem, sentar não era algo facil de se fazer mas guardei tal fato para mim e apenas ignorei completamente o incomodo agindo normalmente para que ninguem pudesse percebe-lo.

– Tenho vontade de empurrar os dois da janela -ele respondeu me fazendo rir baixo

– Eu com certeza apoiaria -disse ainda rindo.

Apoiaria de verdade, céus eles estavam tão insuportáveis que eu mesma sentia vontade de pular de uma janela apenas para não ter que ouvir mais de suas brigas de criança, eu realmente não me impressionaria se eles cruzassem os braços e mostrassem a lingua um para o outro.

– Sua amiga -começou Az e minha atenção se voltou para ele –não lembro se me contou o nome dela, mas notei os machucados em seu rosto.

Os machucados, estavam quase completamente curados, depois que contei a Iran sobre ser feérica, pedi para cura-la direito e ela obviamente deixou, quase todas as manchas e cortes ja tinham sumido mas o osso de sua bochecha e o macilar tinham manchas insistentes e uma pequena cicatriz dos cortes.

Elain perguntou a mim sobre eles assim que me viu de manhã, disse que perguntou a Iran mas ela não quis lhe contar, talvez porque ela achava Elain pura demais para ouvir aquele tipo de coisa, eu disse a minha irmã que se a dona dos machucados não queria contar a ela, não seria eu a abrir o bico, ela saiu batendo os pés depois da minha resposta.

– Aquela noite na prisão, o entalhador me contou que ela estava em perigo, por isso sai correndo assim que descemos da montanha -expliquei a Azriel – Quando a encontrei ela estava muito, muito pior que agora, vim curando ela pelo caminho mas você sabe como a magia é esquisita desse lado da muralha, não funciona direito.

– Sabe quem machucou a garota? -ele perguntou

– Sei e agora estão todos mortos -dei de ombros, Az apenas concordou com a cabeça em aprovação –Porque a pergunta?

– Apenas, não acho certo, ainda mais com fem... mulheres humanas -ele deu de ombros também

–Gosto desse seu lado -disse casualmente enquanto voltava minha atenção para Cassian e Nestha outra vez, gritando na cara um do outro por causa de uma xicara de chá, eu não me impressionaria se ela o estapeasse.

– Não mostro ele sempre nem a qualquer um -deu de ombros

– Ja me mostrou três vezes -me virei para ele

– Está contando? -ele franziu o cenho mas exibia um sorriso em seu rosto

Agora os olhos de Azriel tinham se desviado dos dois briguentos e pousado em mim. 

– São momentos raros não é dificil contar -dei de ombros mas também havia um sorriso em meu rosto

– Então liste-os para mim, quero ver se está apenas blefando -ele se ajeitou no sofá virando o corpo em minha direção
fiz o mesmo me virando para ele, nossos joelhos se encostavam

– Preste atenção -ele realmente tinha toda a atenção em mim agora –Teve o dia que briguei com Cassian que você ficou todo tipo "ó meu deus ela vai dormir comigo, ganhei meu dia", no dia da prisão, eu não preciso sobre seu belo rostinho coberto de preocupação e ontem, depois de... enfim, você sabe.

– Certo, justo -ele deu de ombros

– Quatro se contar com hoje. -dei de ombros também

– Oque eu fiz hoje? -ele ergueu as sobrancelhas

– Olhe a conversa que tivemos, você falou nove frases inteiras, bateu recorde de qualquer conversa causal que ja o vi ter.

E então ele inclinou a cabeça para trás e deixou que uma gargalhada rouca escapasse de seus seus lábios e preenchesse o cômodo, uma risada tão alegre que Cassian e Nestha até pararam de gritar um com o outro para prestar atenção.

– Agora são cinco, ta vendo? nem percebe mais -digo rindo também.

A risada de Azriel e a minha pararam quando Rhy desapareceu do canto em que estava, de saco cheio e resmungando sobre a gritaria enquanto escrevia bilhetinhos para Feyre. Seu poder soou em minha mente e abaixei meus escudos para que ele pudesse entrar.

"O attor veio atrás de Feyre, venha buscar ele com Azriel e o interrogem na cidade escavada"

Olhei para Azriel que olhou para mim no mesmo instante então percebi que Rhys tinha falado a mesma coisa na mente dele e pelo jeito que Cassian olhava para nós, tinha sido avisado também mas deveria ficar aqui e proteger a casa enquanto Rhys não voltasse com Feyre.

Me levantei do sofá junto a Azriel e fomos até o lado de fora onde o mesmo me pegou em seu colo e voou silenciosamente até o bosque onde minha irmã tinha ido para treinar.

Vendo de cima pude notar que puro poder se ondulava ao redor de Rhys enquanto duas lanças de escuridão perfuravam as asas do Attor o prendendo a uma árvore junto de algumas amarras mágicas.

Nos aproximamos completamente em silêncio até aterrissarmos na neve a lançando pelos ares como se fosse água em uma poça.

Não havia bondade alguma em nosso rosto, a máscara imóvel do encantador de sombras do Grão-Senhor e da segunda no governo da cidade escadavada, frios e crueis, dispostos a fazer o trabalho sujo.

O Attor começou a tremer, teer de verdade, quando Az e eu andamos até ele, sabia oque aconteceria, para onde o levariamos, eu quase poderi sentir pena dele... ou não na verdade, era um dos demônios de Hybern, tentou levar Feyre hoje, a espancou e a torturou em sob a montanha e está perto demais das minhas irmãs e de Iran, eu com certeza não sentiria pena dele enquanto estivesse o interrogando, nem depois.

Rhys foi para meu lado quando nós chegamos ao Attor

Ficamos completamente imóveis em frente ao Attor, esperando cautelosamente até que o grão-senhor nos desse a ordem para leva-lo de vez.

– Da próxima vez que tentar levá-la –falou Rhys para o Attor – matarei
primeiro; perguntarei depois.

Nós o encaramos. Rhys assentiu. Os Sifões no topo das mãos cobertas de cicatrizes de Azriel se iluminaram como fogo azul quando ele as estendeu para o Attor.

Agarrei o outro braço da criatura sem nenhuma sutileza e antes que ele pudesse gritar, atravessamos até a cidade escavada

Corte de chamas e pesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora