Capitulo 143

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O exército illyriano se acomodava na fronteira norte da Corte Invernal para passar a noite. Para esperar pelo ataque do dia seguinte.

Tinham voado o dia todo, e nossa localização era remota o bastante para manter até mesmo um exército do tamanho do nosso oculto. Até o dia seguinte, pelo menos.

Tínhamos avisado Tarquin e mandado mensagens a Helion e Kallias para que se juntassem a nós... se conseguissem chegar a tempo. Mas, quando a hora que precede o alvorecer soasse, a legião illyriana tomaria os céus e voaria direto para aquele campo de batalha ao sul. Eles aterrissariam, esperávamos, antes que começasse.

No momento que Keir e seus comandantes atravessassem com a legião Precursora da Escuridão da Corte Noturna.

E, então, o massacre teria início. Dos dois lados.

Cassian engasgara quando contamos a ele sobre o conselho de batalha de Jurian. Uma reação mais leve que a resposta inicial do general, que foi xingar Jurian de todos os palavrões que se lembrou de pronunciar quando Azriel contou a ele oque sobre o ataque que Hybern planejava.

Eu havia passado toda a tarde com Elain e então o cair da noite e algumas horas depois disso.

Ela estava arrasada por ter ouvido aquilo tipo de coisa de Graysen, a mesma disse a mim, entre lágrimas, que ele sequer havia erguido a voz para ela antes daquilo, que jamais havia sido rude.

Pela forma com que Elain dizia aquilo, pela decepção e a dor que as palavras carregavam, eu acreditava que aquilo realmente fosse verdade mas algo havia se partido entre eles, uma linha frágil fora completamente destruída e agora não importava mais se ele antes era gentil, aquilo de fato nunca teria volta, aquela linha jamais poderia ser reconstruida.

Apenas sai da tenda de Elain quando ela adormeceu, com os olhos inchados e a ponta do nariz vermelha por causa do choro.

- Como ela está? -perguntou Nestha quando me juntei a ela, Feyre e Mor que se reuniam na tenda de Feyre.

- Nada bem, mas pelo menos está dormindo -respondi me sentando ao lado de Mor, dividindo o cobertor que a femea colocou sobre as pernas.

- Dormir é melhor que chorar -disse Feyre, tentando ver o lado bom.

- Eu tenho minhas dúvidas. -respondi deitando minha cabeça no ombro de Mor.

A linda fêmea de cabelos dourados bebericava um vinho de forma casual desde que me lembro mas então o apoiou na pequena mesa de madeira a nossa frente.

- Deveríamos dormir. Nem mesmo sei por que estou bebendo.

- Hoje foi... inesperado. -disse Feyre como se refletisse sobre aquilo

- É tão mais difícil - disse ela, gemendo, quando se levantou tirando o cobertor de si e o colocando sobre mim -Quando inimigos se tornam amigos. E o oposto, suponho. O que não vi? O que ignorei ou dispensei? Isso sempre faz com que eu me analise mais que a eles.

- Bem, é mais fácil ignorar do que se deixar perceber que aquele o qual você considerava inimigo ou amigo não era oque você esperava. -dei de ombros me levantando também.

- Outra das alegrias da guerra? -perguntou Feyre, a nenhuma de nós em específico mas Mor riu e foi ela quem respondeu seguindo para a porta da tenda:

- Não... da vida.

Mais cedo, assim que sai da tenda de Feyre, atravessei até Velaris, para o apartamento de Mor, e pedi para que Iran juntasse algumas de suas coisas para que eu pudesse leva-la até a casa de Rhys onde todos costumávamos ficar na cidade.

Corte de chamas e pesadelosOnde histórias criam vida. Descubra agora